O justo pelos injustos. 1 Pedro 3.13-17
(Série - I Pedro - Esperança da glória)

1Pedro 3.18–22 (RA) — 18 Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito, 19 no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão, 20 os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água, 21 a qual, figurando o batismo, agora também vos salva, não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo; 22 o qual, depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, e potestades, e poderes.

Jesus Cristo realizou Sua obra em meio a um contexto injusto.

18 Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus; morto, sim, na carne, mas vivificado no espírito,

morreu (πάσχω) - Padecer, experimentar dano ou dor.

conduzir (προσάγω) - Apresentar.

Cristo sofreu, padeceu uma única vez pelos pecados, o justo pelos injustos...

• O justo pelos injustos ou o justo no lugar de, em nome de...

Ele cumpriu a exigência de Deus por justiça, sofreu o castigo que era para nós e ofereceu-se como um sacrifício “para tirar o pecado de muitos”. (Kistemaker, S. J.)

Uma única pessoa, uma única vez, no lugar dos injustos. A morte substitutiva de Jesus Cristo.

• No Antigo Testamento o sumo sacerdote entrava no Santo dos Santos uma vez por ano para aspergir sangue. Isso servia como expiação pelos pecados do povo, conforme Levítico 16.

• Jesus se oferece como sacrifício para a expiação dos pecados de Seu povo uma única vez, de uma vez por todas.

Isaías 53.11 (RA) — Ele verá o fruto do penoso trabalho de sua alma e ficará satisfeito; o meu Servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si.

Hebreus 10.10 (RA) — Nessa vontade é que temos sido santificados, mediante a oferta do corpo de Jesus Cristo, uma vez por todas.

• Jesus sofreu por praticar o que é bom, agradável a Deus.

• Ele não tinha pecado.

• O propósito da morte sacrificial de Jesus (conduzir-vos a Deus) é a reconciliação do homem com Deus.

Romanos 5.8, 10 (RA) — 8 Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. 10 Porque, se nós, quando inimigos, fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho, muito mais, estando já reconciliados, seremos salvos pela sua vida;

“O Justo pelos injustos" nos encoraja a mantermos o compromisso com a vontade de Deus.

• Hebreus 4.15–16 (RA) — 15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado. 16 Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna.

  • Jesus sofreu, pagou o preço pelos seus pecados.

  • Quando estiver em meio ao sofrimento, lembre-se de que Ele sabe o que é sofrer injustamente.

  • Mantenha seu compromisso com a vontade de Deus e confie em Sua suficiência.

    • Jesus conhece sua dor porque ele sofreu à nossa semelhança, mas sem pecado.

A rebelião do homem contra a verdade

19 no qual também foi e pregou aos espíritos em prisão, 20 os quais, noutro tempo, foram desobedientes quando a longanimidade de Deus aguardava nos dias de Noé, enquanto se preparava a arca, na qual poucos, a saber, oito pessoas, foram salvos, através da água,

O v.19 tem algumas interpretações e uma delas, especificamente, é muito perigosa.

• Alguns afirmam que "pregou aos espíritos em prisão", significa que Jesus pregou o arrependimento aos mortos.

  • A oportunidade que o homem tem de se arrepender dos seus pecados e ser reconciliado com Deus é, somente em vida, aqui na terra.

• O texto não menciona o conteúdo da mensagem pregada, mas por coerência bíblica, não pode ser uma mensagem de arrependimento àqueles que já morreram.

  • pregou (κηρύσσω) - Proclamar, informar, tornar público.

Pedro faz, então, um paralelo entre os dias que seus leitores viviam com os dias que Noé viveu. Pessoas que rejeitavam a Deus e se rebelavam contra a vontade dEle.

·      Noé viveu e pregou a justiça em meio a uma geração maligna.

·      Apesar do sofrimento ele obedeceu a Deus e todos os que se identificaram com a mensagem foram salvos.

o   Noé colocou sua fé na Palavra de Deus e viveu com firmeza mesmo em meio à oposição e ao sofrimento.

·      Assim também, Jesus Cristo sofreu uma única vez pelos pecados, o Justo pelos injustos para nos reconciliar com Deus.

o   Ao se identificar a mensagem do Evangelho também será salvo do julgamento.

·      O mesmo dilúvio que destruiu a muitos salvou a poucos.

o   Os pagãos da época de Noé não se arrependeram, os pagãos dos dias de Pedro não se arrependeram e hoje ainda há pessoas que não se arrependem.

O v.20 diz que Deus foi longânimo nos dias de Noé.

O julgamento está próximo, e o resultado dele para os ímpios será desolador, mas em Cristo há libertação. (Raymer. R. M.)

• Jesus Cristo, ao vencer a morte, declara a vitória sobre Seus adversários.

Ao se identificar com Cristo por meio do batismo o sofrimento é certo, mas a vitória também é

21 a qual, figurando o batismo, agora também vos salva, não sendo a remoção da imundícia da carne, mas a indagação de uma boa consciência para com Deus, por meio da ressurreição de Jesus Cristo; 22 o qual, depois de ir para o céu, está à destra de Deus, ficando-lhe subordinados anjos, e potestades, e poderes.

Assim como as águas do dilúvio limparam o mundo cheio de maldade, o batismo ilustra o rompimento com o passado submerso no pecado e o início de uma nova vida em Cristo Jesus.

• A vitória se encontra em Jesus Cristo.

• Todos os inimigos do Evangelho serão derrotados.

• Os cristãos, apesar do sofrimento, serão libertados e partilharão do triunfo de Cristo.

É o Cristo ressurreto que concede o poder que precisamos diariamente para a vida e para o serviço.

(Warren Wiersbe)

• Gálatas 2.20 (RA) — 20 logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.

  • Conforme o v.21, o batismo identifica o cristão com Jesus Cristo e dá testemunho público do rompimento com a vida antiga e uma nova vida em Cristo Jesus.

A vida cristã não está livre de sofrimento e perseguições, de acordo com tudo o que temos aprendido em 1Pedro.

·      João 16.33 (RA) — 33 Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições; mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.

Só conseguiremos sofrer de forma apropriada se soubermos o que nos aguarda.

• Salmo 30.5 (RA) — 5 Porque não passa de um momento a sua ira; o seu favor dura a vida inteira. Ao anoitecer, pode vir o choro, mas a alegria vem pela manhã.

  • A noite é longa, o choro é incontrolável, mas temos certeza de que a alegria vai chegar.

É a fé em nosso bom e soberano Deus que nos capacita a esperar pela manhã. (Dustin Shramek)

• A recompensa pela fidelidade de Cristo é vista em Sua exaltação sobre todas as coisas.

• Ele está entronizado à direita de Deus.

• O assento de honra suprema, para governar e reinar sobre toda a criação.

A vitória final de Jesus Cristo, apesar do sofrimento, deve ser um encorajamento para todo discípulo de Jesus Cristo!

O sofrimento é parte da vida, assim como, a vitória é encontrada em Jesus Cristo.

Pr. Oscar Soares Jr.