Que diremos, pois?

Mensagens Bíblicas
"Vivendo pela fé”
Série em Romanos
23a. Mensagem
Pr Domingos M. Alves
27/03/16

Romanos 9.30-10.21

Mensagem: A soberania de Deus não tira do ser humano a responsabilidade por sua reação ao evangelho de Jesus Cristo e pelo seu destino eterno.

 

Introdução

1. Recordando

No domingo, 13/03/16 refletimos sobre “Quem és tu, ó homem para discutires com Deus?!”, Rm 9.19-29, 22ª. mensagem... Vimos que Deus tem plena autoridade e poder e liberdade para agir segundo sua justiça e misericórdia.

2. Hoje (27/03/16) – Que diremos, pois?

Tratando sobre a incredulidade humana e graça divina, depois de ter “considerado o problema do ponto de vista da eleição divina, Paulo agora o considera do ponto de vista da responsabilidade humana” (Bruce, p. 160).

O fracasso de Israel não pode ser atribuído a nenhuma falha inerente ao evangelho, ou injustiça em Deus, mas à tentativa culpável dos judeus de obter mérito com Deus por meio de obras de justiça humana, e não pela fé (9.30-10.21). (Carlos O. Pinto, p. 230).

Na 18a. mensagem desta série, ao falar sobre “Eleição e Adoção”, 8.14-30, na Introdução afirmei que não pretendemos: 1. Colocar Deus no banco dos réus, Rm 9.18-22; 2. Desencorajar a obra da evangelização e missões, Rm 1.15,16; 15.18-21; 3. Tirar a completa responsabilidade humana por suas ações, Rm 10.16-21.

 

A triste condição de Israel é que eles:

- tinham zelo por Deus sem a submissão ao Messias (isto é ‘epignosis’ “entendimento”, 10.2) – 10.2 “Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento”;

- eles tinham a consciência da verdade sem obedecê-la (10.18-21) – 18 Mas pergunto: Porventura, não ouviram? Sim, por certo: Por toda a terra se fez ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. 19 Pergunto mais: Porventura, não terá chegado isso ao conhecimento de Israel? Moisés já dizia: Eu vos porei em ciúmes com um povo que não é nação, com gente insensata eu vos provocarei à ira. 20 E Isaías a mais se atreve e diz: Fui achado pelos que não me procuravam, revelei-me aos que não perguntavam por mim. 21 Quanto a Israel, porém, diz: Todo o dia estendi as mãos a um povo rebelde e contradizente.

 

A soberania de Deus não tira do ser humano a responsabilidade por sua reação ao evangelho de Jesus Cristo e pelo seu destino eterno.

No contexto histórico e teológico do que ocorreu com Israel concluímos sobre três verdades:

 

I. Os incrédulos tropeçam em Jesus Cristo – a Rocha, 9.30-10.4.

Rm 9 - 30 Que diremos, pois? Que os gentios, que não buscavam a justificação, vieram a alcançá-la, todavia, a que decorre da fé;

Seria absurdo dizer que obtiveram o que não buscavam, a não ser que Deus graciosamente os enlaçasse enquanto ainda eram ainda transviados e errantes, e lhes oferecesse uma justificação pela qual não sentiam nenhuma aspiração, visto que lhes era desconhecida (Calvino, p. 407).

 

31 e Israel, que buscava a lei de justiça, não chegou a atingir essa lei.

Embora Israel dependa da justiça da lei, ele não obteve o genuíno método de justificação, ou, seja: aquela que é prescrita pela lei (Calvino, p. 408).

 

32 Por quê? Porque não decorreu da fé, e sim como que das obras. Tropeçaram na pedra de tropeço 33 como está escrito: Eis que ponho em Sião uma pedra de tropeço e rocha de escândalo, e aquele que nela crê não será confundido.

