Os dons e as vocações de Deus não mudam (1a. Parte)

Mensagens Bíblicas
"Vivendo pela fé”
Série em Romanos
24a. Mensagem
Pr Domingos M. Alves
15 & 22/05/16

Romanos 11.1-36

 

Mensagem: As decisões e bênçãos soberanas e graciosas de Deus, para com a humanidade, não mudam, mesmo diante do fracasso humano, pois Ele é fiel a si mesmo e as suas alianças.

 

Introdução

1. Recordando

No domingo, 27/03/16 refletimos sobre "Que diremos, pois?", Rm 9.30-10.21, 23a. mensagem... Vimos que "a soberania de Deus não tira do ser humano a responsabilidade por sua reação ao evangelho de Jesus Cristo e pelo seu destino eterno".

 

2. Hoje (15/05/16) - "Os dons e as vocações de Deus não mudam", Rm 11.1-33.

“Pergunto, pois: terá Deus, porventura rejeitado o seu povo? De modo nenhum!...”, 11.1a (ARA).

“Deus não rejeitou o seu povo, a quem de antemão conheceu...”, 11.2a (ARA).

Apesar de todos os fracassos de Israel, Deus não desistiu de Israel...

“Porque os dons e a vocação de Deus são irrevogáveis”, 11.29 (ARA).

Porque os dons (charisma) ... -

... e a vocação (klēsis) ... -

... de Deus são irrevogáveis (ametamelētos)...

"Os privilégios especiais que Deus deu a Israel são, provavelmente, os que Paulo aqui faz referência como "dons" de Deus (cf. 9: 4-5). Estes privilégios têm ligação íntima com "vocação" de Israel por Deus para um propósito especial. Deus não retirará a estes privilégios de Israel (eles "são irrevogáveis"). Ele não escolheu Israel por sua bondade, e ele não vai abandoná-lo por sua maldade. Paulo disse praticamente a mesma coisa sobre a segurança individual dos cristãos em Rm 8: 31-39" (Dr. Constable's Notes on Romans).

As decisões e bênçãos soberanas e graciosas de Deus, para com a humanidade, não mudam, mesmo diante do fracasso humano, pois Ele é fiel a si mesmo e as suas alianças.

Reflitamos sobre três convicções apresentados pelo apóstolo Paulo para demonstrar que os dons e as vocações de Deus não mudam.

 

I. Deus não rejeitou totalmente o seu povo, 11.1-10.

Em Rm 9 ao refletirmos sobre o fracasso de Israel como povo de Deus (9.2,3; 10.2,3,20,21), vimos que a palavra de Deus não falhou, porque nem todos que são de Israel são de Israel; nem por serem descendência de Abraão são todos filhos... Na ocasião mencionamos uma descendência, um remanescente fiel a Deus... (9.6-8).

9.27 “Mas, relativamente a Israel, dele clama Isaías: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo.” (ARA)

Agora no capítulo 11, Paulo volta a questão de que Deus não rejeitou totalmente o seu povo.

“Pergunto, pois: terá Deus, porventura rejeitado o seu povo? De modo nenhum!...”, 11.1a (ARA).

“Deus não rejeitou o seu povo, a quem de antemão conheceu...”, 11.2a (ARA).

11.25b – “...veio endurecimento em parte a Israel, até que haja entrado a plenitude dos gentios.” (ARA)

 

Para demonstrar que Deus não rejeitou totalmente seu povo, o apóstolo Paulo cita:

A. Seu próprio exemplo - Paulo, 11.1b (Cf. At 9)

11.1b - ... Porque também eu sou israelita, da descendência de Abraão, da tribo de Benjamim. (ARC) - (Cf. Fp 3.4-7).

Somente após o nascimento de Benjamim, 12o. filho de Jacó, ficou definida a linhagem de Israel.

A salvação de Paulo, um israelita, é uma das demonstrações de que Deus não desistiu de Israel, não rejeitou totalmente Israel.

1 Tm 1.16 “... me foi concedida misericórdia, para que, em mim o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna.”

 

 

 

B. O exemplo do remanescente na época do profeta Elias, 11.2b-10

11.2 Deus não rejeitou o seu povo, a quem de antemão conheceu. Ou não sabeis o que a Escritura refere a respeito de Elias, como insta perante Deus contra Israel, dizendo: 3 Senhor, mataram os teus profetas, arrasaram os teus altares, e só eu fiquei, e procuram tirar-me a vida. 4 Que lhe disse, porém, a resposta divina? Reservei para mim sete mil homens, que não dobraram os joelhos diante de Baal. 5 Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça...

 

9.27 – Mas, relativamente a Israel, dele clama Isaías: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. (cf. Is 10.22,23).

Esse remanescente é salvo pela soberania e graça, não pela lei, obras – “... um remanescente segundo a eleição da graça. E, se é pela graça, já não p é elas obras; do contrario, a graça já não é graça”, 11.5b, 6 (cf. 9.30-33).

O restante da nação foi em endurecido – 11.7-10, 25, sofrendo a condenação por sua rebeldia e incredulidade, pela resistência a verdade divina, 10.21.

