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Felizes para sempre

Parte 3

“… Bem aventurados os que ouvem a palavra de Deus e a praticam”
Lucas 11:28; Sl 128:1,2.

Mensagem:  A vida a dois (e ou em família)  como fruto do relacionamento e pleno compromisso com Deus, por meio da fé em Jesus Cristo,  produz uma felicidade verdadeira, sólida e estável.

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INTRODUÇÃO

Na última mensagem refletimos sobre “As fases do casamento”.

Mas, quando uma relação de amor chega ao fim é comum ouvir-se expressões do tipo: “O meu mundo acabou”; “Foi-se o que era doce”; “Vivi uma doce ilusão, como pude acreditar nele(a)?”; “Fiquei sem chão”; “Minha vida se despedaçou”; “E, agora que faço da minha vida?” etc.

Aí surge a busca de respostas, “o porquê comigo”, “aonde errei”, a luta pela reconstrução do “meu mundo”, de “juntar os cacos”, de “dar a volta por cima”…

Por vezes a depressão, a amargura, a revolta, consomem, levam ao descrédito, a desesperança, quanto a construção de relacionamentos significativos, realizadores e profundos, e as afirmações do tipo:  “todo homem é igual”, ou que “mulher  só traz problemas”.

Por isso, para muitos casamento é uma instituição falida, e família é só um foco de paranóia, de problemas e  de estresse.

Mas por que, muitas vezes e para muitas pessoas estes relacionamentos não são fontes de alegria? É possível um relacionamento bem sucedido, ser “felizes para sempre”? Isto é um sonho que devo perseguir, ou é uma ilusão?.

I. A BUSCA DA FELICIDADE

Semana passada eu estava em Angola, Luanda…. Num sábado eu e meu cunhado fomos numa feira comprar carvão… Fomos numa banca de uma menina… Ela tinha na sua banca 9 sacos, de 1kg mais ou menos cada saco, ao preço de  50 Kwanzas (1 real) cada saco, dando um total de 450 kwanzas… Meu cunhado pediu primeiro 4 sacos, depois mais dois, e mais dois, tendo comprado 8 sacos, a 400 Kwanzas… A cada pedido aquela menina abria um belo sorriso de alegria e felicidade… Eu vi no rosto daquela menina um dos sorrisos, uma das expressões mais lindas de felicidade… Felicidade por uma venda bem sucedida… Podemos e devemos nos alegrar por realizações, conquistas etc., mas de onde procede a felicidade verdadeira, duradoura e estável?

Blaise Pascal escreveu: “ Todas as pessoas buscam a felicidade. Não há exceção para isso. Sejam quais forem os meios diferentes que empreguem, todos objetivam esse alvo…”

Buscar a felicidade não é pecado por si só, é antes de tudo uma lei do coração humano.

Mas, após a entrada do pecado no mundo, da verdadeira felicidade só resta o “sinal e o espaço vazio”, que o ser humano tenta preencher com várias coisas e de várias maneiras… “Essas,  porém, são todas incapazes, porque o abismo infinito pode ser preenchido somente por um objeto infinito e imutável, ou seja apenas pelo próprio Deus” (Blaise Pascal).

“Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração”, Sl 37.4

“A minha alma tem sede de ti (Deus); meus corpo te almeja, como terra árida, exausta e sem água”, Sl 63.1 – “… Fartam-se da abundância da tua casa, e na torrente das tuas delícias lhes dás de beber”, Sl 36.8

Escreveu C. S. Lewis “Deus é o objeto que a tudo satisfaz”.

“Ó vós, todos os que tendes sede, vinde às águas, e os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e leite. Por que gastais o dinheiro naquilo que não é pão! e o produto do vosso trabalho naquilo que não pode satisfazer? ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e deleitai-vos com a gordura.  Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá (…)  Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto. Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno os seus pensamentos; volte-se ao Senhor, que se compadecerá dele; e para o nosso Deus, porque é generoso em perdoar, Is 55.1-7.

“A felicidade mais profunda e permanente encontra-se apenas em Deus. Não com origem em Deus, mas em Deus. A felicidade que encontramos em Deus atinge sua consumação quando compartilhada com outros nos multiformes caminhos do amor” (John Piper).

II. A CRIAÇÃO E O CASAMENTO SEGUNDO O PROPÓSITO DIVINO!

Para o verdadeiro discípulo de Jesus Cristo (Jo 8.31,32) o casamento deve ser uma fonte de prazer, de alegria.

“O mandato bíblico para maridos e esposas é buscar sua alegria na alegria do cônjuge… Amor é: a busca da própria alegria na alegria do amado (…) O egoísmo busca sua felicidade particular à custa dos outros. O amor busca a sua felicidade na felicidade do amado”  (John Piper).

Diz a Bíblia que o ser humano foi criado pelo Deus, Criador, Infinito e Pessoal – “Criou Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.”, Gn. 1: 27.

Ser criado a  imagem de Deus significa um ser moral,  com vontade, intelecto, emoções, sentimentos etc.

Gn. 1. 28 registra que: “Deus o abençoou…”.

