Igreja Nova Aliança

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Relacionar-se para o bem do próximo

Mensagens Bíblicas
"Vivendo pela fé”
Série em Romanos
31a. Mensagem
Pr Domingos M. Alves
25/09/2016

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Rm 15.1-7

 

Mensagem:  O cristão maduro na fé, sustentado por Deus e a sua palavra, anda em amor fraternal, e se relaciona visando o desenvolvimento e o fortalecimento espiritual do próximo. 

Introdução  

            1. Recordando

            Domingo, 18/09, na 30a. Mensagem, refletimos sobre “Foque o reino de Deus – não a liberdade cristã”, Rm 14.13-23. Vimos que o cristão maduro na fé foca o reino de Deus, e em amor fraternal desfruta da liberdade cristã de modo agradável a Deus, e em paz e edificação de uns para com os outros.

            Essa questão da liberdade cristã, assim como outras questões bíblicas, com certeza pode gerar certas dúvidas – por exemplo: como aplicar isto na relação com crentes de outras igrejas evangélicas, com seus diferentes usos e costumes e legalismos, e que podem de “escandalizar”, mesmo com “bom” uso da nossa liberdade cristã? Se escandalizam mesmo com o moderado uso da maquiagem femina, pela mulher não usar véu, o homem não usar terno... Creio, no que diz respeito a não ser causa de tropeço ou escandalizar por causa das diferenças de opiniões (usos e costumes) entre cristãos de igrejas e culturas diferentes, para não cairmos na armadilha do legalismo, ascetismo, ..., do “não pode fazer nada”, do “tudo escandaliza alguém em algum local”, nós devemos visar prioritariamente a comunidade cristã da qual fazemos parte, e no computo geral pautarmos sempre pelo bom testemunho fugindo de todo e qualquer tipo de pecado.

            Em toda e qualquer situação lembremos de que – 1 Co 10: Todas as coisas são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas são lícitas, mas nem todas edificam (v. 23). [...] Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para glória de Deus (v. 31). (cf. 1 Co 10.23-11.1)

           

            2. Hoje, 25/09 - 31a. Mensagem – Relacionar-se para o bem do próximo, Rm 15.1-7.

  Rm 15 dá continuidade ao capítulo 14... Temos visto há aqui um contexto de divergências na igreja cristã... (14:1-5; 15.1). Divergências essas relacionadas com a questão da liberdade cristã, assim como da consciência pessoal, e não por questões de heresias doutrinárias e ou pecados (questões morais) não tratados...

 

   Rm 15 introduz alertando os “fortes na fé” de que são devedores, estão em débito para com os “fracos na fé” - 15.1a Ora, nós, que somos fortes devemos... – devemos ‘opheilo’ (1.14), ter um débito, ter uma obrigação para com alguém...

 

  Há pessoas que se relacionam de modo tremendamente doentio e destrutivo...

 

            As pessoas maduras na fé devem ter o conhecimento e a compreensão, de que têm o dever (no lar e família e igreja ...) de ajudar no desenvolvimento e fortalecimento espiritual de outros.  Crescimento na “... unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo” (Ef 4.13).

 

            As pessoas maduras na fé devem ser pessoas “... possuídas de bondade, cheios de todo o conhecimento, aptos para vos admoestardes uns aos outros” (15.14bnota: estudaremos este texto, numa outra mensagem).

            O cristão maduro na fé, sustentado por Deus e a sua palavra, anda em amor fraternal, e se relaciona visando o desenvolvimento e o fortalecimento espiritual do próximo

            Mas, como ele se relaciona para o desenvolvimento e fortalecimento espiritual do próximo?

 

I. Acolhendo ao próximo, 15.7; 14.1

            15.7 Portanto, acolhei-vos uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus.

            14.1 Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões.

            Acolher – ‘proslambano’, receber, tomar para si, aceitar em comunhão... Mt 10.40-42; 11.28-30; Lc 15.2.

