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Consolem o meu povo (parte 2)

Mensagem: Deus é grande em bondade e poder, e nos concede palavras de esperança e consolo, e promessas de livramento em meio aos conflitos e crises em geral.

Introdução

Nos capítulos 40 em diante, o profeta Isaías traz uma mensagem de consolo descrevendo a grandeza de Deus e Sua atuação em prol do Seu povo.

Foquemos em 3 verdades divinas que trazem consolo ao nosso coração.

Domingo, passado, nós refletimos sobre a 1a. parte desta mensagem:

I. Deus é maior que o nosso passado, 40.1-11

Hoje na 2a. parte desta mensagem, vamos refletir…

II. Deus é maior do que os nossos conflitos internos, 40.12-26.

Atrás havia um passado de fracasso, pecado… Em seus corações havia uma série de conflitos internos… Adiante deles uma longa e difícil jornada…

Por vezes o grande problema da nossa vida não é o que ficou para trás, nem o que está diante de nós, mas o que está dentro de nós – o nosso mundo interior, com suas crenças e pensamentos.

Aqui em Isaías encontramos algumas espécies desses conflitos internos:

1) Sentimento de ter sido abandonado por Deus.

“O Senhor não se interessa pela minha situação; o meu Deus não considera a minha causa”? (40.27).

Por vezes dentro de nós há o sentimento de que Deus nos abandonou, que Ele não se interessa por nós… E  esse é um grande inimigo a ser vencido.

Sião, porém, disse: “O Senhor me abandonou, o Senhor me desamparou” (49.14). Não só Sião, mas João, Augusto, Luíza, Filomena etc., também por vezes dizem: “O Senhor me abandonou, o Senhor me desamparou”.

Este sentimento de abandono, de desamparado, gera angústia, e crise existencial.

2) Sentimento de uma busca frustrada de encontrar Deus.

Alguém já falou de um homem cego, com uma lanterna, que num mercado, em plena luz do dia, gritava: Onde está Deus?

Muitas pessoas lutam com um conflito interno, pois acreditam na existência de Deus, mas não conseguem ver Deus, não o encontram em lugar algum, principalmente no meio das dores, das tribulações, das crises…

“Você, que traz boas novas a Sião, suba num alto monte. Você, que traz boas novas a Jerusalém,http:// erga a sua voz com fortes gritos, erga-a, não tenha medo; diga às cidades de Judá: “Aqui está o seu Deus!”"(40.9).

“O Soberano, o Senhor, vem com poder! Com seu braço forte ele governa. A sua recompensa com ele está,e seu galardão o acompanha. “Como pastor ele cuida de seu rebanho, com o braço ajunta os cordeiros e os carrega no colo;conduz com cuidado as ovelhas que amamentam suas crias.” Quem mediu as águas na concha da mão, ou com o palmo definiu os limites dos céus? Quem jamais calculou o peso da terra, ou pesou os montes na balança e as colinas nos seus pratos? (40.10-12).

Rm. 1. 19-21 “Pois o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. “Pois desde a criação do mundo os atributos invisíveis de Deus, seu eterno poder e sua natureza divina, têm sido vistos claramente, sendo compreendidos por meio das coisas criadas, de forma que tais homens são indesculpáveis;” porque, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças, mas os seus pensamentos tornaram-se fúteis e o coração insensato deles obscureceu-se”.

“Aquele que é a Palavra (Jesus Cristo) tornou-se carne e viveu entre nós. Vimos a sua glória, glória como do Unigênito http://vindo do Pai, cheio de graça e de verdade”. Jo. 1.14.

3) Sentimento de que eu preciso algo mais “além” de Deus.

“Diz o Soberano, o Senhor, o Santo de Israel: “No arrependimento e no descanso está a salvação de vocês, na quietude e na confiança está o seu vigor, mas vocês não quiseram”, 30.15.

Disse Jesus Cristo: “… São as Escrituras que testemunham a meu respeito; contudo, vocês não querem vir a mim para terem vida”, Jo. 5.39,40.

Há pessoas que querem Deus, mas também querem adorar “ídolos”.

“Com quem vocês compararão Deus? Como poderão representá-lo?

Ver: 19-Com uma imagem que o artesão funde, e que o ourives cobre de ouro e para a qual modela correntes de prata? Ou com o ídolo do pobre, que pode apenas escolher um bom pedaço de madeira e procurar um marceneiro para fazer uma imagem que não caia?, Is. 40.18-20.

Queremos Deus! Mas também queremos os nossos “ídolos” – colocamos as coisas criadas, como as nossas maiores fontes de satisfação e realização. E isto gera conflitos, pois ouvimos que Deus “é fonte exclusiva e completa de satisfação e realização”, mas na prática dependemos e buscamos algo mais “além” de Deus.

4) Sentimento de medo.

Is. 41.13,14 “Pois eu sou o SENHOR, o seu Deus, que o segura pela mão direita e lhe diz: Não tema; eu o ajudarei.” Não tenha medo, ó verme Jacó, ó pequeno Israel, pois eu mesmo o ajudarei”, declara o SENHOR, seu Redentor, o Santo de Israel.

Ao invés de verem uma “porta aberta”, uma volta para a terra natal, e todo um processo de restauração, o povo de Israel via adiante de si uma jornada difícil para a qual não tinham forças, e onde se sentiam abandonados por Deus.

