Santificação do Espírito Santo
"Vivendo Pela Fé" - Série em Romanos
Pr. Domingos M. Alves
15ª Mensagem - Romanos 8
18/10/2015
Mensagem: A habitação do Espírito Santo produz em verdadeiro cristão uma nova vida – a vida piedosa, conformada com o caráter de Cristo e que se satisfaz Nele.
Introdução
1. Recordando
“Viver pela fé significa crer na Palavra de Deus e lhe obedecer, independentemente de que como nos sentimos, do que vemos ou de quais possam ser as consequências” (Wiersbe).
No domingo, 11/10/15, concluímos a 14a. Mensagem, “Quem me levará a vitória?”, Rm 7.1-25.
Romanos 5 destaca a justificação pela fé, e os benefícios da justificação.
Romanos 6 Paulo destaca que estamos debaixo da graça, mas estar debaixo da graça não significa liberdade para pecar, pois em Cristo estamos mortos para o pecado e devemos viver em novidade de vida...
Romanos 7 Paulo destaca que a lei é espiritual e santa e justa e boa, mas não estamos debaixo da lei... E, Paulo fala sobre uma luta espiritual – o bem que quero fazer não faço; o mal que não quero fazer eu faço... v. 24, “Desventurado homem que sou! Quem me livrará...? No v. 25 Paulo afirma que a vitória está em Cristo...
O capítulo 8 destaca a santificação, a vida no Espírito, daquele que foi justificado, que vive debaixo da graça...
No capítulo 8 nós vemos que é o relacionamento de submissão do crente ao Espírito Santo que garante a vitória na vida cristã, a despeito das provações que ela apresenta, e veremos que o plano de Deus é nos conduzir a glorificação em Cristo Jesus (C. O. Pinto, F&D N.T., pág. 229).
O capítulo 8 contém a maior concentração de referências ao Espírito Santo no Novo Testamento, uma média de quase uma referência a cada dois
versículos... Até agora, em Romanos, Paulo se refere apenas ao Espírito Santo uma vez (5:5), mas no capítulo 8, ele menciona 17 vezes.
Este capítulo explica os benefícios da santificação disponibilizados através da presença e do poder do Espírito Santo na vida de cada verdadeiro cristão.
Mas, antes de refletirmos sobre os versículos de Rm 8, vamos refletir sobre a Pessoa do Espírito Santo.
I. Quem é o Espírito Santo?
1. É uma Pessoa
O Espírito Santo não é uma força, uma energia espiritual... O Espírito Santo é uma Pessoa: pode-se mentir ao Espírito Santo, At 5.3,4; insultar, Hb 10.28; blasfemar, Mt 12.31,32; entristecer, Ef 4.30...
Na Bíblia ainda podemos ver que o Espírito Santo: guia (Rm 8.14; At 8.29); intercede (Rm 8.26); testifica (Rm 8.16); fala (At 2.7); ordena (At 16.6,7); conduz (Jo 16.13); nomeia (At 20.28)...
2. É Deus
O Espírito Santo é uma Pessoa divina, é Deus, uma pessoa da trindade – Deus Pai, Deus Filho, Deus Espírito Santo - Mt 28.18-20; 2 Co 13.14; At 5.3,4; 2 Co 3.18.
II. Destacando um dos ministérios do Espírito Santo – avivamento espiritual, Rm 7.22-8.8
“O mundo só crê em si mesmo, no homem, no poder do homem e na bondade do homem” (Lloyd-Jones).
É o Espírito Santo que leva o ser humano pecador a se reconhecer como tal, e a se voltar arrependido para Deus Pai, por meio da fé em Jesus Cristo, usufruindo assim da justiça e escapando do juízo divino, Rm 8.1; Jo 16.8.
O Espírito nos dá nova vida, regenera, Rm 8.1-3; Jo 3.3-8; Tt 3.5.
