Deus fracassou?
Mensagens Bíblicas
"Vivendo pela fé”
Série em Romanos
20a. Mensagem
Pr Domingos M. Alves
07/02/16
Romanos 9.1-13
Mensagem: Deus é fiel e cumpre o que promete, mesmo quando nós somos infiéis
"se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo" 2 Tm 2:13 (ARA)
Introdução
1. Recordando
No domingo, 17 e 24/01/16 refletimos sobre “Vida no Espírito - Segurança e Vitória”, Rm 8.28-39. Refletimos sobre duas afirmações divinas que fundamentam a nossa segurança e vitória em Jesus Cristo: I. Não há nenhuma condenação para quem está em Jesus Cristo (17/01/16); II. Nada poderá nos separar do amor de Deus, que está em Cristo (24/01/16).
Esta foi a 19ª. mensagem, desta Série em Romanos, denominada “Vivendo pela fé”. Nesta série temos focado que: “Viver pela fé significa crer na Palavra de Deus e lhe obedecer, independentemente de que como nos sentimos, do que vemos ou de quais possam ser as consequências” (Wiersbe).
2. Hoje (07/02/16) – “Há injustiça da parte de Deus?”, Rm 920ª. Mensagem
O apóstolo Paulo dedica três capítulos 9 a 11 para falar sobre a nação de Israel. Vários autores, entre eles Wiersbe, levantam a questão, por que Paulo não passou dos ensinamentos doutrinários de Romanos 8 aos deveres práticos de Romanos 12 a 15?
Conclui-se de que Rm 9 a 11 é uma parte necessária da argumentação de Paulo em favor da justificação pela fé (Wiersbe).
Wiersbe, apresenta o seguinte esboço, Rm 9-11:
Rm 9 - a eleição passada de Israel.
Paulo defende o caráter de Deus mostrando que a história de Israel engrandece os atributos de Deus – fidelidade, 9.1-13; justiça, 9-14-18; equidade, 9.19-29; e, graça, 9.30-33;
Rm 10 - a rejeição presente de Israel.
Paulo apresenta os motivos da rejeição, 10.1-13; a solução para essa rejeição, 10.14-17; e os resultados de sua rejeição.
Rm 11 - a restauração futura de Israel.
Neste capítulo Paulo apresenta que Deus ainda tem um plano para Israel, apresentando testemunhas de que Deus não desistiu: o apóstolo Paulo, 11.1; o profeta Elias, 11.2-10; os gentios, 11.11-15; os patriarcas, 11.16-24; e, o próprio Deus, 11.25-36.
Mas, há em Rm 9 a 11 uma questão doutrinária a ser tratada... Se Paulo em Rm 8 falou da segurança dos cristãos por causa da eleição divina, como explicar o fato de que o povo de Israel ter sido colocado de lado tendo sido eles eleitos por Deus? (Wiersbe).
Bruce, pergunta, como harmonizar o fato de Israel ter rejeitado o Messias, com o fato de Deus ter escolhido Israel, e com o seu expresso propósito de abençoar o mundo por meio de Israel? (F. F. Bruce, Romanos Introdução e Comentário, Ed. Mundo Cristão e Vida Nova, 1979, p. 149).
No início de Rm 9.1-3, Paulo fala de sua tristeza, dor, por causa da perdição de Israel.
Embora houvessem judeus indignados com o apóstolo por causa do seu ministérios aos gentios e seus ensinos sobre a justificação pela fé, Paulo demonstra seu amor por Israel e seu povo – 9.1-3; 10.1 (Wiersbe)
4-5, Paulo relembra as bênçãos de Israel: adoção - escolha divina e soberana como povo de Deus, povo da aliança, Êx 4.22,23; a glória (shekiná) – habitação e presença de Deus – tabernáculo e templo, Êx 40.34-38, 24.16,17; 1 Rs 8.11; alianças – promessas, acordos com Noé, Abraão, Moisés, Davi, ... ; lei - Moisés, Monte Sinai ...; culto - templo ... ; promessas - o Messias ... ; os patriarcas - Abraão, Isaque e Jacó; deles descende o Cristo, segundo a carne, como homem – Cristo que é sobre todos, é Deus bendito para sempre.
Mas, apesar de todas essas bênçãos, Israel fracassou. Rejeitou o Messias – Mt 23:37; At 2:36.
O fracasso de Israel significa o fracasso de Deus? Não!
“E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado...”, 9.6.
O plano de Deus para suprir as necessidades morais do homem por meio do Evangelho não é frustrado pela resposta negativa de Israel à oferta divina de justiça por meio da fé e por seu temporário alijamento como resultado disso (Carlos O. Pinto, Foco & Desenvolvimento no Novo Testamento, 2a. Edição Revisada e Atualizada, Ed. Hagnos, p. 245).
O afastamento da nação de Israel não está em desarmonia com as promessas de divinas - 9.6-13 (J. Sidlow Baxter, Examinai as Escrituras, Atos a Apocalipse, Ed. Vida Nova, 1989, p. 89-92).
