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Justiça e graça divina - Juízes 19 a 21

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Justiça e graça divina

Juízes 19 a 21

Mensagem: O livro de Juízes tem lições, profundas e atuais,  para os verdadeiros cristãos, sobre justiça e a graça divina, e suas implicações ao punir o pecado e o pecador, e resgatar da condenação, conceder  o perdão, e garantir a vitória contra o pecado para todo o pecador está (arrependimento e fé) em Jesus Cristo - Senhor dos senhores, Rei dos reis.

ESBOÇO 

INTRODUÇÃO 

1. Recordando

Estes últimos cinco capítulos de Juízes, 17 a 21, como escreveu o Pr. Carlos O. Pinto (p. 232) - retratam a degeneração da vida espiritual, moral, social e política de Israel.

Um período que reinava anarquia sócio política-espiritual.

Jz 21.25 Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais certo. (17.6; 18.1;19.1)

Domingo, 23.02.2020, 12a. Mensagem, Degeneração espiritual, Juízes 17,18.

Mensagem: Na jornada da vida cristã há sérios perigos que, quando ignorados, nos conduzem à degeneração espiritual, ao viver reprovado por Deus resultando na ruína de um indivíduo, família, igreja, nação.

2. Mensagem de hoje, 01.03.2020 - Justiça e graça divina , Jz 19 a 21

O livro de Juízes tem lições, profundas e atuais, para os verdadeiros cristãos, sobre justiça e a graça divina, e suas implicações ao punir o pecado e o pecador, e resgatar da condenação, conceder  o perdão, e garantir a vitória contra o pecado para todo o pecador está (arrependimento e fé) em Jesus Cristo - Senhor dos senhores, Rei dos reis.

Analisemos a narrativa bíblica em Jz 19 a 21, e as lições para os nossos dias

1. Reconciliação do levita com a concubina, 19.1-9

Este levita não é o mesmo citado nos capítulos anteriores.

Uma concubina não tinha o status de esposa. A concubina teve problema com o levita, e tudo leva a crer que houve infidelidade da parte dela, e foi para casa de seu pai. 

Quatro meses depois o levita vai em busca dela, sendo muito bem recebido na casa do sogro, de onde parte no quinto dia após a sua chegada.

2. Um horrível acontecimento em Gibeá, de Benjamin, 19.10-30

No caminho para a Casa do Senhor em Siló (18.31; 19.18), o levita na companhia da concubina, e do seu servo, decide não pernoitar em Jesus - Jerusalém que estava dominado pelos jebuseus (19.11, 12). 

Ele prossegue até Gibeá, que pertence a tribo de Benjamin. Mas, lá não recebe hospedagem, apesar de estar provido do necessário para eles e os animais… Ao, ir para uma praça, onde iria pernoitar, recebe o sentir convite de um idoso de Efraim, que morava em Gibeá, para se hospedar em sua casa (19.20,21).

Durante a noite, homens malignos - de Belial (19.22; 20.13; 1 Sm 2.12; 2 Co 6.15) vão a casa do homem idoso, com o propósito de abusar sexualmente do levita (semelhança do ocorrido em Sodoma (Gn 13.13; 19.3-5).

De modo, covarde o homem idoso oferece a filha virgem e a concubina para serem abusadas pelos tais homens malignos (19.24). Diante da rejeição, o levita, que deveria ser exemplo de altruísmo, coragem e justiça, age de modo egoísta, covarde,  e imoral ao entregar a sua companheira, concubina, na mão daqueles filhos de Belial, que abusam dela durante toda noite, sendo que ela fica a porta da casa de madrugada até o amanhecer sem qualquer socorro, pelos que estão na casa, vindo a falecer  (19.25,26; 20.5)!

Jz 19.25 Porém aqueles homens não o quiseram ouvir. Então o levita pegou a sua concubina e a entregou a eles do lado de fora. E eles a forçaram e abusaram dela toda a noite até pela manhã; e, quando estava amanhecendo, eles a deixaram. 26 Ao amanhecer, a mulher veio e caiu à porta da casa do homem, onde o seu senhor estava hospedado. E ela ficou ali até o clarear do dia.

“Se algum ser humano já suportou uma noite de puro terror, foi ela […] aquela noite deve ter sido para ela […] tão escura quanto o próprio túmulo” (Cundall e Morris, citados por Keller, p. 194)

19.29 Chegando a casa, pegou uma faca e cortou o corpo da concubina em doze pedaços. E enviou os pedaços para todas as regiões da terra de Israel. 30 Todos os que viram isso diziam: — Nunca se fez uma coisa dessas, nem se viu nada semelhante desde o dia em que os filhos de Israel saíram da terra do Egito até o dia de hoje. Pensem nisso, discutam entre si e digam o que se deve fazer.

