Vida no Espírito - Eleição e Adoção
"Vivendo Pela Fé" - Série em Romanos
Pr. Domingos M. Alves
17ª Mensagem - Romanos 8.14-30
06/12/2015
Vida no Espírito - Eleição e Adoção
Romanos 8.14-30
Mensagem: Todo aquele que verdadeiramente crê em Jesus Cristo como único e suficiente Salvador, tem no poder e na direção do Espírito Santo os recursos espirituais para o viver autêntico e vitorioso, que agrada a Deus.
Introdução
1. Recordando
“Viver pela fé significa crer na Palavra de Deus e lhe obedecer, independentemente de que como nos sentimos, do que vemos ou de quais possam ser as consequências” (Wiersbe).
No capítulo 8 de Romanos, nós estamos refletindo de que “todo aquele que verdadeiramente crê em Jesus Cristo como único e suficiente Salvador, tem no poder e na direção do Espírito Santo os recursos espirituais para o viver autêntico e vitorioso que agrada a Deus”.
No domingo, 01/11/15, na 17ª. Mensagem, refletimos sobre a “Vida no Espírito Santo - Santificação”, Romanos 8.4-13. Vimos que a santificação – é mais uma das características do viver no Espírito, do viver um cristianismo autêntico e vitorioso, do viver que agrada a Deus.
Hoje (06/12/15), 18ª. Mensagem - Eleição e Adoção, 8.14-30; e, depois, 19ª. Mensagem – Segurança e vitória, 8.28-39.
2. Nesta mensagem de hoje – Eleição e Adoção, 8.14-30.
1. Não pretendemos colocar Deus no banco dos réus.
Não pretendemos acusar Deus de injusto, parcial, arbitrário.
Até porque quem somos nós para julgar Deus?
Deus usa de sua misericórdia e graça a quem Ele quer.
“Logo, tem ele misericórdia de quem quer e também endurece a quem lhe apraz. Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade? Quem és tu ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim? Ou não tem o oleiro o direito sobre a massa, para do
mesmo barro fazer um para honra e outro, para desonra?”, Rm 9.18-22 (ARA).
2. Não pretendemos desencorajar a obra da evangelização e missões.
O mesmo apóstolo que afirma a soberana graça de Deus na salvação, também afirma:
Rm 1 “15 Pois sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes; 16 por isso, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vós outros, em Roma” (ARA).
Rm 15 “18 Porque não ousarei discorrer sobre coisa alguma, senão sobre aquelas que Cristo fez por meu intermédio, para conduzir os gentios à obediência, por palavra e por obras, 19 por força de sinais e prodígios, pelo poder do Espírito Santo; de maneira que, desde Jerusalém e circunvizinhanças até ao Ilírico, tenho divulgado o evangelho de Cristo, 20 esforçando-me, deste modo, por pregar o evangelho, não onde Cristo já fora anunciado, para não edificar sobre fundamento alheio; 21 antes, como está escrito: Hão de vê-lo aqueles que não tiveram notícia dele, e compreendê-lo os que nada tinham ouvido a seu respeito” (ARA).
3. Não pretendemos tirar a completa responsabilidade humana por suas ações.
Para os Arminianos (Jacó Armínio) - "a diferença (entre os que aceitam e não aceitam) deve ser encontrada no próprio homem"; para os Calvinistas (João Calvino) - "a diferença deve ser encontrada em Deus" (Kennedy).
“Nenhuma passagem das Escrituras ensina que Deus predestina as pessoas à condenação eterna. A condenação de tais pessoas deve-se a recusa em crer em Cristo (Jo 3.18-21)” (Wiesrbe, pág. 705).
Rm 10 “16 Mas nem todos obedeceram ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem acreditou na nossa pregação? 17 E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo. 18 Mas pergunto: Porventura, não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra se fez ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. 19 Pergunto mais: Porventura, não terá chegado isso ao conhecimento de Israel? Moisés já dizia: Eu vos porei em ciúmes com um povo que não é nação, com gente insensata eu vos provocarei à ira. 20 E Isaías a mais se atreve e diz: Fui achado pelos que não me procuravam, revelei-me aos que não perguntavam por mim. 21 Quanto a Israel, porém, diz: Todo o dia estendi as mãos a um povo rebelde e contradizente”. (ARA).
Na mensagem de hoje, vamos focar de que: Deus na sua soberana graça nos chamou e predestinou para adoção de filhos, por meio da fé em Cristo Jesus, com o propósito de sermos conformado a imagem do seu Filho e vivermos a vida plena Nele, para Sua glória.
I. O que é “eleição”?
Rm 8 “28 Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito. 29 Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. 30 E aos que predestinou, a esses também chamou; e aos que chamou, a esses também justificou; e aos que justificou, a esses também glorificou... 33 Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica” (ARA).