            O antônimo de acolher é afastar, expulsar, excluir... - O mau exemplo de Diótrefes, 3 Jo 9-12.

           Jesus acolheu.... Ele foi servo em prol da verdade para confirmar as promessas, 15:8  - assim como Jesus devemos ser servos em prol da verdade...

           Como servos da verdade - Jesus Cristo (Jo 1:14; 14.6) e a palavra de Deus (Jo 17.17), andando sob a capacitação e a liderança do Espírito Santo, o Espírito da verdade (Jo 14.17; 15.26; 16.13) - devemos compreender de que no ato de acolher:

           1 Ts 5.14b - ... admoesteis os insubmissos, consoleis os desanimados, ampareis os fracos e sejais longânimos para com todos.

            - admoesteis 'noutheteo', advertir, exortar, confrontar ... (1 Co 4.14)  -  os insubmissos 'atakatos', os que andam de modo irregular, fora da verdade...

            - consoleis 'paramutheomai', incentivar, encorajar ...  (1 Ts 2.12) -  os desanimados 'oligopsuchos', desalentados, acovardados, prontos a desistir ...

            - ampareis 'antechomai', unir-se, prestar atenção ... - os fracos 'asthenes', frágil, enfermo ...  (Rm 5.6),  e ...

             -  longânimos 'makrothumeo', que não perde o ânimo, suporta as ofensas, tardio para irar-se ... (2 Pe 3.9) - para com todos.

              Jesus Cristo nos acolheu para glória de Deus, 15:7 – assim como Jesus devemos nos acolher uns aos outros.

 

II. Agradando ao próximo no que é bom para edificação, 15.1-3; 14.15,19.

            15.1 Ora, nós, que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos. 2 Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para a edificação. 3 Porque também Cristo não se agradou a si mesmo; antes, como está escrito: As injúrias dos que te ultrajaram caíram sobre mim.

 

           Jesus Cristo, Ele mesmo não se agradou a si mesmo.

            3 Porque também Cristo não se agradou a si mesmo; antes, como está escrito: As injúrias dos que te ultrajaram caíram sobre mim (cf. Sl 69.9; Fp 2.5-8).

 

           Sendo verdadeiramente cristãos nós não devemos viver de modo egoísta, o nosso foco não deve estar em nós mesmo, mas sim em como agradar ao próximo no que é para a sua edificação.

 

            15.1a Ora, nós, que somos fortes devemos suportar e não agradar-nos a nós mesmos (1 Co 10.24,33),

             suportar ´bastazo’, ajudar a carregar, levar, apoiar...

            Gl 5.2 Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo.

 

            15.2 Portanto, cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para a edificação (cf. 1 Co 10.23, 32,33; 11.1).

            Edificação ‘oikodome, construir, promover o crescimento de outro em sabedoria cristã, piedade, felicidade, santidade (RA Strong´s).

            Antônimo de edificar - destruir, arruinar...  - 2 Co 13.10b ... segundo a autoridade que o Senhor me conferiu para edificação e não para destruir. (1 Co 15.33 ...corrompem... - destróem...).

 

             Jesus Cristo teve como propósito agradar o Pai, 15.3 (cf. Jo 4.34; 5.30) – assim como Jesus devemos ter o propósito de agradar a Deus fazendo a sua vontade.

            Um dos aspectos da vontade de Deus - cada um de nós agrade ao próximo no que é bom para a edificação.

           

           Como edificar? Pelo exemplo do viver sério com Deus, e pela comunicação verbal da Bíblia - palavra de Deus, pelo discipulado "vida na vida" (Dt 6.6,7; Fp 4.9; Cl 1.28,29; 1 Tm 4.12,16; 2 Tm 3.16,17; Mt 28.18-20)

III. Mantendo firme a esperança, 15.4,5a,13

            15.4 Pois tudo quanto, outrora, foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a fim de que, pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança. 5a Ora, o Deus da paciência e da consolação...