O argumento divino para provar que a palavra de Deus não falhou:
I. A promessa de Deus é para os filhos de Deus, 9.6-9
“6 Não pensemos que a palavra de Deus falhou. Pois nem todos os descendentes de Israel são Israel. 7 Nem por serem descendentes de Abraão passaram todos a ser filhos de Abraão. Ao contrário: “Por meio de Isaque a sua descendência será considerada”. 8 Noutras palavras, não são os filhos naturais que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa é que são considerados descendência de Abraão. 9 Pois foi assim que a promessa foi feita: “No tempo devido virei novamente, e Sara terá um filho”.” (NVI)
Nem todos os de Israel são israelitas, nem todos os descendentes naturais de Abraão são herdeiros da promessa.
9.8 "filhos naturais" - exemplo os filhos de Abraão com Agar e Quetura... Gn 17.19-21. Isaque, filho de Abraão e Sara - o filho da promessa...
Vejamos o que Jesus afirmou em João 8, aos descendentes de Abraão
“37 Eu sei que vocês são descendentes de Abraão. Contudo, estão procurando matar-me, porque em vocês não há lugar para a minha palavra.
"40 Mas vocês estão procurando matar-me, sendo que eu falei a vocês a verdade que ouvi de Deus; Abraão não agiu assim.
“44 Vocês pertencem ao pai de vocês, o Diabo, e querem realizar o desejo dele. Ele foi homicida desde o princípio e não se apegou à verdade, pois não há verdade nele. Quando mente, fala a sua própria língua, pois é mentiroso e pai da mentira.” (NVI).
Aplicação:
A palavra de Deus não falhou e nem falha, Deus tem seus filhos fiéis entre "cincuncisos" (judeus) e "incircuncisos" (gentios).
Rm 4.12-13 - “e é igualmente o pai dos cincuncisos que não somente são cincuncisos, mas também andam nos passos da fé que teve nosso pai Abraão antes de passar pela circuncisão. Não foi mediante a Lei que Abraão e a sua descendência receberam a promessa de que ele seria herdeiro do mundo, mas mediante a justiça que vem da fé.” (NVI)
“Veio para o que era seu, mas os seus não o receberam. Contudo, aos que o receberam, aos que creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus, os quais não nasceram por descendência natural, nem pela vontade da
carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram de Deus.” João 1:11-13 (NVI).
II. A escolha é baseada na soberania e misericórdia de Deus, 9.10-13
“10 E esse não foi o único caso; também os filhos de Rebeca tiveram um mesmo pai, nosso pai Isaque. 11 Todavia, antes que os gêmeos nascessem ou fizessem qualquer coisa boa ou má—a fim de que o propósito de Deus conforme a eleição permanecesse, 12 não por obras, mas por aquele que chama—, foi dito a ela: “O mais velho servirá ao mais novo”. 13 Como está escrito: “Amei Jacó, mas rejeitei Esaú”.” (NVI)
9.13; Ml 1.1-3; Jacó - Israel; Esaú - Edom.
“Pois aqueles que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos. E aos que predestinou, também chamou; aos que chamou, também justificou; aos que justificou, também glorificou.” Rm 8:29-30 (NVI).
“Pois ele diz a Moisés: “Terei misericórdia de quem eu quiser ter misericórdia e terei compaixão de quem eu quiser ter compaixão”. Portanto, isso não depende do desejo ou do esforço humano, mas da misericórdia de Deus.” Rm 9:15-16 (NVI).
A escolha de Deus é baseada na sua soberania e misericórdia e não no mérito humano.
Aplicação:
A palavra de Deus não falhou e nem falha, porque Sua escolha é baseada em sua soberania e misericórdia e ele ainda tem um plano futuro para Israel (Rm 11).
“Houve tempo em que nós também éramos insensatos e desobedientes, vivíamos enganados e escravizados por toda espécie de paixões e prazeres. Vivíamos na maldade e na inveja, sendo detestáveis e odiando uns aos outros. Mas, quando, da parte de Deus, nosso Salvador, se manifestaram a bondade e o amor pelos homens, não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador. Ele o fez a fim de que, justificados por sua graça, nos tornemos seus herdeiros, tendo a esperança da vida eterna. Fiel é esta palavra, e quero que você afirme categoricamente essas coisas, para que os que creem em Deus se empenhem na prática de boas obras. Tais coisas são excelentes e úteis aos homens.” Tt 3:3-8 (NVI).
Conclusão
Deus, assim como a sua palavra, não fracassou apesar do povo eleito, povo da aliança ter rejeitado o Messias.
Deus é fiel e cumpre o que promete, mesmo quando nós somos infiéis.
"se somos infiéis, ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo" 2 Tm 2:13 (ARA)
Lembre-se:
A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de perseverante, e confiantemente aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp. 2.12,13; 1 Tm. 4.7-9; Tg. 1.22-27). Ao meditar nesta mensagem, pergunte-se:
* O que Deus quer transformar no meu modo de pensar e agir?
* Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?
* Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)?
Conheça... Creia... Aproprie-se... E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10).
Pr. Domingos M. Alves domingos.a@novaalianca.com
www.novaalianca.com
Ribeirão Preto - SP
Fevereiro de 2016