Gestão Financeira sob a perspectiva do reino
Mensagem:
Os valores do Reino de Deus, os princípios bíblicos, devem nortear a nossa relação com o dinheiro e a elaboração do nosso orçamento financeiro, e ao serem praticados resultam em benção para nós e os outros, e na exaltação de Deus (1 Coríntios 10.31).
Esboço:
INTRODUÇÃO
1. Recordando
Na 6a. mensagem, “Relacionamento pais e filhos sob a benção divina”, Ml 4:4-6; 2 Tm 3:1-5, nós vimos que“Deus tem como propósito que, sob Sua benção e no poder do Espírito Santo, o relacionamento entre pais e filhos resulte na alegria e edificação mutua, e O glorifique”.
Hoje, 7a. mensagem, “Gestão financeira sob a perspectiva divina”.
2. Finanças – benção ou maldição
Finanças é uma das principais causas de conflitos na “Vida a Dois”, nos relacionamentos conjugais, familiares…
Quem já não falou ou ouviu da conta alta do telefone? Das altas prestações do carro? Da necessidade do vestido e do sapato novo para toda cerimônia de casamento? Das despesas com o esporte preferido do marido? Das altas contas da energia elétrica? Das mútuas acusações sobre desperdícios, dos gastos acima do orçamento?
Vivemos numa sociedade que tem marcas da cobiça, do egoísmo e da inveja…
No dia a dia nós enfrentamos o problema da cobiça (nunca estar contente, e sempre querer mais); do egoísmo (querer só para si, e ou controlar o que possui); e da inveja (querer o que é dos outros, não se alegrar com a conquista dos outros)…
Biblicamente falando o problema não está no ter dinheiro em si mesmo, mas:
- a) no “amor ao dinheiro” – “Porque o amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (1 Tm 6:10);
- b) no ganho desonesto – Pv 11:1; Rm 12:17; 1 Pe 2:1.
- c) no endeusar o dinheiro – Mt 19:23; Lc 16:13; 1 Tm 6:10; o dinheiro pode levar o ser humano a esquecer-se de Deus – Dt 8:11-14; e, expõe o ser humano às grandes tentações – Mt 13:22; 1 Tm 6:9.
Em Atos 5 há a história de um casal, Ananias e Safira, que foram cúmplices mentindo a Deus a cerca do dinheiro adquirido com a venda de um terreno… O casal sofreu a disciplina divina… Para alguns casais, algumas famílias, dinheiro e bens materiais são sinônimos de tragédia, de dor, de graves crises relacionais.
Mas uma boa notícia é que dinheiro e os bens materiais podem ser dons, dádivas, bênçãos de Deus…
1 Tm 6:17 “manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a sua esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que nos concede abundantemente todas as coisas para delas gozarmos”…
“Quanto ao homem, a quem Deus conferiu riquezas e bens, e lhe deu poder para deles comer, e receber a sua porção, e gozar do seu trabalho: isto é dom de Deus.” Eclesiastes 5:19
A proposta desta mensagem não é ensinar como se faz um orçamento (há cursos / ferramentas específicas para isso), mas apresentar princípios bíblicos que devem nortear a nossa relação com o dinheiro e a elaboração do nosso orçamento financeiro, que ao serem praticados resultam em benção para você e os outros, e a exaltação de Deus – 1 Co 10:31.
Analisemos três princípios bíblicos que devem nos nortear na relação com o dinheiro e os bens materiais, na gestão financeira…
I. O princípio da mordomia
Ageu 2:8, apresenta-nos Deus como sendo o Proprietário de todos os recursos financeiros existentes.
1 Tm 6:17 “manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a sua esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que nos concede abundantemente todas as coisas para delas gozarmos” (cf. Eclesiastes 5.19).
A luz dos textos bíblicos aprendemos que:
- Deus é o dono dos nossos bens – Ex 19.5,6; Sl 24.1; Ag 2.8.
- A capacidade de adquirir os bens vem de Deus – Dt 8.15-18; 1 Cr 29.12; Ec 5.19.
- Os bens têm duração limitada – Sl 39.6; 49.16,17; 1 Tm 6.7.
