Quando um membro… Todos os outros…

Cada dia e cada momento ouve-se que um membro está doente, outro sofreu acidente, outro está com problemas relacionais, outro está vivendo uma vida de mau testemunho, outro está com crise financeira, outro está desempregado, outro está desanimado, outro há muito está ausente da vida da igreja, outro está murmurando e negativamente contaminando outros… Ufa!

Sempre tive em mente de, em nossas igrejas evangélicas, há membros (e há pastores!) que acham que pastor deve ser como Cristo, não o Jesus de Nazaré que embora sendo Deus se auto limitou, mas o Cristo exaltado, assentado a direita do Pai. O Cristo exaltado, vivendo toda a plenitude de Sua divindade, sendo Onipresente (está em todo local), Onisciente (conhece todas as coisas), e Onipotente (pode todas as coisas).

Pastor não é divino, por isso jamais será onipresente, onisciente e onipotente, mas deve sim  ser como o Jesus de Nazaré, compassivo, misericordioso e servo aos outros por amor ao Pai. Deve sob a graça divina servir  todos e cada um, segundo a oportunidade e os recursos que Deus Pai lhe conceder, sempre consciente de suas prioridades, e limitações: tempo, recursos, energias…

Não é bíblico, e nem de bom senso, pensar-se que no dia a dia de uma igreja o cuidado uns dos outros seja exclusividade do pastor. Mesmo, numa igreja com poucos membros, com uma pouca dezena de membros, deve haver a visão, a prática bíblica do sacerdócio universal de todos os santos, da pratica da mutualidade (“uns aos outros), do cuidado uns dos outros… Não se pode requerer de um pastor que acompanhe a vida de todos os que sofrem e ou todos que se alegram…

A Bíblia nos ensina, e é o ensino bíblico que devemos seguir,  que “todos os membros tenham cuidado uns pelos outros”, e  se um sofre “todos os outros sofrem”, se um se alegra “… todos os outros se alegram”, 1 Co 12:25,26. Assim, cuidar uns dos outros é tarefas de todos. E a igreja cresce em amor quando todos fazem a sua parte (Ef 4:16).

Pastor, deve respeitando seus limites, e convicto de suas prioridades ministeriais não se omitir no cuidado de outros…  Mas, pastor não carregue sozinho  o cuidado dos membros da igreja… Se preocupe, zele, sofra, se alegre pela vida e ministério da igreja… Mas, também, ensine a igreja sobre os princípios bíblicos do cuidado mútuo, e encoraje a prática de tais princípios…

Você, membro de uma igreja local, verdadeiro discípulo de Jesus Cristo, comprometido com Deus e a igreja, cumpra plenamente sua responsabilidade e privilégio de cuidar “uns dos outros”. Conforme a oportunidade e os recursos que Deus te der – cuide do teu próximo! Por outro lado, se você em momento de sofrimento e ou alegria teve a solidariedade de um outro membro da igreja, alegre-se pois ele é a expressão do “todos”, do “corpo – Igreja”, em tua vida.

Vivamos segundo o ensino bíblico e isso não estressará os pastores com a falsa visão de que sozinhos tem que cuidar de todos, e nem causará frustração e ou murmuração ao membro que acha que cuidar de todos e se alegrar com todos é tarefa exclusiva dos pastores, menosprezando o ensino bíblico, e o valor do seu ministério e do ministério de cada membro.

No poder e direção do Espírito Santo cuidemos uns dos outros.

Em Cristo Jesus – Pr. Domingos M. Alves