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A vida é uma bobagem

2 Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. 3 Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, que faz debaixo do sol?

Eclesiastes 1:2-3

17 Por isso odiei esta vida, porque a obra que se faz debaixo do sol me era penosa; sim, tudo é vaidade e aflição de espírito. 18 Também eu odiei todo o meu trabalho, que realizei debaixo do sol, visto que eu havia de deixá-lo ao homem que viesse depois de mim.

Eclesiastes 2:17-18

Mensagem: A vida “debaixo do sol”, sem a visão e a participação do Deus Infinito e Pessoal, Criador dos céus e terra, é uma bobagem – nada mais é do que uma cansativa rotina, com a busca da satisfação dos desejos, prazeres e realizações pessoais, tudo isso sem sentido e pleno de aflições!

I. INTRODUÇÃO
1. “Qohelet”, 1.1, “Pregador”.
Salomão, filho de Davi, rei de Jerusalém, aproximadamente no ano 935 a.C.
“Qohelet”, significa “ofício de pregador”, deriva-se da raiz “qanaz”, significa “convocar uma assembléia”, ou “dirigir a palavra a uma assembléia”.
“Eclesisates” é uma boa tradução deste termo, e se deriva de “ekklesia” que significa “assembléia”.

1 Rs 8.1ss Salomão reúne (‘QHL’) o povo de Israel para adoração, oração e instrução.

2. Propósito.
Convencer os seres humanos da inutilidade de qualquer cosmovisão que não se levante acima do horizonte do próprio ser humano.
Neste livro temos, entre outros, a busca do sentido da vida…
Os adeptos da crença na teoria da evolução, do darwinismo, do “design cego”, creem que não vale à pena buscar o sentido da vida, pois não há sentido algum na vida!
Ilustração – Um avião estava perdido e não encontrava a rota. Há certo momento o comandante chama o comissário, e pede que avise aos passageiros: “Senhores e senhoras, comunicamos que estamos perdidos, mas pedimos que não entrem em pânico pois estamos no horário”.

O livro de Eclesiastes fala de ativismo, da aflição da vida sem a perspectiva de Deus, da visão da vida “abaixo do sol”. Um tema sempre atual…

Ec 1.2, 3 Vaidade de vaidades, diz o pregador; vaidade de vaidades, tudo é vaidade. Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?

II. “Vaidade de vaidades”!
Nessa perspectiva a vida é “vaidade de vaidades” – “vaidade” aquilo que é vazio, sem valor permanente, que leva a frustração…
“Vaidade de vaidades”, “vaidade completa”, ‘hebel’. Inclui:

  1. Brevidade, e ausência, vazio, Jó 7:7-9Jó 7:16;
  2. Desconfiança e fraqueza, Salmos 62:2-3Salmos 62:6Salmos 62:9;
  3. Futilidade, Jó 9:29 “em vão”, “sem produzir efeito”;
  4. Engano, Jeremias 16:19Zacarias 10:2.

Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho… – “proveito”, termo comercial… / “Trabalho”, labor físico, Salmos 127:1; ou angústia mental, Salmos 25:18. Ênfase – esforço humano…

Tudo é vaidade… Nada é digno de confiança… Nada é substancial… Nenhum esforço por si trará satisfação permanente.
As maiores alegrias são transitórias.
“Tudo”, literalmente “todas as coisas”…
A vida “debaixo do sol”, sem a visão e a participação do Deus Infinito e Pessoal, Criador dos céus e terra, é uma bobagem – nada mais é do que uma cansativa rotina, com a busca da satisfação dos desejos, prazeres e realizações pessoais, tudo isso sem sentido e pleno de aflições!

4 Uma geração vai, e outra geração vem; mas a terra para sempre permanece. 5 Nasce o sol, e o sol se põe, e apressa-se e volta ao seu lugar de onde nasceu. 6 O vento vai para o sul, e faz o seu giro para o norte; continuamente vai girando o vento, e volta fazendo os seus circuitos. 7 Todos os rios vão para o mar, e contudo o mar não se enche; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam eles a correr. 8Todas as coisas são trabalhosas; o homem não o pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos se enchem de ouvir. 9 O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol. 10 Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos passados, que foram antes de nós. 11 Já não há lembrança das coisas que precederam, e das coisas que hão de ser também delas não haverá lembrança, entre os que hão de vir depois. 12 Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém. 13 E apliquei o meu coração a esquadrinhar, e a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; esta enfadonha ocupação deu Deus aos filhos dos homens, para nela os exercitar. 14 Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e aflição de espírito. 15 Aquilo que é torto não se pode endireitar; aquilo que falta não se pode calcular. 16 Falei eu com o meu coração, dizendo: Eis que eu me engrandeci, e sobrepujei em sabedoria a todos os que houve antes de mim em Jerusalém; e o meu coração contemplou abundantemente a sabedoria e o conhecimento. 17 E apliquei o meu coração a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras, e vim a saber que também isto era aflição de espírito. 18 Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta em conhecimento, aumenta em dor.