Se os bens são de Deus, se é Deus quem nos dá os bens, logo nós somos mordomos – administradores de um bem que pertence a Deus.
Certa vez Richard Foster (autor do livro: Dinheiro, Sexo e Poder) disse que devíamos carimbar tudo o que temos com o seguinte lembrete: “Dado por Deus, prioridade de Deus, para ser usado para os propósitos de Deus”
II. O princípio do contentamento
1 Tm 6:3-8 “Se alguém ensina alguma doutrina diversa, e não se conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, é soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, injúrias, suspeitas maliciosas, disputas de homens corruptos de entendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade é fonte de lucro; e, de fato, é grande fonte de lucro a piedade com o contentamento. Porque nada trouxe para este mundo, e nada podemos daqui levar; tendo, porém, alimento e vestuário, estaremos com isso contentes”.
Na economia divina – Piedade + Contentamento = Grande fonte de lucro.
Perspectiva sobre a realidade e simplicidade da vida: nada trouxemos para este mundo, e nada podemos daqui levar; tendo, porém, alimento e vestuário, estaremos com isso contentes.
Precisamos como o apóstolo Paulo aprender a ficarmos contentes em toda e qualquer situação… Um contentamento que não é fruto das circunstâncias, mas do relacionamento com Deus – Fp 4:10-13 (cf. Hb 13:5,6).
Precisamos ter a “piedade” (busca da conformidade com Deus, 1 Tm 4:7) e o “contentamento” como “grande fonte de lucro”.
Pratiquemos o bem, sejamos ricos boas obras, generosos, entesourando para a eternidade (1 Tm 6:18,19).
III. O princípio da correta finalidade dos meios, recursos financeiros
Suprir as nossas necessidades, bem como as de outras pessoas (Mt 6:31-33; 1 Tm 6:8,18; Sl 37:21; Ef 4:28; Fp 4:19);
1Tm 6:18 “que pratiquem o bem, que se enriqueçam de boas obras, que sejam liberais e generosos”.
Os recursos financeiros devem ser utilizados para suprir as nossas necessidades, mas também para ajudar outros em suas necessidades.
Coloque em seu orçamento mensal recursos para a provisão das necessidades presentes e futuras (economize, invista – isto não é falta de fé) e também para ajudar outros – seja prudente e generoso.
Buarque de Holanda disse certa vez: “A elite brasileira é cordial, mas não é generosa”.
O verdadeiro discípulo de Cristo deve ser cordial e generoso.
Prover os recursos financeiros necessários para o sustento e expansão da obra de Deus (1 Co 16:2; Ml 3:10; 2 Co 9:12-14; Fp 4:10-20);
Devemos contribuir: sacrificialmente (2 Co 8:2); Alegremente (2 Co 8:2); Voluntariamente (2 Co 8:3); Prontamente (2 Co 8.:1); De boa vontade (2 Co 8:12-19); Generosamente (2 Co 8:20); Sem avareza (2 Co 9:5); Sem tristeza (2 Co 9:7); Não por obrigação (2 Co 9:7); Regularmente (1 Co 16:2).
Invista na obra de Deus realizada por meio da igreja local. A obra de Deus deve ser sustentada pelo povo de Deus. Encare isso como privilégio e responsabilidade… A contribuição é um ato de confiança e obediência a Deus, e mais uma oportunidade (a outra é ajudar outros nas suas necessidades) de investir em tesouros eternos nos céus.
Saiba que a contribuição financeira é um sacrifício aceitável e agradável a Deus, e confie na Sua provisão (Filipenses 4:13,18,19).
Coloque em seu orçamento mensal recursos para a contribuição para obra de Deus por meio da igreja local – oportunidade de retribuir a Deus parte do que Ele tem te dado, e de contribuir para suporte e expansão da evangelização e missões!
Oferecer-nos conforto e satisfação (1 Timóteo 6:17)
1 Tm 6:17 “manda aos ricos deste mundo que não sejam altivos, nem ponham a sua esperança na incerteza das riquezas, mas em Deus, que nos concede abundantemente todas as coisas para delas gozarmos”;
“Quanto ao homem, a quem Deus conferiu riquezas e bens, e lhe deu poder para deles comer, e receber a sua porção, e gozar do seu trabalho: isto é dom de Deus”, Eclesiastes 5.19.