A eleição é um termo relacionado com a salvação. Eleição, ‘ekloge’, é o ato de Deus escolher seu povo para a salvação (Culver) – Rm 8.33; 9.11; 11.5, 28; 1 Ts 1.4; 2 Pe 1.10.
Eleição - é, pois, a obra soberana de Deus, segundo o Seu propósito e vontade, predeterminada por Sua preordenação, na qual Ele seleciona aqueles através dos quais o desígnio divino será cumprido (J. Dwight Pentecost, A Sã Doutrina, Ed. Mundo Cristão, 1981, p. 124).
A eleição é totalmente pela graça, baseada no bom favor, vontade e propósito de Deus, não nos esforços e ou méritos humanos. A nossa escolha de Deus, sem exceção, é precedida pela escolha Dele em nos eleger com graça eficaz para respondermos de forma favorável.
A eleição também ocorre “de acordo” (não com base) com o conhecimento e a presciência de Deus.
Deus na sua soberana graça nos chamou e predestinou para adoção de filhos, por meio da fé em Cristo Jesus, com o propósito de sermos conformado a imagem do seu Filho e vivermos a vida plena Nele, para Sua glória.
II. Deus completará a sua obra de acordo com Seu propósito.
Rm 8.28-30 identifica em um único grupo exclusivo (Culver, pág. 891,892):
a) Os “que amam a Deus” – os que amam a Deus são aqueles a quem Ele tem conhecido, 1 Co 8.3 (Leenhardt, pág. 229). Este conhecimento é uma experiência, aonde se estabelece uma relação, uma comunhão.
b) “Os chamados” – Deus, por meio do Evangelho de Jesus Cristo, e pela atuação do Espírito Santo, atrai para si todos os que ele escolheu para a salvação, 1.7. Chamados das trevas para a luz, da morte eterna para a vida eterna...
O agente da chamada é o Espírito Santo. Somos capacitados pelo Espírito Santo para atender o chamado de Deus; o instrumento é a palavra de Deus; os objetos são os pecadores eleitos de Deus - 2 Ts 2.13,14.
c) Os que de antemão conheceu – Deus predestinou e conheceu de antemão. Não predestinou porque conheceu de antemão;
d) Predestinou – lit., “destinar, designar ou determinar antecipadamente”. Aqueles, que Deus escolhe, ele destina para o seu propósito final – que é a semelhança com o seu filho (MacArthur).
Culver, pág. 888, citando Wayne Gruden, Teologia Sistemática, Apendice 1, Vida Nova, escreveu: “A predestinação para a Vida é o eterno propósito de Deus, pelo qual (antes de lançado os fundamentos do mundo) tem constantemente decretado por seu conselho a nós oculto, livrar da maldição e condenação os que elegeu em Cristo dentre o gênero humano, e conduzi-los por Cristo à salvação eterna, como vasos para honra”.
e) Justificou – perdão da culpa e do castigo pelo pecado, e a imputação da justiça de Cristo ao cristão, que concede a justiça positiva de que o ser humano necessita para que seja aceito por Deus (MacArthur); declarado justo;
f) Glorificou – o cristão já foi glorificado em Cristo. “A vontade divina já está firmada na eternidade de Deus, nada contra ela podendo as peripécias da história” (Leenhardt).
Rm 8 “17 Ora, se somos filhos, somos também herdeiros, herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo; se com ele sofremos, também com ele seremos glorificados”.
Deus na sua soberana graça nos chamou e predestinou para adoção de filhos, por meio da fé em Cristo Jesus, com o propósito de sermos conformado a imagem do seu Filho e vivermos a vida plena Nele, para Sua glória.
Conclusão
Alguns desafios:
A) Vivamos segundo os propósitos da eleição e predestinação.
Ef 1 “5 nos predestinou para ele, para a adoção de filhos, por meio de Jesus Cristo...” (Rm 8.15,16).
Rm 8 “29 ... para serem conformes à imagem de seu Filho...”.
1 Pe 2 “9 ... sois raça eleita, ... , a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.
Ef 1 “4 assim como nos escolheu, ... , para sermos santos e irrepreensíveis perante ele...”; 12 a fim de sermos para louvor da sua glória ...” (Rm 8.29; 1 Co 10.31).
B) Sejamos humildes e exaltemos a Deus pela salvação eterna.
Todo mérito e toda glória é de Deus. Graças a Deus pela salvação eterna.
Ser humano (Kennedy):
Estado da inocência - capaz de fazer o bem e capaz de cair no pecado;
Estado de pecado - capaz somente de pecar;
Estado de graça - capaz de fazer o bem e de pecar;
Estado de glória - selado para praticar somente o bem.
Rejeitamos a soberania de Deus na salvação, por causa do orgulho humano em afirmarmos a nossa liberdade e ou a nossa natureza boa...
