Agradando a Deus
1 GUARDA o teu pé, quando entrares na casa de Deus; porque chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal. 2 Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu estás sobre a terra; assim sejam poucas as tuas palavras. 3 Porque, da muita ocupação vêm os sonhos, e a voz do tolo da multidão das palavras. 4 Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos; o que votares, paga-o. 5 Melhor é que não votes do que votares e não cumprires. 6 Não consintas que a tua boca faça pecar a tua carne, nem digas diante do anjo que foi erro; por que razão se iraria Deus contra a tua voz, e destruiria a obra das tuas mãos? 7Porque, como na multidão dos sonhos há vaidades, assim também nas muitas palavras; mas tu teme a Deus.
Mensagem: Deus se agrada do justo (sábio), ou seja, daquele que sob a capacitação e liderança do Espírito Santo, vive em conformidade com o caráter e a vontade de Jesus Cristo, reveladas na Bíblia – palavra de Deus.
I. INTRODUÇÃO
Recordando
Na 4ª. Mensagem – “Solidão – sem um consolador”, Ec 4, vimos que “Deus nos criou para nos relacionarmos com Ele e uns com os outros, e é nesse contexto de relacionamentos solidários, sadios e construtivos, que nos tornamos mais gente, e gente feliz e realizada”.
Hoje nós veremos que “Deus se agrada do justo (sábio), ou seja, daquele que sob a capacitação e liderança do Espírito Santo, vive em conformidade com o caráter e a vontade de Jesus Cristo, reveladas na Bíblia – palavra de Deus”.
O “sábio” do livro de Provérbios, Eclesiastes etc., é aquele que “teme a Deus e guarda os seus mandamentos”, Ec 5.7; 12.13.
No Novo Testamento o “sábio”, é o “justo”. E “justo” é aquele que por causa da fé em Cristo Jesus, Sua morte pelos pecados e ressurreição dentre os mortos, é absolvido da condenação do pecado, se torna filho de Deus, recebe o dom do Espírito Santo e da vida eterna… Mas, ele não apenas é posicionalmente justo, mas vive uma vida de fé, em “verdadeira justiça e santidade”, Romanos 3:21-26; Romanos 1:17; Efésios 4:24.
Deus se agrada do “justo”, mas ele não se agrada de tolos…
A raiz do problema do tolo é espiritual, e não mental. O que o tolo rejeita é o “temor do Senhor” (Provérbios 1:29 – “Porquanto aborreceram o conhecimento, e não preferiram o temor do Senhor”); e, é a sua impressão de bem estar que o levará a ruína - “Porque o desvio dos néscios os matará, e a prosperidade dos loucos os destruirá”, Provérbios 1:32.
Reflitamos sobre três diferenças cruciais entre o tolo e o justo, e no Espírito rejeitemos ser e agir como tolos, e persigamos um estilo de vida conformado com Jesus Cristo – Seu caráter e Sua vontade…
II. Três diferenças cruciais entre o tolo e o justo, em Ec 5.1-7
1ª diferença – soberba versus humildade na presença de Deus.
A. O tolo é soberbo diante de Deus, 5.1
“Guarda o teu pé” – atitude de reverência; postura correta…
O tolo se coloca de qualquer maneira diante de Deus, ele não tem uma atitude de respeito, de reverência, em reconhecimento a majestade e dignidade de Deus.
O tolo se esquece de que “Deus está nos céus” (5.2) – Ele é o Criador, Senhor dos Senhores, Juiz dos juízes, que Deus é Deus único e verdadeiro.
O tolo se esquece de que o ser humano está na “terra” – é criatura, e deve considerar sua pequenez diante do Criador, chegando-se diante Dele não com soberba, mas com humildade, pronto para ouvir e obedecer!
“Vede, pois, como ouvis…”. “Ouvir”, significa escutar e obedecer…
O tolo é sábio aos seus próprios olhos, e por isso vive segundo sua “cabeça”, suas opiniões, rejeitando o conhecimento, o conselho e a sabedoria divina (cf.
Romanos 1:21-23;
Efésios 3:17-18)… Ele não procura paciente e perseverantemente pela sabedoria divina; “engole e cospe” suas opiniões de modo precipitado e inconveniente; não reconhece sua insensatez, pois não imagina que esteja errado (
Provérbios 17:10– “Mais profundamente entra a repreensão no prudente, do que cem açoites no insensato”).
O tolo é sábio aos seus próprios olhos, e por isso vive segundo sua “cabeça”, suas opiniões, rejeitando o conhecimento, o conselho e a sabedoria divina… Ele é soberbo diante de Deus…
B. O justo é humilde diante de Deus, Ec 5.1; Romanos 1:17; Hebreus 11:5-6.
Se o tolo vive segundo as suas próprias opiniões, o justo vive por fé, andando em confiança e obediência a Deus, e Sua palavra.
Em Ec 5, encontramos as seguintes expressões de fé em Deus: “… Quando fores à casa de Deus”, “aproximar-se”, “estar na presença” de Deus…; “Sacrifício”, oferta…; e, “votos”.