O levita de modo frio, e grotesco chegando em sua casa, corta a concubina em doze pedaços, e por mão de mensageiros envia cada pedaço para todas as regiões da terra de Israel (19.28,29; 1 Sm 11.7; 1 Rs 11.30), causando em Israel grande indignação e sede de vingança.

O pecado pode tornar-se grotesco e profundo quando as pessoas desprezam a autoridade de Deus (MacArthur, p. 336).

3. A vingança das tribos de Israel, 20

As tribos de Israel, sem a tribo de Benjamim (20.3), se congregam diante do SENHOR em Mispa "como se um homem só” (20.1, 8), e mobilizam quatrocentos mil soldados de infantaria que puxavam da espada (20.2). E, após, ouvir o levita que de forma sutil, distorcido contou sobre o ocorrido, partem para a vingança… 

Jz 20. 12 As tribos de Israel enviaram homens por toda a tribo de Benjamim, dizendo: — Que maldade é essa que foi feita no meio de vocês? 13 E agora entreguem-nos aqueles homens, homens malignos, que estão em Gibeá, para que os matemos e tiremos esse mal do meio de Israel. Mas os filhos de Benjamim não quiseram ouvir a voz de seus irmãos, os filhos de Israel. 14 Ao contrário, vindos de suas cidades, se ajuntaram em Gibeá, para saírem à guerra contra os filhos de Israel. 15 E naquele dia os filhos de Benjamim convocaram das suas cidades vinte e seis mil homens que puxavam da espada, além dos moradores de Gibeá, dos quais reuniram setecentos homens escolhidos.

Devido a rejeição da tribo de Benjamin em entregar os “homens malignos” para serem mortos, deu-se início a mais uma guerra civil…

Em Betel, onde ficava a arca da aliança de Deus (20.18. 27), os israelitas consultaram a Deus sobre  a batalha… E, apesar da resposta positiva de Deus para irem batalhar contra a tribo de Benjamim, os israelitas por duas vezes foram derrotados.

Até que…

20.26 Então todos os filhos de Israel, todo o povo, foram a Betel, choraram, estiveram ali diante do Senhor e jejuaram aquele dia até a tarde. E ofereceram holocaustos e ofertas pacíficas diante do Senhor. 27 E os filhos de Israel consultaram o Senhor. Porque naqueles dias a arca da aliança de Deus estava ali em Betel.

Talvez uma das razões pelas quais o Senhor tenha permitido suas derrotas iniciais tenha sido trazê-los de volta em espírito de arrependimento à adoração sacrificial negligenciada. Desta vez, a investigação deles sobre se eles deveriam continuar a batalha não apenas recebeu uma resposta positiva (Vai), mas também incluiu uma promessa de vitória (amanhã eu vou entregá-los em suas mãos).  Lindsey, F. D. (1985). Judges. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures (Vol. 1, p. 412–413). Wheaton, IL: Victor Books.

E, então nesta terceira incursão contra a tribo de Benjamim, os israelitas vencem a batalha.

20.46 Naquele dia, morreram vinte e cinco mil homens dos filhos de Benjamim, todos eles homens valentes que puxavam da espada. 47 Porém seiscentos homens viraram e fugiram para o deserto, para a rocha de Rimom, onde ficaram quatro meses. 48 Os homens de Israel voltaram para os filhos de Benjamim e passaram a fio de espada tudo o que restou da cidade, tanto homens como animais, tudo o que encontraram. E também puseram fogo em todas as cidades que encontraram.

4. A preservação da tribo de Benjamim, 21

Após a derrota da tribo de Benjamim, surge entre os israelitas a preocupação e o cuidado para que não se extinguisse a tribo de Benjamim.

21.1 Ora, os homens de Israel tinham feito um juramento em Mispa, dizendo: — Nenhum de nós dará sua filha em casamento aos benjamitas. 2  O povo foi a Betel, e ali ficaram até a tarde diante de Deus, levantaram a voz e choraram amargamente. 3  Disseram: — Ah! Senhor, Deus de Israel, por que aconteceu isto em Israel? Por que hoje falta uma tribo?

Por terem feito um juramento complicado, os israelitas planejam como conseguir seiscentas mulheres, para os seiscentos homens que haviam fugido para o deserto, a rocha de Rimom (20.47). E, assim na batalha contra Jabes-Gileade por não terem comparecido à assembleia que tinha sido convocada (21.8,9), conseguiram quatrocentas mulheres; e, as duzentas restantes os homens de Benjamim,  sob a ordem e plano dos israelitas, eles conseguiram entre as moças de Siló (21.19-23a).

Os homens da tribo de Benjamim…

21.23b … Depois voltaram para a sua herança, reedificaram as cidades e habitaram nelas. 24 Então os filhos de Israel também partiram dali, cada um para a sua tribo, para a sua família e para a sua herança.

5. O encerramento do livro de Juízes, 21.15

21.25 Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais certo.