“A consequência inevitável da não regeneração é a descrença”, Jo 3.11 (Packer).
A habitação do Espírito Santo produz em verdadeiro cristão uma nova vida – a vida piedosa, conformada com o caráter de Cristo e que se satisfaz Nele.
Avivamento espiritual:
Rm 7.22-8.8
O contraste é entre uma vida “dominada pela carne” (natureza pecaminosa) – 7.23; 8.4-10,12,13 – que produz “morte”, 8.6,13, e não “agrada a Deus”, 8.8; versus uma vida “dominada pelo Espírito” (sob a liderança do Espírito) – 8.4-6,9,11,13-16, que é “vida e paz”, 8.6, e agrada a Deus.
O Espírito Santo produz mudança no modo de pensar e leva o verdadeiro cristão a aplicar os princípios bíblicos na totalidade da vida.
Só existe um modo de viver a vida cristã verdadeira, é sendo “cheio do Espírito Santo”, “ser guiado pelo Espírito Santo”, Ef 5.18; Rm 8.14.
O Espírito Santo “está em mim para acabar com os velhos hábitos, purificar minhas motivações, dirigir minha atenção para novos objetivos, entre os quais o mais importante é o de se tornar semelhante ao Senhor Jesus Cristo (Rm 8.29)” (Billy Graham).
A teologia da prosperidade, a teologia do poder, a visão da missão integral quando sob a influência do marxismo e teologia da libertação, e alguns outros movimentos no meio evangélico, protestante, cristão, tiram o foco de Deus, da busca das verdades divinas, da piedade cristocêntrica, focando direta ou indiretamente a “piedade egocêntrica”, a “teologia da receita”.
“Os cristãos modernos têm a tendência de fazer da satisfação a sua religião” (Packer). É o que Packer chama de “piedade egocêntrica”.
Larry Crabb fala na “Teologia da receita”, cujo foco é o ser humano, suas necessidades, seu bem estar... Não foca Deus e a busca das verdades espirituais
O Espírito Santo não nos move no sentido da “piedade egocêntrica”, da “teologia da receita”, mas nos move no sentido de Deus, das verdades divinas, da piedade cristocêntria – caráter conformado com Jesus Cristo.
O Espírito Santo cria em nós um propósito de obediência (Agostinho discernia como graça preveniente) e nos sustenta na prática da obediência (graça cooperativa). Pela capacitação do Espírito Santo, os cristãos resolvem fazer determinadas coisas que são corretas e, de fato, as fazem, e desta maneira formam hábitos de fazer coisas corretas, e desses hábitos provém um caráter correto... O Espírito Santo opera por meios objetivos: verdade bíblica, oração, comunhão, adoração e a Ceia do Senhor; e, com eles, através de meios subjetivos de graça, mediante os quais nos abrimos para transformação, ou seja, ouvir, questionar-se, examinar-se, admoestar-se, compartilhar o que está no coração com outros e pesar qualquer reação que eles tenham... Estas ações de autodisciplina e esforço precisam ser abençoadas pelo Espírito Santo, para que haja êxito no processo de santidade (Packer).
“Santidade mediante a formação de hábitos não é auto santificação através de esforço próprio, mas é simplesmente uma questão de entender o método do Espírito e, então, entrar em sua dinâmica” (Packer).
O Espírito Santo nos lidera com o propósito de vivermos a anunciarmos a verdade, de produzirmos o fruto do Espírito, de glorificar a Jesus Cristo (Gl 5.22,23; At 4.31; Jo 16.12-14).
“O Espírito Santo habita com a igreja para dar testemunho de Cristo” (Packer).
Conclusão
Ser “cheio do Espírito Santo” não é o mesmo que ser “batizado” e “selado” no Espírito (1 Co 12.13; Ef 1.13,14). Ser “batizado”, assim como “selado”, no Espírito Santo é uma experiência única, definitiva e completa, e está relacionada ao tema da segurança e certeza da vida eterna.