O justo vive por fé, Romanos 1:17. Viver por fé é andar com Deus… Segundo a iluminação e capacitação do Espírito Santo conhecer, compreender, confiar e praticar a verdade – revelada na Bíblia, palavra de Deus.
No livro de Hebreus, na galeria dos heróis da fé, nós lemos que “Enoque obteve testemunho de haver agradado a Deus”, e que “Sem fé é impossível agradar a Deus”, Hebreus 11:5-6. Em Gênesis lemos que “Andou Enoque com Deus…” (5.2).
Logo, concluímos que a fé que nos leva a andar com Deus, é a fé que O agrada.
A verdadeira fé gera verdadeira obediência… E vida de obediência a Deus, é uma das marcas da humildade diante de Deus.
Jesus Cristo “achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. (cf. Filipenses 2:5-8).
O justo expressa sua humildade diante de Deus, ao viver pela fé, andando em confiança e obediência a Ele e a Sua palavra.
2ª. Diferença – precipitação versus prudência no falar.
A. O tolo precipita-se com a boca, 5.2
Ec 5.2 “Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus…”.
No muito falar há palavras néscias, tolas… (5.3).
Disse Jesus: “A boca fala do que o coração está cheio” (Lucas 6:45).
Como o coração do tolo está cheio de soberba, vaidade, futilidade, engano etc., as suas palavras são soberba, vaidade, futilidade, engano… (5.7).
Provérbios 18:2 “O insensato não tem prazer no entendimento, senão em externar o seu interior”.
Provérbios 18:7 “A boca do insensato é a sua própria destruição, e os seus lábios um laço para a alma” (cf. Provérbios 15:7, Provérbios 15:28).
O tolo fala sem pensar, sem refletir nas conseqüências das suas palavras, e sem perceber de que suas palavras “fazem mal”, e o fazem culpado diante de Deus (Ec 5.6; cf. Provérbios 26:18-19).
Por causa de seu comportamento no relacionamento com os outros, ele traz perturbação; insiste com suas idéias e palavras tolas (Provérbios 17:12), resultando em tristezas, amarguras e calamidades….
B. O justo reflete antes de falar, 5.6
“Deus está no céu”, 5.2. Ele é Senhor e Juiz.
Assim – “quando fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo” – “cumpre o voto que fazes”.
O justo tem uma vida de temor e tremor a Deus, por isso, entre outras coisas, ele reflete antes de falar.
Provérbios 10:32 “Os lábios do justo sabem o que agrada; porém a boca dos ímpios fala perversidades”.
Provérbios 13:3 “O que guarda a sua boca preserva a sua vida; mas o que muito abre os seus lábios traz sobre si a ruína”.
Provérbios 15:28 “O coração do justo medita no que há de responder; mas a boca dos ímpios derrama coisas más”.
Ec 5.6 – cuidado com a ira de Deus (cf. Hebreus 10:30-31).
Romanos 11:20-22, “… Não te ensoberbeças, mas teme”, “… Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus…”.
Jonathan Edwards… 1734, o reavivamento espiritual chegou a sua igreja… 1741, seu sermão “Pecadores nas mãos de um Deus irado”, ficou famoso pelo temor e tremor que gerou aos que o ouviam…
O sábio não brinca com Deus, mas teme e treme, levando Deus a sério.
Por isso o sábio reflete antes de falar, antes de assumir algum compromisso diante de Deus e dos homens…
3ª. Diferença – prometer e não cumprir versus cumprir o prometido.
A. O tolo promete e não cumpre, 5.4,5.
Ec 5:5 “Melhor é que não votes do que votares e não pagares”.
“Voto”, promessa, é compromisso assumido com Deus.
O voto era e é espontâneo, voluntário. Se alguém for assumir um compromisso, diante de Deus e dos homens, sabendo de antemão que não terá como cumprir o compromisso, é melhor não assumir o compromisso, não prometer, do que assumir, prometer, e não cumprir. Isto é tolice.
Por que será que por vezes assumimos compromissos, prometemos coisas, quando sabemos que não poderemos cumprir? Não será uma tentativa de sermos agradáveis aos outros, ou uma preocupação com a nossa imagem, ou uma busca de aceitação, ou por vaidade etc.? Mas, o não cumprir, não tem conseqüências desastrosas? O tolo, não considera nada disto!
Provérbios 26:18-19 “Como o louco que lança fogo, flechas e morte, assim é o homem que engana o seu próximo e diz: fiz isso por brincadeira”.
Vivemos em épocas de crise de integridade, e uma das características é as pessoas não cumprirem promessas e compromissos assumidos voluntariamente. Vemos isso no casamento, na igreja, na economia etc.
Em Atos 5:1-11 temos o exemplo de Ananias e Safira… Pedro os confrontou dizendo: “… Não mentiste aos homens, mas a Deus”. Morreram, disciplinados por Deus, por não cumprirem algo, que voluntariamente haviam prometido (Atos 5:4).
Não consistas que a tua boca te faça culpado… Te leve a pecar…
O tolo promete, não cumpre, e nem se preocupa com isto.
B. O justo cumpre o que promete.
Ec 5:4 “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. O que votares, paga-o”.
