Nossa luta contra o pecado (parte 1 – A natureza pecaminosa)

Peco por que sou pecador ou sou pecador por que peco?

Embora ambas as questões estejam corretas, a primeira faz mais sentido conforme a perspectiva bíblica de quem é o ser humano. Somos pecadores porque temos uma natureza pecaminosa. Ainda que, momentaneamente, eu não venha a pecar em uma ou outra situação, nem por isso deixei de ser pecador, pois em mim há uma inclinação ou tendenciosidade à prática do pecado, daquilo que é contrário a Deus e Seus desígnios. Da criança mais nova ao adulto mais idoso, todos são pecadores.

Em Romanos 7:15-20 Paulo fala: “15 Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto. 16 Ora, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. 17 Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas o pecado que habita em mim. 18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. 19 Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço. 20 Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o pecado que habita em mim.”

O motivo de tamanha luta e impasse em Paulo era o pecado que nele habitava. Por mais difícil que seja entendermos este fato, somos desesperadamente desejosos pela prática do mal (Jr 17.9). Triste verdade que demonstra nossa realidade: somos pecadores.

Em várias ocasiões Paulo afirmou a condição pecaminosa do ser humano: Rm 3.10,23; 6.23; Ef 2.1,2, apontando, inclusive, que esta condição nos separa de Deus. Por causa desta tendenciosidade ao mal, nossa luta contra o pecado não está apenas no evitar cometer atos contrários à Palavra de Deus, mas em um refreio e até sufocamento desta natureza que, a priori, já nos torna inclinados à prática do mal.

Como Paulo diz no v.18, a efetivação deste refreio não depende de nossas próprias forças, pois nada benéfico ou santo podemos por nós mesmos, mas depende do Deus em quem cremos, o qual, por meio do sacrifício de Cristo na cruz do Calvário, justifica aqueles que reconhecem Jesus como seu Senhor e Salvador (Rm 8.1-11).

Assim sendo, dependa de Deus, busque a Deus e confie em Deus na sua luta contra o pecado. Nele é possível termos vitória.

Em Cristo e por Cristo,

Pr. Hélder Cardin