O Livro dos Juízes conclui com uma reafirmação final do fracasso humano em relação à anarquia moral e social desse período que precedeu a monarquia. Como afirmado três vezes antes, Israel não tinha rei (cf. 17: 6; 18: 1; 19: 1). O fato de todos fazerem o que eles desejam é um triste comentário sobre a deplorável condição espiritual da nação naqueles dias. Embora Israel sofresse sob a opressão de muitos inimigos, a graça de Deus era repetidamente evidente quando o povo se voltou para Ele em arrependimento. O Livro dos Juízes ilustra a justiça de Deus e Sua graça - justiça em punir o pecado e graça em perdoar o pecado. (Lindsey, F. D. (1985). (Juízes. Em J. F. Walvoord e R. B. Zuck (Orgs.), O Comentário do Conhecimento da Bíblia: Uma Exposição das Escrituras (Vol. 1, p. 414). Wheaton, IL: Livros Victor)

Conclusão

O livro de Juízes tem lições, profundas e atuais,  para os verdadeiros cristãos, sobre justiça e a graça divina, e suas implicações ao punir o pecado e o pecador, e resgatar da condenação, conceder  o perdão, e garantir a vitória contra o pecado para todo o pecador está (arrependimento e fé) em Jesus Cristo - Senhor dos senhores, Rei dos reis.

Lições

1. Deus pune o pecado e o pecador, o “entregando" ao pecado e as suas consequências… 

Rm 1.18 A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e injustiça dos seres humanos que, por meio da sua injustiça, suprimem a verdade.

Rm 1.24 Por isso, Deus os entregou à impureza, pelos desejos do coração deles, para desonrarem o seu corpo entre si. […] 26a Por causa disso, Deus os entregou a paixões vergonhosas … […] 28 E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a um modo de pensar reprovável, para praticarem coisas que não convêm.

2. Todo ser humano necessita da justiça e da graça divina para vencer o pecado, e os seus males.

Rm 3.22 É a justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo, para todos e sobre todos os que creem. Porque não há distinção, 23 pois todos pecaram e carecem da glória de Deus, 24  sendo justificados gratuitamente, por sua graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus. 

3. A história de Israel serve como exemplo e advertência para o verdadeiro cristão (aquele que é justificado pela fé em Jesus Cristo).

1 Co 10.11 Estas coisas aconteceram com eles para servir de exemplo e foram escritas como advertência a nós, para quem o fim dos tempos tem chegado. 12 Por isso, aquele que pensa estar em pé veja que não caia. 13 Não sobreveio a vocês nenhuma tentação que não fosse humana; mas Deus é fiel e não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar; pelo contrário, juntamente com a tentação proverá livramento, para que vocês a possam suportar.

4. Todo cristão deve viver em temor e para glória de Jesus Cristo - o Rei dos reis, aquele que governa com justiça e graça eterna. 

Ap 15.3 E entoavam o cântico de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro, dizendo: “Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações! 4 Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor? Pois só tu és santo. Por isso, todas as nações virão e se prostrarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos.”

Ap 17.14 Lutarão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; serão vencedores também os chamados, eleitos e fiéis que estão com o Cordeiro.

Encerramento da Série de Mensagens em Juízes.

Lembre-se:

A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de perseverante, e confiantemente aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp. 2.12,13; 1 Tm. 4.7-9; Tg. 1.22-27). Ao meditar nesta mensagem, pergunte-se:

* O que  Deus quer transformar no meu modo de pensar e agir?

* Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?

* Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)?

Conheça... Creia... Aproprie-se... E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10).

Bibliografia

Biblia - Nova Almeida Atualizada, Barueri, SP: Sociedade Biblica do Brasil, 3a. ed., 2017.

Cundal, Arthur E. & Morris, Leon. Juízes e Rute, Introdução e Comentário. Série Cultura Bíblica. São Paulo, SP: Ed, Vida Nova & Ed. Mundo Cristão, 1986.

Lindsey, F. D. (1985). Judges. In J. F. Walvoord & R. B. Zuck (Orgs.), The Bible Knowledge Commentary: An Exposition of the Scriptures. Wheaton, IL: Victor Books - Dallas Theological Seminary. Logos Software Bíblico. 

Keller, Timothy. JUÍZES para você. São Paulo: Vida Nova, 2016.

MacArthur, John. Bíblia de Estudo - Almeida Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2010.

Pfeiffer, Charles F. & Harrison, Everett F.  Comentário Bíblico Moody - Volume 2 Josué a Cantares. São Paulo, SP: Imprensa Batista Regular, 1988.

Pinto, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco & Desenvolvimento no Antigo Testamento. 2a. Edição Revisada e Atualizada. São Paulo: Hagnos, 2006.

Wiersbe, W. Warren. Históricos - Comentário Bíblico Expositivo, Antigo Testamento - Volume II.  Santo André, SP: Geográfica Editora, 2014.

Palavras hebraicas, pesquisa, no e-Sword, Bible Study - RA Strong’s;

Pr. Domingos Mendes Alves