Envelhecer…
Cinquenta e quatro anos é a “marca” que tenho a celebrar neste Fevereiro de 2012.
Uma frase escrita pelo Pr. Zacarias Lima, num postal que me enviou de São Paulo, dizia: “Uma pessoa fica velha quando seus lamentos substituem seus sonhos”. Pastor Zacarias, amigo e amado em Cristo, é bem mais velho do que eu, e por isso valorizo ainda mais a frase enviada por ele. Tal frase lembra-me de outra, que alguém já disse: “uma pessoa para de viver, quando para de sonhar”.
Ao refletir em idade e sonhos logo me vem a mente um personagem bíblico chamado Calebe. Ele, tinha quarenta anos quando Moisés o enviou para espiar Jericó. Por ter perseverado em seguir o Senhor, e ter dado um relatório que expressava completa confiança em Deus, Calebe recebeu de Moisés a promessa de que receberia como herança a terra que o seu pé havia pisado. Quarenta e cinco anos após ter espiado a terra, Calebe afirmou: “Ainda hoje estou tão forte como no dia em que Moisés me enviou; a minha força então era como é agora, tanto para guerrear como para trabalhar. Dá-me agora este monte…” (Josué 14:7-12). Com oitenta e cinco anos, após esperar por quarenta e cinco anos o cumprimento de uma promessa, Calebe ainda tinha esperanças, sonhos e conquistas à realizar. Aqui está um exemplo de alguém que não substituiu sonhos por lamentos.
Não há dúvida, conforme Salomão em Eclesiastes 12 discorre de forma poética e magistral com a sabedoria que lhe foi dada por Deus, de que na velhice vai-se perdendo as forças das pernas e braços, a audição, a visão… A velhice, com maior ou menor grau de intensidade em uns e outros, trás consigo mais e mais limitações físicas, intelectuais (memória, aprendizado etc.)…
É de Moisés a afirmação: “Os anos da nossa vida chegam a setenta, ou, para os que têm mais vigor, a oitenta; mas o melhor deles é cansaço e enfado; pois tudo passa rapidamente, e nós voamos” (Salmos 90:10). Ou seja, a vida neste mundo é breve, e assim devemos rogar a Deus: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos coração sábio” (Salmos 90:12). Devemos rogar a Deus que nos ensine a viver de tal maneira que os nossos dias sejam de satisfação e realização Nele, por meio do relacionamento pela fé em Jesus Cristo – Senhor e Salvador.
O apóstolo Paulo nos conduz para uma visão interior e eterna quando ele diz:
“Por isso não desanimamos. Ainda que o nosso exterior esteja desgastando, o nosso interior está sendo renovado todos os dias… Não fixamos o olhar nas coisas visíveis, mas naquelas que não se veem; pois as visíveis são temporais, ao passo que as que não se veem são eternas. Sabemos que, se esta nossa tenda, nossa casa terrena, for destruída, temos um edifício da parte de Deus, uma casa eterna no céu, não feita por mãos humanas”
(2 Coríntios 4:16-5:1).
Ao refletir nas palavras de Calebe, Moisés, Salomão e Paulo, ou seja naquilo que a palavra de Deus revela, posso afirmar que em Deus temos sonhos, visões para o mundo presente e esperanças para a eternidade. Logo se o envelhecer nos leva cada vez mais perto da “partida deste mundo”, também, nos coloca cada vez mais perto da “chegada nos céus” (refiro-me, a quem tem Jesus Cristo como único e suficiente Salvador).
Por isso vivamos cada dia movidos por sonhos, não por lamentos, pois ainda que tenhamos tribulações e aflições advindas das situações da vida e ou da velhice, “os sofrimentos do presente não se podem comparar com a glória que será revelada em nós” (Romanos 8:18).
Alguém já disse há “jovens idosos”, e “idosos jovens”…
Meu desejo é que cada um de nós viva o presente, com um bom aprendizado do passado, com a visão de futuro, e a esperança da eternidade com Deus, para que o presente não seja um “poço de lamentações” e nem enfadonho, mas seja sempre um surpreendente descobrir e momentos a celebrar.