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Uma tensão resolvida na cruz de Cristo - Juízes 10.6-16

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Uma tensão resolvida na cruz de Cristo

Juízes 10.6-16

Mensagem: No livro de Juízes, assim como em outras partes da Escrituras, há  uma tensão entre a santidade e a misericórdia de Deus, diante do ciclo pecaminoso vivido  pelo Seu povo - o povo da Aliança, tensão essa que encontra a plena e perfeita solução na cruz de Jesus Cristo.

ESBOÇO 

INTRODUÇÃO

1. Recordando

Domingo, 08.12.2019, 7a. Mensagem - Perigo - há finais infelizes, Jz 8.1-10.5 Foco da mensagem: A vida cristã, por vezes comparada a uma difícil corrida com seus desafios e perigos de finais infelizes, tem em Jesus Cristo - o Autor e Consumador da fé, o maior fator motivador e exemplo, de que no Espírito Santo cada verdadeiro cristão pode ter um final feliz.

2. Mensagem de hoje, 05.01.2020 - Uma tensão resolvida na cruz de Cristo, Jz 10.6-16

Chegando ao capítulo 10 de Juízes, uma história se repete… Nós, voltamos a encontrar o mesmo ciclo …

1) Israel peca, sendo infiel a aliança com Deus

Voltaram ao caminho da idolatria - da infidelidade a aliança com Deus, da prostituição espiritual, da ofensa contra Deus.

Jz 10.6 Os filhos de Israel tornaram a fazer o que era mau aos olhos do Senhor e adoraram os baalins, Astarote, os deuses da Síria e os de Sidom, de Moabe, dos filhos de Amom e dos filisteus. Eles abandonaram o Senhor e deixaram de adorá-lo.

Sempre que os israelitas adoravam os ídolos de uma nação, essa nação acabava por oprimi-los… A idolatria resulta em escravidão, e a escravidão em idolatria. (Keller, p. 114)

2) Deus os entrega nas mãos do inimigos 

Deus na sua santa e justa ira disciplina o povo de Israel, por causa da ofensa contra Ele.

10.7 Então a ira do Senhor se acendeu contra Israel, e ele os entregou nas mãos dos filisteus e nas mãos dos filhos de Amom, 8 os quais, nesse mesmo ano, esmagaram e oprimiram os filhos de Israel. Durante dezoito anos, oprimiram todos os filhos de Israel que estavam do outro lado do Jordão, na terra dos amorreus, que está em Gileade.

Deus os “entregou”, “vendeu" (v. 7), ou seja, permitiu que Israel fosse dominado, possuído pelos ídolos que adoravam, serviam…

Como escreveu Timothy Keller: o castigo pela idolatria é a idolatria.

Como vemos em Rm 1.23-25, o castigo divino ao ser humano - por “adorar a criatura no lugar do Criador”, “tornar a verdade de Deus em mentira”, “não glorificar a Deus como Deus, e nem Lhe dar graças” -, é que Deus o “entrega" para ser dominado pelos pecados que idolatram, aos quais servem, e sofram as consequências do pecado.

3) O povo de Israel clama a Deus 

Diante da opressão do inimigo o povo de Israel clama a Deus por libertação..

10.9 Os filhos de Amom passaram o Jordão para lutar também contra Judá, contra Benjamim e contra a casa de Efraim, de maneira que Israel se viu muito angustiado. 10 Então os filhos de Israel clamaram ao Senhor, dizendo: — Pecamos contra ti, porque deixamos o nosso Deus e adoramos os baalins.

Mas, nessa história surge um componente novo!

Diante da repetição da história: pecado de Israel, castigo divino, clamor de Israel, libertação de Deus. 

Deus, afirma de forma dura: Não, desta vez não vos livrarei.

10.11 E o Senhor respondeu aos filhos de Israel: — Quando os egípcios, os amorreus, os filhos de Amom, os filisteus, 12 os sidônios, os amalequitas e os maonitas oprimiam vocês, e vocês clamavam a mim, não é verdade que eu os livrei das mãos deles? 13 Mas vocês me abandonaram e serviram outros deuses. Por isso não os livrarei mais. 14 Vão e clamem aos deuses que vocês escolheram. Que eles os livrem no tempo do aperto.

