Um viver consciente e responsável em Cristo Jesus
I Coríntios 5.6-13
(Série: Edificação, todos e cada um - Efésios 4:16) 

 

Mensagem: O sacrifício de Jesus conduz o cristão a autoavaliação e o despertar para uma vida marcada pela honestidade, confiança e dependência nEle; de modo que cada ato individual reflita o caráter de Cristo e gere impacto na comunidade comprada pelo Seu sangue.  

Introdução

A páscoa foi instituída no Egito conforme Êxodo 12. Celebrava o aniversário da libertação dos judeus da escravidão do Egito e seu estabelecimento como povo independente.

·      Nos dias de Jesus, celebrava-se comendo o cordeiro pascal e os judeus iam para Jerusalém para a festa. 

Deus deu orientações ao povo de como celebrar a páscoa e a festa dos pães asmos (Êxodo 12.1-20).

·      Assar o cordeiro no fogo e comer com pães sem fermento e ervas amargas.

·      Eliminar o fermento das casas.

·      Não comer pão levedado do primeiro ao sétimo dia de celebração sob o risco de ser eliminado da congregação em caso de descumprimento.

·      Celebração instituída como um memorial passando de geração em geração. 

Assim como a páscoa judaica celebra a libertação da escravidão do Egito, nós celebramos a páscoa em Cristo Jesus, nosso cordeiro pascal, que foi imolado para que fossemos libertos da escravidão do pecado.

·      A oferta da páscoa deveria ser perfeita.

·      O cordeiro precisava ser morto.

·      O sangue tinha de ser aplicado. 

A festa do pão sem fermento ou asmo

·      Iniciava na noite da páscoa e durava sete dias.

·      O fermento deveria ser retirado das casas porque simbolizava o mal e a corrupção. 

v.6-8 – Viver coerente com a Palavra

1Coríntios 5.6–8 (RA) — 6 Não é boa a vossa jactância. Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda? 7 Lançai fora o velho fermento, para que sejais nova massa, como sois, de fato, sem fermento. Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado. 8 Por isso, celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade.  

Os versículos que antecedem esta passagem (1-5) relatam o caso de um homem que mantinha relações sexuais com a mulher de seu pai (provavelmente esta mulher não era sua mãe), e a igreja observa esta situação sem tomar qualquer providência. Por isso, os versículos a seguir falam a respeito de pureza, coerência e responsabilidade individual e coletiva para com Deus e Sua Palavra a fim de preservar a pureza na igreja. 

Paulo já mencionou no capítulo 3 versículos 16 e 17 que o cristão é santuário de Deus, portanto deve ter a consciência da sua responsabilidade. 

Paulo reprova a postura arrogante e complacente que a igreja adotava diante de práticas pecaminosas.

·       A exortação de Paulo é para mostrar que a postura adotada diante do pecado comprometia a pureza da igreja. 

O pecado deveria ser eliminado da igreja local por causa do sacrifício de Cristo.

·       O pecado "espalha o fermento pela igreja e leveda toda a massa". 

Ao usar o fermento como ilustração para o pecado na igreja de Corinto, Paulo está se referindo a:

·       Imoralidade sexual citada nos versículos 1 a 5.

·       O orgulho da igreja.

·       A tolerância para com o pecado.

·       A hipocrisia da igreja. 

Jesus Cristo foi imolado

·       Morto como ato de adoração ou expiação no que diz respeito a uma divindade.

·       Cristo se entregou para que a igreja seja santa.

·       Jesus Cristo crucificado e ressurreto nos dá uma nova perspectiva de vida. 

Da mesma forma, lançar fora o velho fermento, está relacionado a um viver com sinceridade e verdade.

·       Uma vez que Cristo já foi sacrificado o velho fermento tem de ser removido.

·       Em Cristo Jesus não somos mais escravos do pecado.

·       Estamos libertos do peso da culpa, pois recebemos o dom da vida eterna.