Eclesiastes 1:4-18

III. Ativismo e suas consequências.
Subjetivamente – condena todas as relações humanas; os valores da vida… Não há valor, não há significado…

Objetivamente – condena o rumo da natureza, mundo, e história. Há um ciclo repetitivo, não há uma razão de ser, fazer, ter…

Ontologicamente – roubou os valores da de sua própria existência… 2.2 “ Do riso disse: Está doido; e da alegria: De que serve estar”; 3.9  “ Que proveito tem o trabalhador naquilo em que trabalha?”;
- perdeu o sentido da sabedoria e do conhecimento, 1.17, 18 “E apliquei o coração a conhecer a sabedoria e a conhecer os desvarios e as loucuras; e vim a saber que também isso era desejo vão.  Porque na muita sabedoria há muito enfado; e o que aumenta o conhecimento aumenta a tristeza”.
O ativismo torna o amor – mercado; a fé – programa; Deus – meio para vantagens religiosas e ou pessoais, para busca do sucesso…

Nesse mundo “abaixo do sol” a existência só tem sentido no ativismo, na busca do sucesso…

IV. A busca do sucesso é cativante, mas perigosa
Sucesso (“chegar lá”) por si só traz uma momentânea e aparente auto-satisfação, mas rouba a perspectiva do outro;
Sucesso por si só traz momentânea e aparente auto-suficiência, mas rouba a dependência de Deus;
Sucesso por si só nos afadiga, estressa, adoece…
Sucesso por si só nos insensibiliza, nos leva a perder contato com o simples…
Sucesso por si só nos torna megalômanos, não nos contentamos mais com o pouco e o simples…
Essa é a busca do sucesso pelo sucesso, a qualquer preço, com uma visão “debaixo do sol”, ou “debaixo do céu”, ou seja, sem a visão e participação de Deus…

Na cultura contemporânea Deus não existe como base da crença, comportamento, decisões, valores, cultura…
“Secularismo”, filosofia de que a vida pode ser compreendida simplesmente em termos de aqui e agora. Deus é colocado de lado, ignorado…
O secularismo teórico afirma: “Não há Deus”, logo nada tem sentido, tudo é válido…
O secularismo pragmático afirma: “Não me preocupo com Deus, sou indiferente”.

Ec 1.3 Que proveito tem o homem, de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?
1.13, 14 E apliquei o meu coração a inquirir e a investigar com sabedoria a respeito de tudo quanto se faz debaixo do céu; essa enfadonha ocupação deu Deus aos filhos dos homens para nela se exercitarem. Atentei para todas as obras que se e fazem debaixo do sol; e eis que tudo era vaidade e desejo vão.

V. Conclusão
O autor alerta para a necessidade de uma cosmovisão que reconhece Deus como o valor supremo, e que a vida só tem significado e satisfação real quando é dedicada a Sua adoração e serviço.
Ec 2.24  Não há nada melhor para o homem do que comer e beber, e fazer que a sua alma goze do bem do seu trabalho. Vi que também isso vem da mão de Deus.
Ec 2.26  Porque ao homem que lhe agrada, Deus dá sabedoria, e conhecimento, e alegria…
Ec 12.13  Este é o fim do discurso; tudo já foi ouvido: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é todo o dever do homem.

A vida é estéril quando não há fé verdadeira e prática em Deus.
Salomão trata de fatos reais da vida, fatos observados universalmente. Diante de tais fatos há uma questão: é possível vivermos com os fatos reais da vida sem a fé verdadeira e prática no Deus Único, Criador, Infinito e Pessoal?
Salomão revela os limites do ser humano e todos os seus recursos, desconstruindo todas as formas de auto-satisfação, autoconfiança e auto-suficiência.

Somos desafiados a “temer a Deus”.
Ec 3.14  Eu sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar, e nada se lhe pode tirar; e isso Deus faz para que os homens temam diante dele.
Ec 5.7  Porque na multidão dos sonhos há vaidades e muitas palavras; mas tu teme a Deus.
Ec 8.12, 13  Ainda que o pecador faça o mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, contudo eu sei com certeza que bem sucede aos que temem a Deus, porque temem diante dele;  ao ímpio, porém, não irá bem, e ele não prolongará os seus dias, que são como a sombra; porque ele não teme diante de Deus
Ec 12.13, 14  Este é o fim do discurso; tudo já foi ouvido: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é todo o dever do homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau.

Segundo a W. Tozzer “temer a Deus” abrange: conhecer, crer / confiar, amar, obedecer e servi-Lo. Conhecemos a Deus Pai, por meio da criação, da Bíblia e de Jesus Cristo – Senhor e Salvador, pela iluminação do Espírito Santo…
“Temer a Deus” é o princípio da sabedoria, alegria, satisfação e de uma vida plena de sentido, significado e propósito.

A vida “debaixo do sol”, sem a visão e a participação do Deus Infinito e Pessoal, Criador dos céus e terra, é uma bobagem – nada mais é do que uma cansativa rotina, com a busca da satisfação dos desejos, prazeres e realizações pessoais, tudo isso sem sentido e pleno de aflições!