Como já afirmamos em mensagens anteriores, nesta série em Juízes, em meio ao castigo, a disciplina divina pela opressão dos povos inimigos,  os clamores de Israel pareciam não revelar um verdadeiro arrependimento pela ofensa contra Deus, mas, sim um remorso, uma tristeza por causa dos sofrimentos, das consequências do pecado. Por isso, Deus diz basta! Clamem aos vossos deuses, e eles que os livrem!

10.15 Mas os filhos de Israel disseram ao Senhor: — Nós pecamos. Faze-nos tudo o que te parecer bem, mas, por favor, livra-nos ainda esta vez. 16a E tiraram os deuses estranhos do meio de si e adoraram o Senhor

Agora, sim, os vv. 15, 16, revelam um arrependimento verdadeiro: afirmaram o pecado; apelaram que Deus lhes fizesse o que Lhe parecesse bem; suplicaram pelo livramento; tiraram os deuses do meio deles; e, serviram ao Senhor.

16 E tiraram os deuses estranhos do meio de si e adoraram o Senhor. E ele já não pôde reter a sua compaixão diante da desgraça de Israel.

Diante, desse quadro, Deus, soberana e voluntariamente, pela sua infinita compaixão decide levantar um libertador (Jefté), e novamente libertar o povo da opressão…

Se Deus desistisse do seu povo? Neste caso, como ficaria a sua fidelidade?

Ou,  Deus cederia à vontade pecaminosa do seu povo? Neste caso, como ficaria a sua santidade? (adptado de Keller, p. 28)

Vamos dar uma pausa nesta história, para tratar desta tensão, entre:

A santidade de Deus, o Deus santo e justo que não tolera o mal, e não o abençoa; versus ; a misericórdia de Deus, o Deus amoroso e fiel que não suporta perder aqueles com quem se comprometeu.

Como resolver esta tensão?

Somente a cruz explica como Deus resolve essa tensão. Na cruz, nosso pecado foi atribuído - IMPUTADO - a Cristo, para que a sua justiça fosse imputada a nós… Na cruz Deus despejou sua IRA para com o seu povo na pessoa de seu Filho. Deus satisfez tanto santidade e a justiça - porque o pecado foi punido - quanto a misericórdia e o amor - porque agora ele pode nos aceitar e perdoar (adaptado de Keller, p.28).

2 Co 5.21 Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós, para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus.

1 Pe 3.18 Pois também Cristo padeceu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir vocês a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito.

Desafios, em Jesus Cristo

1. Somos resgatados da condenação e do poder do pecado e da morte, e regenerados - feitos “nova criatura”…

1 Pe 1.18 sabendo que não foi mediante coisas perecíveis, como prata ou ouro, que vocês foram resgatados da vida inútil que seus pais lhes legaram, 19 mas pelo precioso sangue de Cristo, como de um cordeiro sem defeito e sem mácula. […] 23 Porque vocês foram regenerados não de semente corruptível, mas de semente incorruptível, mediante a palavra de Deus, a qual vive e é permanente.

Hb 9.9; 10.14-18 

O Espírito Santo nos revela de que somente na “cruz de Jesus Cristo”, na nova aliança, o pecador resgatado e regenerado por meio da fé “é aperfeiçoado, é nova criatura, tem a lei de Deus gravada em seu coração”; isto, era impossível ao povo de Israel, sob a Lei Mosaica, na Antiga Aliança - tais coisas eram “sombra”, apontavam para Jesus Cristo.

2. No poder do Espírito Santo, persigamos o viver em santificação sem o circulo vicioso dos pecados escravizadores - como a rotina infiel,  idolatra de Israel, relatada em Juízes.

