As sábias “loucuras" de Deus - Juízes 7.1-25

As sábias “loucuras" de Deus

Juízes 7.1-25

Mensagem: Deus tem vontades e ações de profunda manifestação de poder e sabedoria, mas vistas como  loucura aos olhos do ser humano que não tem fé no Senhor Jesus Cristo.

ESBOÇO 

INTRODUÇÃO 

1. Recordando

Domingo, 17.11.2019, 5a. Mensagem - Não temais - diz, o Senhor Deus, Juízes 6.1-40

Foco da mensagem: O Senhor Deus, em sua infinita graça e misericórdia, exorta ao seu povo a não ter medo diante das grandes dificuldades e desafios da fé e vida, mas em adoração humilde e sincera e perseverante descansar na Sua intervenção vitoriosa.

2. Hoje, 01.12.2019 - 6a. Mensagem - As sábias “loucuras" de Deus!, Jz 7.1-25

Aqui em Jz 7, temos nas Escrituras, palavra de Deus, uma narrativa histórica, entre muitas outras, que parece ser algo muito louco da parte de Deus.

7.2 Disse mais o SENHOR a Gideão:  É demais o povo que está contigo, para eu entregar os midianitas nas suas mãos; Israel poderia se gloriar contra mim, dizendo: A minha própria mão me livrou.

Como nos apresenta no decorrer desta narrativa, Deus reduz o exército de Israel de 32.000 (trinta e dois mil) homens, para 300  (trezentos) homens, para combater o poderoso exército  midianita!!!

7.3b … Então, voltaram do povo vinte e dois mil homens, e dez mil ficaram.

Esses 22.000 homens, que se retiraram, eram os “tímidos e medrosos”, 7.3a.

Como comentou Timothy Keller, p. 86, eram os que não “tem estômago para lutar”, os que fugiriam do campo de batalha. 

Depois, Deus reduz ainda mais o número de homens para a batalha. 

7.4 Disse mais o SENHOR a Gideão: Ainda há povo demais…

E numa prova (7.5,6) sem que fique para nós uma razão clara, Deus retira mais 9.700 (nove mil e setecentos)  homens, restando apenas 300 (trezentos).

7.7 Então disse o SENHOR a Gideão: Com estes trezentos homens que lamberam a água eu vos livrarei e entregarei os midianitas nas tuas mãos; pelo que a outra gente se retire, cada um para o seu lugar.

Não é loucura ir combater o poderoso exército midianita, com apenas trezentos homens? 

Qualquer grande comandante militar, estrategista de guerra, diria: Isto é loucura, é enviar os homens para morte. 

Mas, ainda tem algo mais “louco”… Agora, não parece loucura ainda maior, esses trezentos (300) homens irem combater sem armas tradicionais de guerra, mas com trombetas, cântaros vazios, e tochas?

7.16 Então, repartiu os homens em três companhias e deu-lhes, a cada um nas suas mãos, trombetas e cântaros vazios, com tochas neles.

Parece comédia!!!

Deus tem vontades e ações de profunda manifestação de poder e sabedoria, mas vistas como  loucura aos olhos do ser humano que não tem fé no Senhor Jesus Cristo.

Duas, entre outras, questões importantes precisam ser levantadas aqui:

1. Por que, Deus falou que trinta e dois mil homens era muita gente, se eles tinham que lutar contra o poderoso exército midianita?

2. Como é que Deus fortaleceu a confiança e coragem de Gideão, para ele liderar apenas trezentos homens para a batalha? 

Analisemos as respostas a estas duas questões importantes?

1. Por que, Deus falou que trinta e dois mil homens era muita gente, se eles tinham que lutar contra o poderoso exército midianita?

Porque…

I.  A glória da vitória é do SENHOR, 7.2

7.2 Disse mais o SENHOR a Gideão:  É demais o povo que está contigo, para eu entregar os midianitas nas suas mãos; Israel poderia se gloriar contra mim, dizendo: A minha própria mão me livrou.

Deus reduziu o número de homens para batalha, para que ficasse bem claro, e fosse comunicado em “alto e bom som” de que os méritos, a glória pela vitória na batalha contra o midianitas, eram do SENHOR, e não de Gideão e/ou de Israel.