Is 8 - 6 Em vista de este povo ter desprezado as águas de Siloé, que correm brandamente, e se estar derretendo de medo diante de Rezim e do filho de Remalias, 7 eis que o Senhor fará vir sobre eles as águas do Eufrates, fortes e impetuosas, isto é, o rei da Assíria, com toda a sua glória; águas que encherão o leito dos rios e transbordarão por todas as suas ribanceiras. [...] 13 Ao SENHOR dos Exércitos, a ele santificai; seja ele o vosso temor, seja ele o vosso espanto. 14 Ele vos será santuário; mas será pedra de tropeço e rocha de ofensa às duas casas de Israel, laço e armadilha aos moradores de Jerusalém. 15 Muitos dentre eles tropeçarão e cairão, serão quebrantados, enlaçados e presos. (cf. Is 28.16; 1 Pe 2.10).

 

Tentar chegar a Deus como fruto de méritos próprios é chocar contra a Rocha que despedaça e frustra o ser humano; é atentar contra a Pessoa de Jesus Cristo e Sua obra pela salvação eterna dos pecadores – At 4.12; Jo 14.6; 1 Pe 2.10.

 

Rm 10 - 1 Irmãos, a boa vontade do meu coração e a minha súplica a Deus a favor deles são para que sejam salvos. (cf. 9.1-3). 2 Porque lhes dou testemunho de que eles têm zelo por Deus, porém não com entendimento. 3 Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus. 4 Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê.

 

A vida e a justiça são acessíveis mediante a fé em Cristo; portanto, ninguém precisa tentar obter estas bênçãos por meio da lei (Bruce, p. 165).

Crer em Jesus Cristo como Senhor e Salvador põe fim à busca inútil do pecador pela justiça por meio de suas tentativas imperfeitas de salvar a si mesmo pelos esforços em obedecer a lei (cf. 3.20-22; Is 64.6; Cl 2.13-14) (MacArthur).

 

Desafio: Estar convicto da verdade de que o ser humano que procura obter a justiça de Deus por meio de méritos e esforços humanos e ou justiça própria, ele encontrará em Jesus Cristo a Rocha que o fará fracassar e o condenará a perdição eterna.

 

II. A oferta divina de justiça está disponível e reconhecível nas Escrituras, 10.5-13.

Por vezes há a crença distorcida de que o Velho Testamento tem o foco na Lei, na justiça proveniente da Lei, enquanto o Novo Testamento foca a graça, a justiça proveniente da fé. O apóstolo Paulo citando Lv 18.5 (Rm 10.5) e Dt 30.11-15 (Rm 10.6-8), argumenta que o Velho Testamento, também, já anunciava a oferta da justiça divina para todo aquele que crê em Deus... O Velho e o Novo Testamento focam e anunciam a justiça de Deus por meio da fé no Servo sofredor, no Cordeiro de Deus, no Messias - Jesus Cristo.

O apóstolo Paulo referindo-se a Lv 18.5, afirmou:

Rm 10 - 5 Ora, Moisés escreveu que o homem que praticar a justiça decorrente da lei viverá por ela.

Depois, citando Dt 30.11-15, afirmou:

Rm 10 - 6 Mas a justiça decorrente da fé assim diz: Não perguntes em teu coração: Quem subirá ao céu?, isto é, para trazer do alto a Cristo; 7 ou: Quem descerá ao abismo?, isto é, para levantar Cristo dentre os mortos. 8 Porém que se diz? A palavra está perto de ti, na tua boca e no teu coração; isto é, a palavra da fé que pregamos.

 

Deus trouxe até nós a Sua salvação em Cristo. Não temos que “escalar os degraus dos céus” para procurá-la, pois Cristo desceu à terra com ela. Não precisamos “descer às profundezas” por ela, pois Cristo ressuscitou dos mortos para no-la assegurar. Ela está aqui presente e ao nosso alcance (Bruce, p. 163, 164).

 

10 - 9 Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. 10 Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação.

 

Confessares (homologeō) – dizer a mesma coisa, concordar... Nesse caso, dizer a mesma coisa que Deus Pai, acerca de Seu Filho...

A fé salvadora é a fé na ressurreição: “Se Cristo não ressuscitou é vã a vossa fé” (1 Co 15.17). E a confissão de Cristo é profissão pública: “Jesus é Senhor”... (Bruce, p.164).