Rm 5.20 A lei veio para que aumentasse a ofensa. Mas onde aumentou o pecado, aumentou muito mais ainda a graça, 21 a fim de que, como o pecado reinou pela morte, assim também a graça reinasse pela justiça que conduz à vida eterna, por meio de Jesus Cristo, nosso Senhor.

Rm 6.1 Que diremos, então? Continuaremos no pecado, para que a graça aumente ainda mais? 2 De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós, que já morremos para ele? 3 Ou será que vocês ignoram que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte? 4 Fomos sepultados com ele na morte pelo batismo, para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também nós andemos em novidade de vida.

3. Vivamos sem o medo e a culpa por causa do pecado e dos pecados; Nele temos o perdão e a purificação dos pecados.

1 Pe 2.21 Porque para isto mesmo vocês foram chamados, pois também Cristo sofreu no lugar de vocês, deixando exemplo para que vocês sigam os seus passos. 22 Ele não cometeu pecado, nem foi encontrado engano em sua boca. 23 Pois ele, quando insultado, não revidava com insultos; quando maltratado, não fazia ameaças, mas se entregava àquele que julga retamente, 24 carregando ele mesmo, em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça. Pelas feridas dele vocês foram sarados.

Rm 8.1 Agora, pois, já não existe nenhuma condenação para os que estão em Cristo Jesus.

1 Co 6.9 Ou vocês não sabem que os injustos não herdarão o Reino de Deus? Não se enganem: nem imorais, nem idólatras, nem adúlteros, nem afeminados, nem homossexuais, 10 nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados, nem maldizentes, nem roubadores herdarão o Reino de Deus. 11 Alguns de vocês eram assim. Mas vocês foram lavados, foram santificados, foram justificados no nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus.

Sem o evangelho do Cristo crucificado, estaremos sempre nos entregando ao pecado com toda a complacência (por causa da incondicionalidade das promessas de Deus) ou vivendo sob o fardo da culpa e do medo (por causa de sua condicionalidade)(Keller, p. 28).

No livro de Juízes, assim como em outras partes da Escrituras, há  uma tensão entre a santidade e a misericórdia de Deus, diante do ciclo pecaminoso vivido  pelo Seu povo - o povo da Aliança, tensão essa que encontra a plena e perfeita solução na cruz de Jesus Cristo.

Continua, domingo 19.01.2020 ,  Juízes 10.17-12.13 

Lembre-se:

A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de perseverante, e confiantemente aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp. 2.12,13; 1 Tm. 4.7-9; Tg. 1.22-27). Ao meditar nesta mensagem, pergunte-se:

* O que  Deus quer transformar no meu modo de pensar e agir?

* Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?

* Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)?

Conheça... Creia... Aproprie-se... E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10).

Bibliografia

A partir desta Mensagem, estou utilizando a Biblia - Nova Almeida Atualizada, Barueri, SP: Sociedade Biblica do Brasil, 3a. ed., 2017.

Cundal, Arthur E. & Morris, Leon. Juízes e Rute, Introdução e Comentário. Série Cultura Bíblica. São Paulo, SP: Ed, Vida Nova & Ed. Mundo Cristão, 1986.

Lindsey, F. D. (1985). Judges. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures. Wheaton, IL: Victor Books - Dallas Theological Seminary. Logos Software Bíblico. 

Keller, Timothy. JUÍZES para você. São Paulo: Vida Nova, 2016.

MacArthur, John. Bíblia de Estudo - Almeida Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.

Pfeiffer, Charles F. & Harrison, Everett F.  Comentário Bíblico Moody - Volume 2 Josué a Cantares. São Paulo, SP: Imprensa Batista Regular, 1988.

Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco & Desenvolvimento no Antigo Testamento. 2a. Edição Revisada e Atualizada. São Paulo: Hagnos, 2006.

Wiersbe, W. Warren. Históricos - Comentário Bíblico Expositivo, Antigo Testamento - Volume II.  Santo André, SP: Geográfica Editora, 2014.

Palavras hebraicas, pesquisa, no e-Sword, Bible Study - RA Strong’s;

Pr. Domingos Mendes Alves