Postura cristã diante de questões controversas
MENSAGEM: Agir em questões controversas com opiniões e atitudes soberbas, ou seja sem maturidade e amor cristão, é pecar contra os irmãos na fé e Jesus Cristo, e provocar sérios danos na edificação e comunhão na família na fé.
INTRODUÇÃO
A. Recordando
Como tem se estudado nesta série em 1 Coríntios, a Igreja em Corinto tinha uma série de dúvidas e problemas, na área doutrinária e relacional e comportamental, e o apóstolo Paulo está tratando destas questões…
No domingo, 25.11.2018, nesta série de mensagens em 1 Coríntios, nós refletimos sobre “A condição civil e o servir a Deus”, em 1 Co 7.25-40. Na mensagem focamos que: o discípulo de Jesus Cristo, independentemente da sua condição civil, deve perseguir no Espírito Santo o melhor caminho para o viver e o servir plenamente agradável a Deus.
B. Mensagem de hoje, 07.01.2019
Recentemente, no Brasil, nós vivemos mais um processo das eleições presidenciais. E, conforme constatou-se tivemos um dos processos eleitorais mais controversos, tensos e polarizados da nossa história. Processo que produziu divisões no país, nas famílias, e por incrível que pareça, também, trouxe controvérsias, animosidades e divisões na família na fé.
Na mensagem de hoje, com base em 1 Coríntios 8 (o apóstolo Paulo, volta a esta questão em 1 Coríntios 10.14-11.1), onde o texto trata da controvérsia sobre a liberdade cristã e a comida sacrificada a ídolos, nós refletiremos sobre o valor do agir, nesta e em todas as questões controversas, com maturidade e amor cristão…
Diariamente, na vida cristã, nós lidamos com questões que não são pecaminosas a luz da palavra de Deus, mas são controversas… Questões nas áreas de comida, bebida, política, usos, costumes, práticas religiosas…
E, como o verdadeiro cristão deve agir em meio a tais questões?
Agir em questões controversas com opiniões e atitudes soberbas, ou seja sem maturidade e amor cristão, é pecar contra os irmãos na fé e Jesus Cristo, e provocar sérios danos na edificação e comunhão na família na fé.
Afim de não pecarmos contra os irmãos na fé e Jesus Cristo, mas com maturidade e amor cristão edificarmos o próximo e preservarmos a unidade cristã, consideremos 3 verdades bíblicas.
I. O saber deve ser temperado com amor, 8.1
8.1 No que se refere às coisas sacrificadas a ídolos, reconhecemos que todos somos senhores do saber. O saber ensoberbece, mas o amor edifica.
8.2 Se alguém julga saber alguma coisa, com efeito, não aprendeu (tem muito por aprender, crescer) ainda como convém saber.
O saber ensoberbece? Sim, quando está em foco o conhecimento centralizado no intelecto humano, que não gera piedade, maturidade em Jesus Cristo; o conhecimento que não provém de um coração amoroso…
Tg 3.13 Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras. 14 Se pelo contrário, tendes em vosso coração inveja amargurada e sentimento faccioso, nem vos glorieis disso, nem mintais contra a verdade. 15 Esta não é a sabedoria que desce do lá alto; antes, é terrena, animal e demoníaca.
O amor edifica - aqui está em foco o amor que procede do relacionamento com Deus; amor que resulta do próprio amor de Deus por nós…
8.3 Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido (aprovado)por ele.
Rm 14.15 Se, por causa de comida, o teu irmão se entristece, já não andas segundo o amor fraternal. Por causa de tua comida, não faças perder aquele a favor de quem Cristo morreu. […] 19 Assim, pois, seguimos as coisas da paz e também da edificação de uns para com os outros.
1 Co 10.32 Não vos torneis causa de tropeço nem para os judeus, nem para os gentios, nem tampouco para a igreja de Deus, 33 assim como também eu procuro, em tudo, ser a agradável a todos, não buscando o meu próprio interesse, mas o de muitos, para que sejam salvos. 11.1 Sede meus imitadores, como também eu sou de Cristo.
"Enquanto o saber pode fazer um homem parecer grande é somente o amor que pode fazê-lo crescer rumo a sua plena estatura"(Phillips).
Desafio: Persiga no Espírito Santo o contínuo crescimento do pleno conhecimento da verdade e do amor, e aja sempre com o conhecimento temperado pelo amor em Cristo.
II. A liberdade cristã com maturidade edifica, 8.9,13
8.9 Vede, porém, que esta vossa liberdade não venha, de algum modo, a ser tropeço para os mais fracos. 10 Porque, se alguém te vir a ti, que és dotado de saber, à mesa, em templo de ídolo, não será a consciência do que é fraco induzida a participar de comidas sacrificadas a ídolos? 11 E assim, por causa do teu saber, perece o irmão fraco, pelo qual Cristo morreu. 12 E deste modo, pecando contra os irmãos, golpeando-lhes a consciência fraca, é contra Cristo que pecais. 13 E, por isso, se a comida serve de escândalo a meu irmão, nunca mais comerei carne, para que não venha a escandalizá-lo.
A palavra de Deus ensina que 8.4a"No tocante à comida sacrificada a ídolos, sabemos que o ídolo, de si mesmo, nada é no mundo…”
Assim, o cristão com conhecimento e convicção bíblica sabe o ídolo em si mesmo não é nada (embora atrás da idolatria exista a ação 10.20 dos demônios), e no uso da liberdade cristã poderia, sem problema de consciência, comprar e comer das comidas sacrificadas aos ídolos (comidas que eram vendidas nos mercados e templos, após os sacrifícios e rituais pagãos, idolatras, 8.1, 8-10; 10.25,26; Rm 14.20,21).