1 Co 12.3.

É a profunda convicção pessoal, sem reservas, de que Jesus é o próprio Senhor da pessoa. A frase engloba, arrependimento de pecado, confiança em Jesus para a salvação e submissão a ele como Senhor. Esse é o elemento volitivo da fé (MacArthur).

 

11 Porquanto a Escritura diz: Todo aquele que nele crê não será confundido.

Confundido (kataischunō) – envergonhado, decepcionado.

 

12 Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para com todos os que o invocam. 13 Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

Invocar (epikaleomai) – um clamor a Deus; clamar ao reconhecer a sua condição de pecador perdido, sem quaisquer recursos para se salvar a si mesmo...

 

Desafio: Estar convicto de que a justiça de Deus, revelada em Jesus Cristo e nas Escrituras Sagradas, está ao alcance do ser humano por meio da fé em Jesus Cristo, por isso ele é indesculpável diante de Deus.

III. Devemos proclamar a justiça divina por meio da fé, 10.14-21

Rm 10 - 14 Como, porém, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? 15 E como pregarão, se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam coisas boas!

Formosos os pés – figura de linguagem referindo-se aos caminhos, andar...

Os caminhos daqueles que anunciam as boas novas são agradáveis a Deus.

Esse caminhar deve ser com uma visão global (10.12, todos; 10.13, todo); e, cristocêntrica (Cristo é o evangelho, o evangelho é Cristo).

 

Tenhamos em mente que:

- para invocar é necessário crer, 14 (Jo 9.38);

- para crer é necessário ouvir, 14 (17; Jo 4.39-42);

- para ouvir é necessário que alguém fale, 14 (At 4.12; 1 Co 2.24);

- para falar é necessário ser enviado, 15 (Jo 17.18; Mt 28.18-20; 2 Co 5.19).

 

Rm 10 - 16 Mas nem todos obedeceram ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem acreditou na nossa pregação? 17 E, assim, a fé vem pela pregação, e a pregação, pela palavra de Cristo.

 

- os resultados pertencem a Deus, e que nem todos crerão e obedecerão ao evangelho, 16 (10; 18-21).

 

Desafio: Estar convicto de que sob o poder e direção do Espírito Santo, todo verdadeiro discípulo de Cristo tem a responsabilidade de ter o estilo de vida, de quem confia e vive e proclama Jesus Cristo, confiando os resultados a Deus.

 

Conclusão

A soberania de Deus não tira do ser humano a responsabilidade por sua reação ao evangelho de Jesus Cristo e pelo seu destino eterno.

No contexto histórico e teológico do que ocorreu com Israel concluímos sobre três verdades:

 

I. Os incrédulos tropeçam em Jesus Cristo – a Rocha, 9.30-10.4.

Desafio: Estar convicto da verdade de que o ser humano é responsável por sua incredulidade e fracassada tentativa de procura obter a justiça de Deus por meio de méritos e esforços humanos, e ou justiça própria.

II. A oferta divina de justiça está disponível e reconhecível nas Escrituras, 10.5-13.

Desafio: Estar convicto de que a justiça de Deus, revelada em Jesus Cristo e nas Escrituras Sagradas, está ao alcance do ser humano por meio da fé em Jesus Cristo, por isso ele é indesculpável diante de Deus.

III. Devemos proclamar a justiça divina por meio da fé, 10.14-21

Desafio: Estar convicto de que sob o poder e direção do Espírito Santo, todo verdadeiro discípulo de Cristo tem a responsabilidade de ter o estilo de vida, de quem confia e vive e proclama Jesus Cristo, confiando os resultados a Deus.

 

Nota: textos bíblicos da ARA – Almeida Revista e Atualizada.

 

Lembre-se:

A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de perseverante, e confiantemente aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp. 2.12,13; 1 Tm. 4.7-9; Tg. 1.22-27). Ao meditar nesta mensagem, pergunte-se:

* O que Deus quer transformar no meu modo de pensar e agir?

* Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?

* Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)?

 

Conheça... Creia... Aproprie-se... E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10).

 

Pr. Domingos M. Alves domingos.a@novaalianca.com

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Ribeirão Preto - SP

Março de 2016

Domingos M. Alves