Confie no fiel Criador. 1 Pedro 4.12-19
(Série - I Pedro - Esperança da glória)

Esboço

Introdução

Na 15a.  Mensagem, Sem medos - Cristo é o Senhor, 1 Pedro 3: 13-17, nós fizemos referência a parte desta passagem, de 1 Pe 4.12-19.

Hoje, 4.12-19.

Mensagem: O verdadeiro cristão tem a sua fé alicerçada e edificada nas verdades divinas, e por isso ele confia toda sua vida, em todas situações e tempos,  aos cuidados do fiel Criador.

Analisemos o texto de 1 Pe 4.12-19, refletindo sobre cinco verdades divinas (*) que, em meio aos sofrimentos, alicerçam a nossa confiança no fiel Criador.

Primeira verdade -  Deus permite que soframos para provar nossa fé, o nosso caráter (v. 12).

4.12 Amados, não estranhem o fogo que surge no meio de vocês, destinado a pô-los à prova, como se alguma coisa extraordinária estivesse acontecendo.

Em 1 Pe 1.6,7, nós, também, estudamos de que as tribulações, provações apuram e provam a nossa fé em Jesus Cristo.

Agora, em 4.17, a palavra de Deus vai se referir as perseguições permitidas por Deus, “como julgamento disciplinar para purificar a vida daqueles na família de Deus”. (Raymer, 1985, Vol. 2, p. 854–855)

Segunda verdade - os cristãos são  coparticipantes dos sofrimentos de Jesus Cristo (v. 13).

4.13 Pelo contrário, alegrem-se na medida em que são coparticipantes dos sofrimentos de Cristo, para que também, na revelação de sua glória, vocês se alegrem, exultando.

Cf. At 5.41; Mt 5.10-12.

Coparticipantes 'koinoneo' - estar em comunhão com, tornar-se um participante, tornar-se um companheiro …

Cf. Jo 15.18-21; Fp 3.10,11

"Sofrer injustamente não só glorifica a Deus, mas também manifesta a Sua graça atuante na vida e cumpre o exemplo de Cristo (2.21-24; cf. Lc 6.32-36)” (Muller)

Terceira verdade - os sofrimentos dos cristãos são oportunidades de desfrutar de bençãos divinas  (v. 14).

4.14 Se são insultados por causa do nome de Cristo, vocês são bem-aventurados, porque o Espírito da glória, que é o Espírito de Deus, repousa sobre vocês. 15 Que nenhum de vocês sofra como assassino, ou ladrão, ou malfeitor, ou como quem se mete na vida dos outros.

Bem-aventurados … “Bem-aventurados” os que sofrem por causa do nome de Cristo - Cf. At 5.41; Mt 5.10-12.

O Espírito da glória, que é o Espírito de Deus, repousa sobre vocês.

Repousa, ’anapauo' - dar descanso, reanimar …

Cf. Jo 14.16-18; Mt 10.17-20; Jo 16.7.

"O Espirito Santo (...) faz com que eles tenham, agora, experiência dessa gloria futura que aguardam" (Mueller)

Quarta verdade -  nosso sofrimento é oportunidade de glorificar a Deus (v. 16).

4.16 Mas, se sofrer como cristão, não se envergonhe; pelo contrário, glorifique a Deus por causa disso. 

Não se envergonhe por sofrer por causa do nome de Jesus Cristo, por ser um cristão , um discípulo de Jesus Cristo.

 Cf. At 11.25-26; 26.28; 16.23-25

Nós "glorificamos a Deus" quando nos levantamos como discípulos de Cristo, tanto visualmente, como os outros vêem nossas vidas, e verbalmente, quando explicamos nosso compromisso com eles. (Constable, 2020, pp. 95-97)

Quinta verdade - na palavra de Deus temos  a perspectiva correta sobre o sofrimento (vv. 17-18).

4.17 Porque chegou o tempo de começar o juízo pela casa de Deus; e, se começa por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? 18 E, “se é com dificuldade que o justo é salvo, que será do ímpio e do pecador?”

17a Porque chegou o tempo de começar o juízo 'krima' - julgamento … - pela casa de Deus …

Pedro não está ensinando que a salvação é conquistada por meio de provas ou obras pessoais, mas simplesmente que aqueles que são salvos não estão isentos de julgamentos disciplinares temporais, que são as consequências naturais do pecado. O escritor de Hebreus também apóia Pedro: “Suporta as adversidades como disciplina; Deus está tratando vocês como filhos ”(Hb 12.7). (Raymer, 1985, Vol. 2, p. 854–855)

 Nossos sofrimentos são parte da cena de abertura do último ato do drama redentor de Deus. Julgamento mais severo seguirá sobre o ímpio. Ajuda ver nossos sofrimentos no contexto do plano de Deus para o fim dos tempos. Eles não são um acidente, mas uma garantia de Seu controle soberano. (Constable, 2020, pp. 95-97)

17b …  E, se começa por nós, qual será o fim daqueles que não obedecem ao evangelho de Deus? 18 E, “se é com dificuldade que o justo é salvo, que será do ímpio e do pecador?”