A formação da família:

1. Gn. 2.18 “Não é bom que o homem esteja só…”

Deus fez o ser humano para ser alguém que compartilha. Assim, ninguém é completo a não ser que esteja transmitindo graça (compartilhando) entre Deus e outra pessoa. Todo ser humano precisa de outra pessoa com quem possa compartilhar o amor de Deus (não precisa ser necessariamente só no casamento… Solteiros têm família, amigos…).

2. “Macho e fêmea os criou…”, Gn. 1. 27

Deus criou uma pessoa “como” Adão, gente, mas “diferente” (uma harmonia, unidade das contrapartes diferentes)…

Deus não criou outro macho, mas criou uma fêmea… Relacionamento heterossexual…

Não criou um animal, mas uma pessoa – “uma ajudadora idônea”, da própria “carne e osso do homem”, Gn 2.21-23.

Sua criação foi “… cada um de acordo com a sua espécie…” – parceiros no processo da construção familiar, um complemento um do outro, ambos em igualdade perante Deus.

3.  Casamento, Gn 2.24

“Deixa pai e mãe”…

Casamento é “Um homem deixando pai e mãe, porque Deus lhe deu outra pessoa; um homem unindo-se à sua mulher apenas e a nenhuma outra; e um homem fazendo a experiência de ser uma só carne com essa mulher” (John Piper).

Pressupõe maturidade, interdependência entre os cônjuges, 1 Co. 7. 3-5

Pressupõe valorização do outro “osso do meu osso, carne…”, “co-herdeiros do dom da graça da vida” em Cristo, 1 Pe. 3. 7

“Se une… uma só carne”

Unidade de propósito, Am. 3. 3

Amor compromisso, Ct. 2. 16; 6. 3

Companheirismo, Gn. 2. 18

“Até que a morte nos separe”.

4. “O grande mistério”, Gn 2.24; Ef 5.32

Deus criou o casamento humano segundo o padrão da relação Cristo e Igreja. Criou o casamento para que esta relação sirva de imagem do relacionamento da aliança eterna entre Cristo e sua Igreja… Maridos e esposas devem copiar conscientemente o relacionamento pretendido por Deus para Cristo e a Igreja” (John Piper).

O casamento e a família devem expressar e testemunhar da comunhão, da unidade, do amor, da comunidade celestial – Pai, Filho e Espírito Santo, do relacionamento entre Cristo e a Igreja.

CONCLUSÃO

“A felicidade mais profunda e permanente encontra-se apenas em Deus. Não com origem em Deus, mas em Deus. A felicidade que encontramos em Deus atinge sua consumação quando compartilhada com outros nos multiformes caminhos do amor” (John Piper).

“Ama o teu próximo como a ti mesmo” , Lv 19.18; Mt 22.39.

Jesus não nos manda que nos amemos… Ele já pressupõe que nós nos amamos. O que Ele diz é que: “assim como nós nos amamos a nós mesmos, amemos os outros”. Ninguém é mais “próximo”, que o seu cônjuge. Ame o seu cônjuge, assim como você se ama. A felicidade do outro é a tua própria felicidade!

A verdadeira felicidade é conseqüência de um relacionamento em obediência a Jesus Cristo, Jo. 13. 17  “Agora que vocês sabem estas coisas, felizes serão se as praticarem.”

“Agrada-te do Senhor, e ele satisfará os desejos do teu coração”, Sl 37.4

Seis verdades cruciais para resumir nossa necessidade e a provisão de Deus: (John Piper, Teologia da Alegria)

  • 1ª. Deus nos criou para a sua glória, Is 43.6,7
    “Que significa glorificar a Deus? Não significa torná-lo mais glorioso. Significa reconhecer sua glória, valorizá-la acima de  todas as coisas e fazê-la conhecida” (John Piper).
  • 2ª. Portanto é nossa obrigação viver para a sua glória, 1 Co 10.31
    Nosso dever vem do desígnio de Deus… Rm 1.20,21
  • 3ª. Todos nós deixamos de dar glória a Deus como deveríamos, Rm 3.23
    Rm 1.23 – não damos valor a glória de Deus, nós a trocamos por algo de menor valor… Essa é a essência do pecado…
  • 4ª. Por isso, todos estamos sujeitos à condenação eterna de Deus, Rm 6.23
    Eternamente banidos da face do Senhor e da glória do seu poder, 2 Ts 1.9; Mt 25.41,46.
  • 5ª. Jesus Cristo veio ao mundo para salvar pecadores, 1 Tm 1.15; Rm 3.25,26; 4.25; 1 Pe 2.24; 3.18.
  • 6ª. Os benefícios comprados pela morte de Cristo pertencem àqueles que se arrependem e confiam nele, Jo 3.16; At 3.19; 16.31; 20.21.
    Conversão é arrependimento (dar costas ao pecado e à incredulidade) e fé (confiar apenas em Cristo para a salvação eterna).

A busca da felicidade sem Deus é ilusão!

Somente vivendo “em” Cristo; “com” Cristo; “por” Cristo e “para” Cristo nós encontramos e podemos viver a verdadeira felicidade…

A vida a dois ( e ou em família) como fruto do relacionamento e pleno compromisso com Deus, por meio da fé em Jesus Cristo, produz uma felicidade verdadeira, sólida e estável.