Há o medo do abandono, medo da rejeição, do fracasso, e até medo das consequências da vitória…

Conflito, pois o medo é real, e nos acusamos por ter medo, pois o nosso medo nos revela falta de fé em Deus e a Sua palavra, falta de confiança… E, nós queremos viver com fé e confiança.

Como lidar com tais conflitos?

A. Reconhecer a realidade de tais sentimentos

Por vezes nós negamos, não aceitamos a realidade de tais sentimentos…

B. Reconhecer que podemos estar enganados a respeito dos nossos sentimentos

Nossos sentidos, nossas percepções podem nos enganar…

C. Reconhecer nossa necessidade de Deus…

Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos humildes…

D. Conhecer, crer, apropriar e viver segundo a verdade divina.

O caminho da vitória resulta do crer e viver segundo a verdade – Jesus e a Palavra de Deus.

Na Palavra vemos que:

O caminho da vitória sobre os conflitos internos, começa não com o auto-conhecimento, não com “receitas” de auto-ajuda, não na confiança nos ídolos etc. O caminha da vitória, começa, passa e termina no conhecimento e relacionamento com o Deus,  Pessoal e Infinito.

“Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”, Jo. 17.3.

Não podemos caminhar de modo vitorioso, obedecer a Deus, com as nossas próprias forças, mas devemos ter fé e confiar que Ele providencia a força que nós necessitamos para a vitória.

Se confiarmos em nós mesmos, nos ídolos etc., nós fracassamos… Mas, se confiarmos em Deus, nós seremos vitoriosos – “Ele fortalece o cansado e dá grande vigor ao que está sem forças… Aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam”, 40.29-31.

A palavra “espera” no Senhor não sugere que “cruzemos os braços”, que não façamos nada… Mas, ele sugere uma caminhada com “esperança”, com o olhar fixo em Deus, certos da provisão divina.

“Tu, Senhor, guardarás em perfeita paz aquele cujo propósito está firme, porque em ti confia. Confiem para sempre no Senhor, pois o Senhor, somente o Senhor, é a Rocha eterna”, 26.3,4.

“Aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças…” (40.31) – “renovar”, significa “trocar”, como tirar as roupas velhas, sujas, e colocar roupas novas, limpas.

Pela sua graça e poder, Deus renova as nossas forças – 2 Co. 12.1-10. Disse Deus: “Minha graça é suficiente para você, pois o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”.

Dentro de nós não deve habitar o sentimento de ter sido desamparado, abandonado por Deus, a frustração de não encontrar Deus, medo etc., mas precisamos ter fé, confiança e esperança n’Ele. A convicção de que Deus ama, e se importa com cada um de nós.

Deus é maior que os nossos conflitos interiores – 41.10; Hb. 13.5,6 – Ele fortalece e ajuda. Ele transforma “o deserto num lago, e o chão ressequido em mananciais” (41.18).

Com ternura Deus trata os fracos e aflitos… (42.2,3 – cf. Mt. 12.19,20).

Is 42:3  “A cana trilhada, não a quebrará, nem apagará o pavio que fumega; em verdade trará a justiça…”.

Há aqui figura de fragilidade, fraqueza; também, algo prestes a apagar, vida quase morta.

Estas expressões falam da misericórdia de Jesus Cristo, Seu amor para com os pecadores, os fracos, os perdidos… Ele quer libertar, salvar, perdoar, restaurar, transformar, curar… (Is 42:6,7).

Mostrar-se-á compassivo, simpático para com o fracos…

Encoraja e sustém o que está fraco; auxílio no desânimo, desencorajamento e depressão espiritual.

Is 40:29  “Ele dá força ao cansado, e aumenta as forças ao que não tem nenhum vigor”.

Is 50:4  “O Senhor Deus me deu a língua dos instruídos para que eu saiba sustentar com uma palavra o que está cansado; ele desperta-me todas as manhãs; desperta-me o ouvido para que eu ouça como discípulo”.

Com ações de bondade e misericórdia, Deus encoraja e sustenta.

“Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso. Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”, Mt. 11.28-30.

“Alívio” de fardos pesados, esmagadores, como os da angústia arrasadora, sentimentos profundos de perda e frustração, de vazio, futilidade e desgraça; de uma consciência sobrecarregada e angustiada por pecados não confessados, não abandonados, não perdoados…

(3a. Parte, e Conclusão – 10/04/2011)

III. Deus é maior que os nossos desafios futuros, 40.27-31.

Conclusão

Deus é maior que o nosso passado, que os nossos conflitos internos, e os desafios do futuro.

Passado… Conflitos interiores… Futuro… Por vezes nós temos grandes desafios e obstáculos que precisam ser vencidos… Se você olha para Deus através das circunstâncias, você O verá pequeno e muito longe; mas, se você olha para as circunstâncias através de Deus, você O verá contigo e O verá maior do que os seus desafios e problemas.

Que você possa afirmar como o salmista: “Estou quase desfalecido, aguardando a tua salvação, mas na tua palavra coloquei a minha esperança” (Sl. 119.81); “Este é o meu consolo no meu sofrimento: A tua promessa dá-me vida” (Sl. 119.50).

Deus é um Deus de consolo -  Is. 40.1; 2 Co. 1.3,4.

Deus é grande em bondade e poder, e nos concede palavras de esperança e consolo, e promessas de livramento em meio aos conflitos e crises em geral.

Que a semelhança de Deus, esta seja a vida e o testemunho de quem verdadeiramente é discípulo de Jesus Cristo.