 

Desafio: Viver com a convicção bíblica, de que assim como na história de Israel, a salvação da condenação eterna por causa do pecado e o fazer parte do povo de Deus (hoje, Igreja – corpo de Cristo) descansa somente na soberania e misericórdia e graça de Deus, em Jesus Cristo. A Ele, pois, toda gloria!

 

II. A queda de Israel trouxe bênçãos e traz advertências aos não israelitas (gentios), 11.11-24.

a. A queda de Israel trouxe bênçãos aos não israelitas (gentios), 11.11-17

11.11 - Pergunto, pois: porventura, tropeçaram para que caíssem? De modo nenhum! Mas, pela sua transgressão, veio a salvação aos gentios, para pô-los em ciúmes. 12 Ora, se a transgressão deles redundou em riqueza para o mundo, e o seu abatimento, em riqueza para os gentios, quanto mais a sua plenitude! 13 Dirijo-me a vós outros, que sois gentios! Visto, pois, que eu sou apóstolo dos gentios, glorifico o meu ministério, 14 para ver se, de algum modo, posso incitar à emulação os do meu povo e salvar alguns deles. 15 Porque, se o fato de terem sido eles rejeitados trouxe reconciliação ao mundo, que será o seu restabelecimento, senão vida dentre os mortos? 16 E, se forem santas as primícias da massa, igualmente o será a sua totalidade; se for santa a raiz, também os ramos o serão. 17 Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira (ARA).

 

“Incitar a emulação”, v.14 - 'parazēloō’, inicitar a rivalidade, competir...

Três tragédias ocorreram com Israel (Wiersbe):

Caiu (11.11); foi abatido (11.12); e, rejeitado (11.15).

Os judeus rejeitaram... E, a salvação, por meio de evangelho de Jesus Cristo, foi levada aos gentios (não judeus), conforme a promessa de Deus - Mt 10.5-7; At t 13.45-48; Rm 9.25,26; 1 Pe 2.9,10.

Pr. Ary Velloso, citando Washington Padilha Jr, escreveu: “Deus não age em forma arbitrária ou sem razão, suas ações se limitam a um plano sábio e perfeito. Se Ele permitia o endurecimento de Seu povo escolhido, era porque assim podia levar a cabo um propósito grande e sublime para com a humanidade inteira, podia assim salvar os gentios (vs.11-12); por isto, Paulo honrava mais o seu ministério, porque sabia que, se a transgressão dos judeus tinha acarretado bênção para os gentios, sua conversão (judeus) acarretaria maior bem-aventurança.”

 

Paulo em Efésios 3 fala do ministério que estivera oculto – “os gentios são coerdeiros, membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Jesus Cristo por meio do evangelho”, v.6.

 

b. A queda de Israel traz advertências aos não israelitas (gentios), 11.17-24

11.17 Se, porém, alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo oliveira brava, foste enxertado em meio deles e te tornaste participante da raiz e da seiva da oliveira, 18 não te glories contra os ramos; porém, se te gloriares, sabe que não és tu que sustentas a raiz, mas a raiz, a ti. 19 Dirás, pois: Alguns ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. 20 Bem! Pela sua incredulidade, foram quebrados; tu, porém, mediante a fé, estás firme. Não te ensoberbeças, mas teme. 21 Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará. 22 Considerai, pois, a bondade e a severidade de Deus: para com os que caíram, severidade... (ARA) - (Cf. 1 Co 10.1-11).

“O ato de “quebrar” os ramos equivale a tropeçar e cair em Romanos 11.11, a ser abatido em Romanos 11.12 e a ser rejeitado em Romanos 11.15. Interpretar essa ilustração com respeito ao destino do cristão como individuo é distorcer a verdade que Paulo está comunicar” (Wiersbe).

 

A igreja, “oliveira bravia”, enxertada na oliveira, mediante a fé em Jesus Cristo, não tem motivo para se gloriar!

Cuidado com a ilusão e vivência de um cristianismo, que se demonstra falso pela falta de verdadeira fé que gera verdadeira obediência a Deus.

“Deus castigará a igreja apostata (Ap 2.15,16; 3.16), tão certo quanto castigou a Israel apostata” (MacArthur).

 

Desafio: Deus “corta” condena aqueles que O rejeitam. A fé genuína que salva sempre persevera o verdadeiro cristão fiel a Deus, Jo 8.31; 15.5,6; Cl 1.22,23; Hb 3.12-14; 4.11; 1 Jo 2.19.

(Continua na próxima semana)

 

 

Conclusão

 

As decisões e bênçãos soberanas e graciosas de Deus, para com a humanidade, não mudam, mesmo diante do fracasso humano, pois Ele é fiel a si mesmo e as suas alianças.

 

Lembre-se:

A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de perseverante, e confiantemente aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp. 2.12,13; 1 Tm. 4.7-9; Tg. 1.22-27). Ao meditar nesta mensagem, pergunte-se:

* O que Deus quer transformar no meu modo de pensar e agir?

* Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?

* Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)?

 

Conheça... Creia... Aproprie-se... E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10).

 

Pr. Domingos M. Alves domingos.a@novaalianca.com

www.novaalianca.com

Ribeirão Preto - SP

Maio de 2016