Mas, o apóstolo Paulo alerta, de que nem todos os cristãos tinham tal conhecimento, tal maturidade espiritual…
8.7 Entretanto, não há esse conhecimento em todos; porque, alguns, por efeito da familiaridade até agora com o ídolo, ainda comem dessas coisas como a ele sacrificadas; e a consciência destes, por ser fraca vem a contaminar-se.
Ou seja, havia em Corinto cristãos recém convertidos, fracos na fé, que ainda mantinham alguns costumes associados com a idolatria, e eles não conseguiam distinguir a “carne vendida” do sacrifício para o qual o animal tinha sido oferecido.
Seria, hoje, como um cristão usar uma fita do senhor do Bonfim, por simples decoração, sem qualquer crença religiosa; mas, para um recém convertido, que ainda tem o costume de associar a fita com as crenças e supersticiosas religiosas, pagãs, o uso da fita traz problemas de consciências, de culpa (consciência destes, por ser fraca vem a contaminar-se).
Logo, o cristão maduro, mais forte na fé, não deve fazer uso da liberdade quando a mesma pode ser causa de tropeço para o irmão mais fraco (fraco na fé, imaturo…), e levá-lo a perecer (pecar, se condenar, ter problemas de consciência…).
E, se houver mau uso da liberdade, estará trazendo danos para o mais fraco na fé, pecando contra ele e contra Cristo (8.9-12).
Desafio: Por amor a Deus e ao próximo, persiga no Espírito Santo a prática da liberdade cristã sem prejuízos para a tua fé, nem para a fé dos outros…
III. O mais importante é o viver aprovado por Deus, 8.6
O mais importante na vida cristã não somos os nossas costumes, as tradições, o comer, beber… Mas, Deus e o nosso relacionamento e viver aprovado por Ele, em Jesus Cristo.
8.8"Não é a comida que nos recomendará a Deus, pois nada perderemos, se não comermos, e nada ganharemos, se comermos".
Não somos aprovados ou reprovados, mais ou menos espirituais diante de Deus,aproximados ou afastados de Deus, pelo fato fazer ou deixar de fazer algo que é controverso entre os cristãos.
Somos aprovados por Deus, e isto é o mais importante…
8.3 Mas, se alguém ama a Deus, esse é conhecido por ele.
Conhecido por Deus… - aprovado por Deus;
Gl 4.9a"Mas agora que conheceis a Deus ou, antes, sendo conhecidos por Deus…”.
Em Jesus Cristo, o único Senhor, nós somos conhecidos, aceitos, aprovados por Deus, Pai (Jo 1.12,13).
4b … Não há senão um só Deus. 5 Porque, ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há muitos deuses e senhores 6 todavia, para nós há um só Deus, o Pai, de quem são todas as coisas e para quem existimos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós também, por ele.
Vivamos cada dia com o conhecimento e a convicção que há um único Deus, para quem são todas as coisas (8.6; 10.31; Rm 11.36); para quem existimos (8.6; At 17.28); e, a quem devemos adorar, sujeitar e agradar (8.6; Rm 14.6-9).
E, quando como filhos de Deus, vivemos para o Seu inteiro agrado e glória, nós não seremos causa de mau testemunho para o Nome de Jesus Cristo, e nem de tropeço para outros na fé.
Desafio: Persiga no Espírito Santo o viver aprovado diante de Deus (Rm 14.17,18; 1 Co 11.1). Viver, que entre outros, testemunha do senhorio e do amor de Jesus Cristo e edifica a família na fé.
Conclusão
Diariamente, na vida cristã, nós lidamos com questões que não são pecaminosas a luz da palavra de Deus, por isso ter liberdade de ação, mas que são controversas, gerando controvérsias… Questões nas áreas de comida, bebida, política, usos, costumes…
E, como o verdadeiro cristão deve agir em meio a tais questões?
Afim de não pecarmos contra os irmãos na fé e Jesus Cristo, mas com maturidade e amor cristão edificarmos o próximo e preservarmos a unidade cristã, consideramos 3 verdades bíblicas.
I. O saber deve ser temperado com amor, 8.1
II. A liberdade cristã com maturidade edifica, 8.9,13
III. O mais importante é o viver aprovado por Deus, 8.6
Desafio: Persiga no Espírito Santo:
o contínuo crescimento do pleno conhecimento da verdade e do amor, e aja sempre com o conhecimento temperado pelo amor em Cristo; a prática da liberdade cristã sem prejuízos para a tua fé, nem para a fé dos outros; o viver aprovado diante de Deus. Viver, que entre outros, testemunha do senhorio e do amor de Jesus Cristo e edifica a família na fé.
Agir em questões controversas com opiniões e atitudes soberbas, ou seja sem maturidade e amor cristão, é pecar contra os irmãos na fé e Jesus Cristo, e provocar sérios danos na edificação e comunhão na família na fé.
Lembre-se:
A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de perseverante, e confiantemente aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp. 2.12,13; 1 Tm. 4.7-9; Tg. 1.22-27). Ao meditar nesta mensagem, pergunte-se:
O que Deus quer transformar no meu modo de pensar e agir?
Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?
Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)?
Conheça... Creia... Aproprie-se... E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10).
Pr. Domingos Mendes Alves