Relacionamentos e o amor indiscriminado

Relacionamentos e o amor indiscriminado

Mateus 5.43-47

Mensagem: O cristão autêntico tem como imperativo a construção de relacionamentos sadios e construtivos, tendo como padrão e fundamento a lei de Deus, revelada em Jesus Cristo e na sua palavra.

ESBOÇO

INTRODUÇÃO

A. Recordando

7a. Mensagem (14/07), Relacionamentos e as pessoas perversas, Mt 5.38-42. 

B. Hoje, 28/07 -  Relacionamentos e o amor indiscriminado

5.43 Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. 44 Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; 45 para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. 46 Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? 47 E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? 

Quantos problemas relacionais nós temos por ações discriminatórias nos nossos relacionamentos

 O que Jesus Cristo nos ensina neste texto?  

I. Amar o próximo, inclui amar até o inimigo!

5.43 Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo.

Jesus está se referindo ao ensino corrompido dos escribas e fariseus (5.20), pois em momento algum Deus ensina a odiar os inimigos. 

Está escrito…

Lv 19.17 Não aborrecerás teu irmão no teu íntimo; mas repreenderás o teu próximo e, por causa dele, não levarás sobre ti pecado. 18 Não te vingarás, nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR.

Como a lei citava tratar bem, amar pessoas do “círculo de relacionamento” - o “irmão”, o “próximo”, “os filhos do teu povo”; logo, eles acrescentaram - “odeie o inimigo”, distorcendo assim o mandamento de Deus.

Eles podem ter pensado, como escreveu Stott (p. 116) nas guerras de Israel contra os inimigos, nos salmos imprecatórios… Mas, tais guerras, eram guerras de Deus contra a idolatria, e nos salmos imprecatórios não eram uma questão de animosidade pessoal, mas,  dos sentimentos como representante do povo de Deus… 

Existe algo assim como o ódio perfeito, exatamente como existe algo assim como a ira justa. Mas é o ódio contra os inimigos de Deus, não os nossos próprios. É totalmente livre de qualquer malevolência, rancor e espírito de vingança, e é ateado exclusivamente pelo amor à honra e glória de Deus (Stott, p. 117)

Por isso Jesus se contrapõe

44 Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem. (cf. Lc 6.27-36

O amar ao próximo como a ti mesmo, inclui, também, amar os inimigos, orar pelos que nos perseguem…

Nosso próximo é qualquer ser humano que Deus “coloque no nosso caminho…”, e nos dê oportunidade e condição de ajudar, de se envolver numa real necessidade… 

Rm 12.17 Não torneis a ninguém mal por mal; esforçai-vos por fazer o bem perante todos os homens; 18 se possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens; 19 não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. 20 Pelo contrário, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça. 21 Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem. 

II. O amor de Deus não faz acepção de pessoas,  5.45-47

5.45 para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos.

Jesus não está ensinando que ao amar os nossos inimigos, nós nos tornamos filhos de Deus! A salvação eterna, a reconciliação do ser humano pecador com o Deus Santo, não vem pelas obras, pelos méritos humanos; sim, pelo arrependimento dos pecados e a fé em Jesus Cristo, como único e suficiente Salvador (cf. Ef 2.1-10; Rm 3.21-31; Tt  3.4-7). 

O que Jesus Cristo está ensinando é que o “amar ao inimigo” reflete o viver como filhos de Deus, do Pai celeste. É o agir de modo digno daquele que está em Jesus Cristo. 

1 Pe 1.14 Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; 15 pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, 16 porque escrito está: Sede santos, porque eu sou santo. 17 Ora, se invocais como Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo as obras de cada um, portai-vos com temor durante o tempo da vossa peregrinação, 

Ef 5.1 Sede, pois, imitadores de Deus, como filhos amados; 2 e andai em amor, como também Cristo nos amou e se entregou a si mesmo por nós, como oferta e sacrifício a Deus, em aroma suave. 

Alfred Plummer afirmou: “Retribuir o bem com o mal é demoníaco; retribuir o bem com o bem é humano; retribuir o mal com o bem é divino” (Stott, p. 123).

Mt 5.46 Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? 47 E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? 

O verdadeiro cristão, debaixo da graça de Deus, no poder do Espírito Santo, ele age segundo o caráter e o padrão de Jesus Cristo; não age como o pagão, o incrédulo, a pessoa sem Jesus Cristo. Assim, em Jesus Cristo, ele ama todos os seres humanos… Amor que é muito mais que sentimento… Amor que é caracterizado por um ato de vontade no Espírito Santo, que impulsiona servir os outros, atendendo suas reais necessidades, conforme os recursos e as oportunidades dadas por Deus, independentemente dos outros serem: familiares e/ou desconhecidos; amigos e/ou inimigos; compatriotas e/ou estrangeiros; da mesma raça e classe social e/ou de raça e classe social diferente; cristãos e/ou pagãos… 

Rm 5.5 Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado. 

Mt 5.45 para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. 46 Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? 47 E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? 

Conclusão 

Nesta série de mensagens sobre Relacionamentos em Jesus Cristo, nós temos refletido sobre a má influência religiosa dos “escribas e fariseus”, da ética situacional, da nova moralidade, do pós-modernismo… sobre os cristãos em geral

No caso de Mateus 5.43-47

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No Espírito Santo, no processo da construção  de relacionamentos sadios e construtivos, devemos ter cuidado com as influências: religiosas dos “escribas e fariseus” do nossos dias; da ética situacional, da nova moralidade, do pós-modernismo… 

Lembre-se, sempre, de que:

Rm 5.5 Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração pelo Espírito Santo, que nos foi outorgado. 

Mt 5.45 para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste, porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons e vir chuvas sobre justos e injustos. 46 Porque, se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos também o mesmo? 47 E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os gentios também o mesmo? 

O cristão autêntico tem como imperativo a construção de relacionamentos sadios e construtivos, tendo como padrão e fundamento a lei de Deus, revelada em Jesus Cristo e na sua palavra. 

Bibliografia

MacArthur, Jhon. Biblia de Estudo MacArthur. Barueri, SP: Sociedade Biblica do Brasil, 2010.

Pentecost, J. Dwight. O Sermão da Montanha - Introspecções hodiernas para um estilo de vida cristão. Belo Horizonte: Editora Betânia, MG 1984.

Lloyd-Jones, Martyn. Estudos no Sermão do Monte. São Paulo, SP: Editora Fiel, 1984.

Stott, Jhon. Contracultura Cristã - A mensagem do Sermão do Monte. São Paulo: ABU Editora, 1981.

Wesley, John. O Sermão do Monte. São Paulo, SP: Editora Vida, 2012.

Wiersbe, W. Warren. Novo Testamento 1 - Comentário Bíblico Expositivo. Santo André, SP: Geográfica Editora, 2014.

Notas:

Palavras gregas, pesquisa, no e-Sword, Bible Study - RA Strong’s; RIENECKER, Fritz e ROGERS, Cleon. “Chave lingüística do Novo Testamento grego”, São Paulo, SP: Vida Nova, 1985. 

Lembre-se:

A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de perseverante, e confiantemente aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp. 2.12,13; 1 Tm. 4.7-9; Tg. 1.22-27). Ao meditar nesta mensagem, pergunte-se:

* O que  Deus quer transformar no meu modo de pensar e agir?

* Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?

* Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)? 

Conheça... Creia... Aproprie-se... E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10).

 

Pr. Domingos Mendes Alves

Domingos M. Alves