Lembremo-nos  do tempo e da intensidade do sofrimento dos cristãos, em comparação com os dos incrédulos …

Cf .2 Ts 1.3-12;  Ml 4.1-3; Jd 14-21; Ap 20.11

Conclusão

O verdadeiro cristão tem a sua fé alicerçada e edificada na verdades divinas, e por isso ele confia toda sua vida, em todas situações e tempos,  aos cuidados do fiel Criador.

O apóstolo Pedro  concluiu com uma exortação para confiar em Deus e fazer o que é certo (v. 19).

4.19 Por isso, também os que sofrem segundo a vontade de Deus entreguem a sua alma ao fiel Criador, na prática do bem.

3.17 Porque, se for da vontade de Deus, é melhor que vocês sofram por praticarem o bem do que praticando o mal.

"Pode ser da vontade de Deus (thelema; cf. 2.15; 4.2,19) que eles sofram por fazerem o bem (cf. 1.6; 2.15; 4.16,19)”  (Raymer)

Entreguem  'paratithemi' - colocar (de si mesmo ou para si mesmo) nas mãos de outro 2a) depositar 2b) confiar, entregar aos cuidados de alguém

Fiel Criador - "Pedro descreveu Deus como o 'Criador fiel' - uma designação incomum porque apenas aqui no NT é Deus chamado ktistes [Criador] ... A combinação de 'fiel' e 'Criador' lembra o crente do amor e poder de Deus no no meio das provações para que não duvidem de seu interesse ou habilidade.” (Constable, 2020, pp. 95-97)

Pedro incentivou os santos sofredores a perseverar por meio do exercício de uma fé cristã. Assim como Cristo confiou a Si mesmo em Seu Pai, que julga com justiça (2:23), assim os crentes devem se comprometer (paratithesthōsan, um termo contábil, "depositar ou confiar") a si próprios (psychas autōn, lit., "suas almas") a suas Criador fiel e continuar a fazer o bem (cf. 2.15, 20). (Raymer, 1985, Vol. 2, p. 854–855)

 

Próxima Mensagem: … 1 Pedro 5.1-5

Lembre-se:

A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina, é a de perseverante e confiantemente aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp.2.12 -13; 1 Tm. 4.7-9; Tg 1.22-27). Ao meditar nesta mensagem, pergunte-se:

·      O que Deus quer transformar no meu modo de pensar e agir?

·      Como eu posso colocar isto em prática na minha vida?

·      Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)?

Conheça... creia...Aproprie-se... E, pratique a verdade divina para que experimenteis a vida plena que há em Jesus Cristo - Jo. 10.10

 

Bibliografia:

(*) Nota: Esboço adaptado de 1 Pe 4.12-19, Constable, 2020, pp. 95-97)

Bíblia Nova Almeida Atualizada© Copyright © 2017 Sociedade Bíblica do Brasil.

Bible Study , Olive Tree Bible Software - Biblia Almeida Strong.

Constable, Dr. Thomas L. - Notes on 1 Peter 2020 Edition

e-Sword X (Versão 7.0 (26), Biblia KJV + - 2020 Rick Meyers.

Keller, Timothy. “Refined By Fire” 1 Peter 1:1-9, April 24, 2011 - http://www.christcovenantcullman.org/sermonnotes/notes-04-24-11.html

MacArthur, John. Bíblia de Estudo, texto ARA. Barueri, SP: Sociedade Biblica do Brasil, 2010.

Mueller, Ênio R. 1 Pedro, introdução e comentário - Série Cultura Bíblica. São Paulo, SP: Ed. Vida Nova & Ed. Mundo Cristão, 1988.

Pinto, Carlos Osvaldo C. (1950 - 2014). Foco e desenvolvimento no Novo Testamento. São Paulo: Hagnos, 2008.

Piper, John. Teologia da alegria: a plenitude da satisfação em Deus. São Paulo: Shedd Publicações, 2001.

Raymer, R. M. (1985). 1 Peter. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 2, p. 839–840). Wheaton, IL: Victor Books.

Rienecker, Fritz & Rogers, Cleon. Chave Linguística do Novo Testamento Grego. São Paulo, SP: Ed. Vida Nova, 1985.

Welch, W. Wielber. Primeira Epístola de 1 Pedro (O valor da nossa fé). São Paulo, SP: Imprensa Batista Regular, 1978.

Wiersbe, Warren W. Comentário Expositivo: Nova Testamento: volume II. Santo André, SP: Geográfica Editora, 2006.

 

Pr. Domingos M. Alves