"Celebrar a festa com os asmos da sinceridade e verdade é viver uma vida marcada pela coerência com a Palavra de Deus e a dependência no Senhor Jesus".

v.9-13 – Separados, não isolados

1Coríntios 5.9–13 (RA) — 9 Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os impuros; 10 refiro-me, com isto, não propriamente aos impuros deste mundo, ou aos avarentos, ou roubadores, ou idólatras; pois, neste caso, teríeis de sair do mundo. 11 Mas, agora, vos escrevo que não vos associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal, nem ainda comais. 12 Pois com que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro? 13 Os de fora, porém, Deus os julgará. Expulsai, pois, de entre vós o malfeitor. 

Paulo menciona no v.9 uma carta escrita anteriormente aos coríntios com a advertência para não se associar com os impuros, a saber, pessoas conhecidas pela libertinagem sexual.

·      De acordo com v.10 ele não está se referindo aos incrédulos, caso contrário os cristãos deveriam viver em isolamento em uma espécie de bolha sem qualquer tipo de contato com incrédulos.

o   O ponto central não é evitar se relacionar com incrédulos, mas cuidar para não se deixar influenciar por eles.

·      A referência no v.11 é com aquela pessoa que se diz cristão, mas vive como incrédulo.

o   O discurso é cristão, mas a prática é pagã.

o   Pessoa cuja vida é marcada pela mentira, imoralidade sexual, desonestidade, fofoca, preguiça...

o   A orientação bíblica é que o cristão não deve se associar com pessoas imorais.

§  Pessoas que insistem na prática do pecado, não se arrependem e se recusam a ouvir uma exortação.

o   Com pessoas assim, a orientação é de não comer junto à mesa da comunhão.

·      Ao invés de julgar os de fora (v.12), a igreja deveria tratar com seriedade os pecados que ocorriam lá dentro.

o   Julgar é mais do que criticar.

o   É avaliar com o padrão bíblico.

o   Tudo isso é necessário para preservar a pureza dentro da igreja. 

“A disciplina da igreja não consiste em um grupo de ‘policiais piedosos’ à caça de um transgressor. Antes, é constituída de um grupo de irmãos e irmãs profundamente entristecidos, desejosos de restaurar um membro caído da igreja.” (Warren Wiersbe) 

Questões para aprofundamento, compartilhar … nos Grupos Pequenos.

1.     Como você avalia a importância de uma vida coerente com a Palavra de Deus nos âmbitos individual e coletivo?

2.     De que forma você pode contribuir para que a igreja preserve sua característica de ser separada por e para Deus?

3.     Como você pode ajudar na restauração de um irmão que caiu em pecado? 

Palavras que merecem atenção no texto 

·       Jactância (καύχημα) - satisfação pessoal s. — um contentamento satisfeito com seus próprios ou realizações do outro.

·       Fermento (ζύμη) - fermento s. — uma substância usada para produzir fermentação em massa ou em um líquido; o principal ingrediente que faz o pão aumentar.

·       Sem fermento (ἄζυμος) - sem fermento adj. — feito sem qualquer substância utilizada para produzir fermentação em uma massa ou um líquido.

·       Maldade (κακία) - hostilidade (disposição) s. — uma disposição hostil, não-amigável ou odiosa.

·       Malícia (πονηρία) - depravação (perversão) s. — a perversão da virtude e dos princípios morais de seus propósitos para fins maus.

·       Sinceridade (εἰλικρίνεια) - sinceridade s. — a qualidade de ser honesto e direto na atitude e discurso (a ausência de afeto ou pretensão).

·       Verdade (ἀλήθεια) - verdade (qualidade) s. — conformidade com a veracidade ou realidade; frequentemente com a implicação de confiabilidade.

 

Bibliografia:

Bíblia Almeida Revista e Atualizada

Bíblia Brasileira de Estudo

Bíblia de Estudo Anotada

Comentátio Bíblico Expositivo: Novo Testamento: volume I – Warren Wiersbe

Foco e Desenvolvimento no Novo Testamento – Carlos Osvaldo Pinto

Notes on 1Corinthians (2017 edition) – Thomas Constable

Software Logos Bible

Teologia do Novo testamento – Roy Zuck

The Bible Knowledge Commentary – Roy Zuck, John Walvoord

Pr. Oscar Soares Jr.