            15.13 E o Deus da esperança vos encha de todo o gozo e paz no vosso crer, para que sejais ricos de esperança no poder do Espírito Santo.

 

            No processo de acolher, de edificar outros, ..., há decepções, desânimos, frustrações, contrariedades, feridas... Assim, nesse processo a tendência é desistir, não ter paciência, e então focar a nossa própria pessoa.

           

             A palavra de Deus, o que “outrora, foi escrito” – referência as Escrituras Sagradas. Primeiramente o Velho Testamento; depois, referência ao Velho e Novo Testamento - 1 Co 10.11; 2 Tm 3.15-17; 2 Pe 1.20,21.

 

            A palavra de Deus nos transmite (v. 4):

            -  Paciência ‘hupomone’, não se desviar do propósito da lealdade a fé e a piedade mesmo diante das maiores provações e sofrimentos; perseverança; permanecer debaixo de grande peso, pressão...

            - Consolação ‘paraklesis’, encorajamento, animo...

            2 Co 1.3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdia e Deus de toda a consolação!

 

            - Esperança ‘elpis’, expectativa alegre e confiante... Esperança proveniente da paciência e consolação das Escrituras... A palavra de Deus nos transmite esperança – algo que é certo, mas ainda não se realizou...

            “... É uma paciência não apenas resignada, mas antes “consolada”, se se ousa dizer, porque preserva a fé na promessa” (Leenhardt, p. 371).

         

           Antônimo de esperança - aflição, desespero, decepção... - Jr 14.3,4; Rm 5.5.

 

            Esperança baseada nas promessas claras e certas de Deus (Sl 119.81,114).  Esperança aplicada aos nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 15.13; 5.3-5; 8.24,25).

 

Conclusão

 

  Em todo esse processo de focar o próximo, não você mesmo, um  grande desafio é o de– orarmos e buscarmos a unidade, para que unidos glorifiquemos ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

 

  Jesus em João 17 intercedendo pelos seus discípulos, orou em favor da unidade: “20 Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra; 21 a fim de que todos sejam um; e como és tu, ó Pai, em mim e eu em ti, também sejam eles em nós; para que o mundo creia que tu me enviaste. 22 Eu lhes tenho transmitido a glória que me tens dado, para que sejam um, como nós o somos; 23 eu neles, e tu em mim, afim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que tu me enviaste e os amaste, como também amaste a mim”.

 

O apóstolo Paulo em Efésios 4.1 exorta-nos a nos esforçarmo-nos “... diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz”. A unidade é promovida pelo Espírito Santo, nossa responsabilidade em amor é preservar para manter a unidade...

 

Mesmo sentir de uns para com os outros... Este sentir é concedido por Deus... Ele que é o autor da paciência e da consolação.

 

            15. 5 Ora, o Deus da paciência e da consolação vos conceda o mesmo sentir de uns para com os outros, segundo Jesus Cristo, 6 para que concordemente e a uma voz glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

            Unidade verdadeira – concorde, com um só coração...

            Unidade visível – uma só voz...

            Para a glória de Deus ... 1 Co 10.31.

 

            “Como Cristo tornou conhecida a glória do Pai, nos recebendo a todos em sua graça, quando ainda estávamos sem sua misericórdia, assim devemos estabelecer e confirmar esta união que temos em Cristo, a fim de fazermos conhecida a glória de Deus” (Calvino, p. 561).

 

(Nota: nesta série de mensagens em Rm, de modo geral, a interpretação, das palavras gregas são pesquisadas no Esword, Strong´s, ou Gingrich & Danker

Lembre-se:

A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de perseverante, e confiantemente aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp. 2.12,13; 1 Tm. 4.7-9; Tg. 1.22-27). Ao meditar nesta mensagem, pergunte-se:

* O que Deus quer transformar no meu modo de pensar e agir?

* Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?

* Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)?

Conheça... Creia... Aproprie-se... E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10).

 

Pr. Domingos M. Alves

domingos.a@novaalianca.com

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Ribeirão Preto - SP

Setembro 2016