Quando o ser humano se gloria das suas vitórias, ele está se gloriando contra o Senhor Jesus Cristo.

Em 03.11.2019, na  4a. Mensagem desta série em Juízes - A Deus a glória,  Jz 4.1-5.31, nós focamos que: Deus é digno de toda glória, pois é Ele quem de modo poderoso e misericordioso conduz e capacita o seu povo a trilhar o caminho de fé e vitórias nas batalhas contra o mal.

E, um dos pontos da 4a. mensagem foi:  A fé tributa a Deus a glória pela vitória nas batalhas.

A inclinação natural do coração pecaminoso é buscar glória e honra para si mesmo. Exaltar o seu nome, acima do nome de Deus.

Rm 1.21 Porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. (cf. Rm 1.18-25).

Voltemos a Gideão e aos trezentos homens

Os trezentos homens, no campo de batalha tocaram as trombetas e gritaram: Pelo SENHOR e por Gideão! (7.18, 20). 

Gideão, como líder e servo obediente a Deus tinha sua honra; mas, a glória plena era do SENHOR.

Deus necessitava dos trezentos homens e de Gideão para vencer os midianitas? Com certeza “não”, pois Ele é Deus. Mas, Deus na sua livre e soberana vontade escolheu agir por meio de Gideão e dos trezentos homens. E, assim Deus faz até os dias de hoje: faz grandes e poderosas coisas, através de pequenas coisas e de pessoas pequenas e fracas, que se colocam nas mãos Dele.

Vejamos outros exemplos bíblicos: Jesus chama para si 12 homens, sem grandes credenciais, Mc 3.13-19, para a grande tarefa do “ide e fazei discípulos de todas as nações”; Jesus alimenta multidões, primeiro, cinco pães e dois peixes, Mt 14.13-21, e depois, com sete pães e alguns peixinhos, Mt 15.32-39; uma comunidade é impactada pelo mensagem sobre o Cristo, o Messias, por causa do testemunho de uma mulher samaritana, Jo 4.39-41; Maria, é escolhida para dar a luz - Jesus, Mt 1.21-25; a salvação eterna é proclamada pela loucura da pregação, a pregação do Cristo crucificado, 1 Co 1.18-25; etc. …

Pela “loucura da pregação do Cristo crucificado” há a salvação eterna - justificação, santificação e glorificação -, exclusivamente por por meio da graça (amor, favor divino) e pela fé em Cristo - para que ninguém se glorie.

Ef 2.8 Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; 9 não de obras, para que ninguém se glorie. (cf. Rm 6.23; Tt 3.4-7)

1 Co 1.30 Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual  se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção, 31 para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.

Desafio: se nós somos  de Jesus Cristo, pela fé Nele, com confiança e obediência devemos nos colocar ao Seu dispor e serviço,  convictos de que para honra e glória do seu Nome, Ele faz grandes e poderosas coisas através de pessoas fracas e pequenas.

2. Como que Deus agiu com Gideão para fortalecer sua confiança e coragem para liderar trezentos (homens) no campo de batalha

II.  O SENHOR prometeu o livramento e tratou do temor, 7.7, 9-16

Deus faz uma promessa a Gideão

7.7a Então, disse o SENHOR a Gideão: com estes trezentos homens que lamberam a água eu vos livrarei, e entregarei os midianitas nas tuas mãos… (cf. v.9).

Mas, mesmo diante da promessa divina, há temores, receios…

Para o ser humano, mesmo para os homens e mulheres tementes a Deus, é natural temer diante de situações de perigo, de grandes desafios… Em Gideão, encontramos um quadro de temer, diferente dos “tímidos e medrosos”, do versículo 3. Gideão, tinha temores, medos, mas era do tipo covarde, que fugiria do campo de batalha…

Deus tratou do temor de Gideão

7.10 Se ainda temes atacar, desce tu com teu moço Pura ao arraial; 11 e ouvirás o que dizem; depois, fortalecidas as tuas mãos, descerás contra o arraial. Então, desceu ele com seu moço Pura até à vanguarda do arraial.