Rm 11 “36 Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém!” (Cl 3.17).
C) Vivamos com coragem e consolo no Espírito Santo.
Rm 8 “14 Pois todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. 15 Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai. 16 O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus... 18 Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós... própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus.... 23 E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. 24 Porque, na esperança, fomos salvos. Ora, esperança que se vê não é esperança; pois o que alguém vê, como o espera? 25 Mas, se esperamos o que não vemos, com paciência o aguardamos.
Não somos mais “escravos”, e nem temos motivo para ter “medo“, pois somos filhos de Deus - “adotados – Aba Pai”...
“Cristianismo é um relacionamento todo suficiente, com o Deus Todo suficiente” (MacArthur).
O Espírito nos ajuda na oração, Rm 8:26,27; Ef 6:18.
“Pai, santificado seja o teu nome...” (Lc 11.2) – relacionamento entre Pai e filhos...
Rm 8 “26 Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis. 27 E aquele que sonda os corações sabe qual é a mente do Espírito, porque segundo a vontade de Deus é que ele intercede pelos santos” (1 Ts 5.17).
D) Comprometa-se com a obra da evangelização.
O ser humano possui livre arbítrio? Não. Melhor falar que o ser humano é um ser livre. Ele age segundo sua mente e o coração lhe dizem como agir (Kennedy).
O ser humano tem de escolher o que quer fazer. Mas, esse ser humano livre para escolher, ele não é moralmente livre – para amar a Deus, arrepender-se dos seus pecados, aceitar, mediante a fé, Jesus Cristo como único e suficiente Salvador.
Rm 8.7,8 - o homem sem Cristo não está sujeito à lei de Deus; está morto em seus pecados - Rm 6.23; Ef 1.1,2; esse ser humano pecador não tem liberdade de praticar o bem, viver segundo Deus... Jo 8.33,34, 36. Ele sem Cristo não é livre; é escravo do pecado.
Devemos aprender a combinar a doutrina da eleição com a oferta universal da salvação pela fé em Jesus Cristo... O exemplo de Jesus Cristo, e o apóstolo Paulo – Mt 11.25-27 c/ 11.28,29; Rm 8.28-20 c/ 10.10-15.
“Nós precisamos levar em consideração ambos os fatores; a soberania divina e o peso da responsabilidade humana. Sim, precisamos considerar a doutrina da eleição; mas também precisamos dispor favoravelmente os nossos corações" (Spurgeon).
Esta é a tensão (não contradição) com a qual teremos que conviver, como dizia o Prof. Carlos O. Pinto (SBPV, Atibaia, SP).
Como disse Culver, temos que sair para a tarefa do evangelismo com a sabedoria de Deus e a soberania da sua eleição e a responsabilidade do ser humano responder pela fé.
“O Espírito Santo habita com a igreja para dar testemunho de Cristo” (Packer).
“Deus preordenou o fim e os meios - por isso devemos orar por conversões, e pregar o evangelho de Jesus Cristo” (Kennedy).
Lembre-se:
A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de perseverante, e confiantemente aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp. 2.12,13; 1 Tm. 4.7-9; Tg. 1.22-27). Ao meditar nesta mensagem, pergunte-se:
* O que Deus quer transformar no meu modo de pensar e agir?
* Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?
* Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)?
Conheça... Creia... Aproprie-se... E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10).
(Esboço desenvolvido com base: Foco & Desenvolvimento no Novo Testamento, Carlos O. Pinto, Hagnos, 2ª. Ed. Revisada e Atualizada, 2014; Eleição, C. H. Spurgeon, Ed. Fiel, 2011; Verdades que Transformam - Doutrinas Cristãs para os dias de hoje, D. James Kennedy, Ed. Fiel, 2012; Os Batistas e A Doutrina da Eleição, Robert B. Selph, Ed. Fiel, 1990; A Sã Doutrina, J. Dwight Pentecost, Ed. Mundo Cristão, 1981; Novo Testamento 1 – Comentário Bíblico Expositivo, Warren W. Wiersbe, Ed. Geográfica, 2014; Bíblia de Estudo MacArthur – Almeida Revista e Atualizada, Sociedade Biblica do Brasil, 2010; Teologia Sistemática – Bíblia e História, Robert D. Culver, Ed. Shedd Publicações, 2012; Epístola aos Romanos – Comentário Exegêtico, F. J. Leenhardt, ASTE, 1969; Esboço do The MacArthur NT Commentary: Romanos 1-8, US: Moody, 1991; Comentários citados e ou desenvolvidos a partir de Dr. Constable's Notes on Romans, 2012 Edition)
Pr. Domingos M. Alves domingos.a@novaalianca.com
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Ribeirão Preto - SP
Dezembro de 2015