Mesmo quando os outros não cumprirem a sua parte, mesmo que os outros sejam infiéis, mesmo que eles sejam de difícil relacionamento etc., o justo sabe que no que depender dele, ele deve ser fiel aos termos do compromisso assumido (por isso é importante conhecer bem os termos do compromisso, antes de assumir).
“Quem examina cada questão com cuidado prospera, e feliz é aquele que confia no Senhor”, Provérbios 16:20.
Lembre-se: Deus é fiel, Ele cumpre o que promete, mesmo quando nós somos infiéis…
2 Timóteo 2:13 “Se somos infiéis, ele permanece fiel; porque não pode negar-se a si mesmo”.
Algumas dicas:
a. Seja responsável ao assumir todo e qualquer compromisso, 2 Coríntios 1:17;
b. Tenha uma palavra só, e não “sim” e “não” para o mesmo compromisso, 2 Coríntios 1:17 (cf Provérbios 17:20);
c. No que depender de você, cumpra sempre o prometido, 2 Coríntios 1:20;
d. Quando não puderes cumprir o prometido: reconheça a impossibilidade do cumprimento total ou parcial; comunique-se com quem você fez a promessa; se possível refaça os termos do compromisso; e, se necessário peça perdão.
Não ofereça a Deus “sacrifício de tolos” (Ec 5:1), mas “sacrifícios espirituais, aceitáveis a Deus por Jesus Cristo” (1 Pedro 2:5).
2 Coríntios 1:18-19 “Antes, como Deus é fiel, a nossa palavra a vós não é sim e não, porque o Filho de Deus, Cristo Jesus, que entre vós foi pregado por nós, isto é, por mim, Silvano e Timóteo, não foi sim e não; mas nele houve sim”.
Ec 5:4 “Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. O que votares, paga-o”.
O justo vota, e cumpre. E, trata de modo correto, ética e moralmente, o que não pode cumprir. É uma pessoa de caráter aprovado.
III. Conclusão
Deus não se agrada de sacrifício de tolos, Ec 5.4.
Se você tem sido tolo, arrependa-se dos seus pecados, creia em Cristo Jesus como único e suficiente Salvador, e seja Nele nova criatura vivendo em justiça e santidade, 2 Coríntios 5:17; Efésios 4:24…
Se você já é filho de Deus, por causa do arrependimento dos pecados e fé em Jesus Cristo como Salvador, mas tem agido como tolo – confesse o seu pecado, arrependa-se e peça perdão a Deus, e a quem você fez a promessa (isto é se você se lembrar de promessa feita, e não cumprida… Pode ser que com sinceridade, você não se lembre de alguma promessa feita, e não cumprida… Nesse caso trate apenas quando o Espírito Santo te lembrar)… 1 João 1:9;Provérbios 28:13-14.
Se alguém prometeu e não cumpriu, perdoe (Efésios 4:31-32), e lembre-se que por vezes há conseqüências que precisarão ser trabalhadas – por exemplo, a renegociação financeira de uma dívida, referente a um bem que alguém comprou de você, e você não tem como perdoar a dívida, “abrir mão daquele dinheiro”, mas você pode facilitar, renegociar o pagamento ou a devolução do bem…
Se alguém tem o hábito de prometer e não cumprir (há aqui um sério problema de caráter), não seja tolo, ingênuo, em confiar em novas promessas, sem que a pessoa no Espírito esteja tratando do seu pecado de tolice / infidelidade – “Como dente quebrado e pé sem firmeza, assim é a confiança no desleal, no tempo da angústia”, Provérbios 25:19.
Ec 5:7 “…. Teme a Deus”.
“Temer a Deus”- sujeição em adoração. Isto abrange: ter sede, amar e obedecer a Deus, e desviar-se do mal.
Conta-se que Ben Achmet, abandonou sua vida de sacerdote, e foi morar no deserto, numa caverna, como eremita. Ali ajudava os viajantes, dando-lhes água, curando suas feridas etc.
Sua fama de santidade se espalhou. Um dia ele foi procurado por Akaba, um ladrão que queria viver e ter a esperança da imortalidade. Akaba disse: “Eu tenho ladrões sobre o meu comando, escravos e dinheiro. Diga-me o que preciso fazer”. Ben Achmet levou-o para perto de um penhasco, e pediu que Akaba segurasse três pedras pesadas e o seguisse. Akaba não conseguia seguí-lo, e Ben ia ordenando que ele fosse soltando as pedras, uma a uma. Até que Akaba conseguiu chegar ao topo… Ben disse para Akaba: “você tem três cargas que o atrasam para um mundo melhor. Dispense seus ladrões. Liberte os escravos. Devolva o roubado, e você estará livre para um mundo melhor, sem ambição pelo poder, prazer e posses”.
Quais são as suas “pedras”? Soberba, precipitação no falar, ou prometer e não cumprir (desleal / infiel)?
1 PORTANTO nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta, 2 Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus.
Deus se agrada do justo (sábio), ou seja, daquele que sob a capacitação e liderança do Espírito Santo, vive em conformidade com o caráter e a vontade de Jesus Cristo, reveladas na Bíblia – palavra de Deus.