Ser “cheio do Espírito Santo” é uma experiência diária e contínua. Há um mandamento – “enchei-vos do Espírito”, o que significa “estar sob a influência, liderança, do Espírito Santo”.
1. O que não fazer para ser “cheio do Espírito Santo”?
a) Não entristecer o Espírito Santo, Ef 4.30.
As “obras da carne” não agradam a Deus e entristecem o Espírito Santo, Rm 8.4-8; Gl 5.17-21.
“Carne” é a esfera onde o poder do pecado e o Diabo controlam, onde as obras da carne são praticadas.
Tome a decisão de no Espírito Santo fazer “morrer os atos do corpo” (natureza pecaminosa), Rm 8.13.
b) Não apagar o Espírito Santo, 1 Ts 5.19.
“Apago” o Espírito quando me recuso a agir sob a influência do Espírito. Quando “digo”: “Espírito, dá um tempo. Agora vou agir conforme meu pensamento, desejo e vontade”!
Tome a decisão de não recusar a obra do Espírito Santo em sua vida.
Saiba distinguir (1 Jo 4.1) e atenda aos “sussurros de Deus”, como diz Bill Hybells.
2. O que fazer para “ser cheio do Espírito Santo”?
a) Admitir nossa “miséria espiritual”, Rm 7.24; Ap 3.17.
Reconhecimento, confissão e abandono de pecado, 1 Jo 1.9.
Deus Pai, pela sua graça nos liberta, em Cristo Jesus, do “corpo sujeito a morte” (7.24), ou seja, do domínio do pecado.
Lembre-se: A habitação do Espírito Santo produz em verdadeiro cristão uma nova vida – a vida piedosa, conformada com o caráter de Cristo e que se satisfaz Nele.
b) Compreender que o Espírito Santo habita em você, Rm 8.9, 14-16; 1 Co 6.19.
Conheça... Creia... Aproprie-se... E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10).
Se você já pertence a Cristo (8.9), se é filho de Deus (8.15-17), viva para o Seu inteiro agrado.
Como? Praticando o que Deus nos ensina na Sua palavra (exemplo, o que temos visto e ainda veremos em Romanos).
c) Submeter-se ao Espírito Santo, Rm 8.9
Diga não a “teologia da receita”, a “piedade egocêntrica”...
Como diz Packer, entenda a dinâmica do Espírito Santo. Em submissão e dependência do Espírito Santo busque desenvolver ações de autodisciplina e esforço – oração, estudo bíblico, comunhão com a igreja etc., - que desenvolvem hábitos que cooperam para a formação de um caráter segundo Cristo.
“Submissão voluntária de ser controlado pelo Espírito Santo de Deus na totalidade de nossa vida, mente, coração e vontade” (Lloyd-Jones).
Isto nos leva a dar o “fruto do Espírito”, Gl 5.22-26; Ef 5.16ss.
Tenha o compromisso renovado de sempre procurar fazer a vontade de Deus.
Lembre-se:
A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de perseverante, e confiantemente aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp. 2.12,13; 1 Tm. 4.7-9; Tg. 1.22-27). Ao meditar nesta mensagem, pergunte-se:
* O que Deus quer transformar no meu modo de pensar e agir?
* Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?
* Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)?
Conheça... Creia... Aproprie-se... E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10).
(Esboço desenvolvido com base no Esboço do The MacArthur NT Commentary: Romanos 1-8, US: Moody, 1991; Comentários citados e ou desenvolvidos a partir de Dr. Constable's Notes on Romans, 2012 Edition; O Espírito Santo – ativando o poder de Deus em sua vida, Billy Graham, Ed. Vida Nova; Na Dinâmica do Espírito Santo – Uma avaliação das práticas e doutrina, J.I. Packer, Ed. Vida Nova)
Pr. Domingos M. Alves domingos.a@novaalianca.com
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Ribeirão Preto - SP
Outubro de 2015