Nos vv. 13, 14,Gideão chega ao arraial Gideão, e  ouve um homem contando um sonho ao seu companheiro. Ao ouvir o sonho, o companheiro do sonhador, interpreta o sonho dizendo que Deus tinha entregado os midanitas nas mãos de Gideão.

7.15 Tendo ouvido Gideão contar este sonho e o seu significado, adorou; e tornou ao arraial de Israel e disse: Levantai-vos, porque o Senhor entregou o arraial dos midianitas nas  vossas mãos.

Diante da revelação de Deus, Gideão fortalecido, adora ao Senhor, e com atitude e palavras encorajadoras convoca e mobiliza os trezentos homens para a batalha vitoriosa, narradas nos vv. 16-25; Dt 32.3,4,30,31.

Desafio: as revelações de Deus, suas promessas e mandamentos, por meio das Escrituras,  nos fortalecem para o agir com coragem e confiança na orientação divina, diante de situações que geram temor e tremor.

A 6a. Mensagem desta série, foi “Não temais”, Jz 6.

Hb 13.5b … Contentai-vos com as coisas que tendes; porque ele tem dito: De maneira alguma te deixarei, nunca te abandonarei. 6 Assim, afirmemos confiantemente: O Senhor é o meu auxílio, não temerei, que me poderá fazer o homem?

Como Gideão, Baraque, Sansão, …, cf. Hb 13.32-39, devemos no Espírito Santo agir com fé e coragem em Jesus Cristo e na palavra de Deus.

Conclusão

Deus tem vontades e ações de profunda manifestação de poder e sabedoria, mas vistas como  loucura aos olhos do ser humano que não tem fé no Senhor Jesus Cristo.

Narrativas bíblicas como a de  Jz 7, por vezes parecem revelar certa “loucura" divina ao lidar com soluções para os difíceis problemas humanos… O exemplo maior: a cruz de Cristo, e o pecado humano.

1 Co 2.14 Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente.

1 Co 1.25 Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.

Neste contexto o apóstolo Paulo está falando sobre a mensagem da cruz, a pregação do 1 Co 1.23 “… Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios; 24 mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus”. 

Para o que foram “chamados”, a mensagem da cruz, que parece tão sem propósito e irrelevante para a mente natural e orgulhosa do ser humano, na verdade exibe a grandeza  do poder e da sabedoria de Deus (MacArthur, p. 1528).

Vivamos cada dia, com  a plena convicção de que aos olhos incrédulos as aparentes “loucuras" de Deus, aos olhos do discípulo de Jesus Cristo são maravilhosos atos da declaração da sabedoria e do poder divino, para a glória do Seu Nome, e a celebração da nossa confiança e do contentamento Nele.

Continua, domingo 08.12.19 ,  Juízes 8.1-10.5

Lembre-se:

A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de perseverante, e confiantemente aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp. 2.12,13; 1 Tm. 4.7-9; Tg. 1.22-27). Ao meditar nesta mensagem, pergunte-se:

* O que  Deus quer transformar no meu modo de pensar e agir?

* Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?

* Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)?

Conheça... Creia... Aproprie-se... E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10).

Bibliografia

Cundal, Arthur E. & Morris, Leon. Juízes e Rute, Introdução e Comentário. Série Cultura Bíblica. São Paulo, SP: Ed, Vida Nova & Ed. Mundo Cristão, 1986.

Lindsey, F. D. (1985). Judges. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures. Wheaton, IL: Victor Books - Dallas Theological Seminary. Logos Software Bíblico. 

Keller, Timothy. JUÍZES para você. São Paulo: Vida Nova, 2016.

MacArthur, John. Bíblia de Estudo - Almeida Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.

Pfeiffer, Charles F. & Harrison, Everett F.  Comentário Bíblico Moody - Volume 2 Josué a Cantares. São Paulo, SP: Imprensa Batista Regular, 1988.

Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco & Desenvolvimento no Antigo Testamento. 2a. Edição Revisada e Atualizada. São Paulo: Hagnos, 2006.

Wiersbe, W. Warren. Históricos - Comentário Bíblico Expositivo, Antigo Testamento - Volume II.  Santo André, SP: Geográfica Editora, 2014.

Palavras hebraicas, pesquisa, no e-Sword, Bible Study - RA Strong’s;

Pr. Domingos Mendes Alves

Domingos M. Alves