Não é pecado utilizarmos o dinheiro para desfrutarmos daquilo que gostamos, do que nos dá prazer, desde que isto não seja o foco principal e nem um fim em si mesmo.
Na filosofia epicurista o foco é o prazer pessoal, na filosofia divina o foco é a honra e glória de Deus (1 Co 10:31).
Coloque em seu orçamento mensal recursos para lazer, recreação etc.. para desfrutar do fruto do trabalho, e seja grato a Deus por tal presente.
Conclusão
“Acaso andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?” (Amós 3:3)
O casal deve concordar na gestão financeira segundo os princípios bíblicos e na elaboração do orçamento mensal (não seguindo o exemplo de Ananias e Safira)… Deve haver acordo para que andem juntos, para que dinheiro e bens materiais não sejam fonte de conflitos, mas de satisfação mutua, benção para outros e exaltação do nome de Deus.
Algumas dicas finais:
- Planeje seus gastos – não gaste mais do que você ganha (Pv 16:9; 21:5);
- Não viva ansioso – ansiedade revela foco não em Deus, mas nos bens materiais (Mt 6:25-34; Fp 4:6-6);
- Economize / Poupe – provisão para o futuro, imprevistos… (Pv 18:9; 21:20);
- Cuidado com dívidas – não fique escravo de dívidas (Rm 13:8; Pv 22:7);
- Trabalhe e ganhe dinheiro honestamente (Pv 6:6-11; 12:27; 13:11; 14:23; 17:23; 2 Ts 3:10-12) – suborno, roubo, agiotagem, sonegação, corrupção etc. são meios de ganho desonesto.
- Cuidado com o ser fiador (Pv 6:1-5; 11:15; 17:18; 20:16; 22:26-27; 27:13) -pergunte: a pessoa é íntegra? Pode honrar o compromisso? Se a pessoa não honrar, eu posso? – se houver um “não” na resposta, não seja fiador;
- Aprecie aquilo que você já possui (Fp 4:11-13) – compre para usar, não somente para ter;
- Viva com simplicidade e contentamento (1Tm 6:6-8; Fp 4:11).
- Seja grato a quem te ajuda (Fp 4:10,14-16) – desenvolva a cultura da gratidão.
Nossos valores e estilos de vida na área financeira, e em todas as demais áreas revelam se de fato Cristo é o Senhor em nossa vida (2 Co 8:5).
Tanto o dinheiro quanto os bens materiais devem ser gerenciados sob o ponto de vista divino. Desta forma consagraremos e usaremos os mesmos de forma agradável a Deus.
Certa vez Richard Foster (autor do livro: Dinheiro, Sexo e Poder) disse que devíamos carimbar tudo o que temos com o seguinte lembrete: “Dado por Deus, prioridade de Deus, para ser usado para os propósitos de Deus”
Vivemos numa sociedade que tem marcas da cobiça, do egoísmo e da inveja…
1Tm 6:11-16 “Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão. Peleja a boa peleja da fé, apodera-te da vida eterna, para a qual foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas. Diante de Deus, que todas as coisas vivifica, e de Cristo Jesus, que perante Pôncio Pilatos deu o testemunho da boa confissão, exorto-te a que guardes este mandamento sem mácula e irrepreensível até a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; a qual, no tempo próprio, manifestará o bem-aventurado e único soberano, Rei dos reis e Senhor dos senhores; aquele que possui, ele só, a imortalidade, e habita em luz inacessível; a quem nenhum dos homens tem visto nem pode ver; ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém”.
Os valores do Reino de Deus, princípios bíblicos, devem nortear a nossa relação com o dinheiro e a elaboração do nosso orçamento financeiro, e ao serem praticados resultam em benção para nós e os outros, e na exaltação de Deus (1 Coríntios 10:31).
Lembre-se:
A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de perseverante, e confiantemente aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp 2:12,13; 1 Tm 4:7-9; Tg 1:22-27). Ao meditar nesta mensagem, pergunte-se:
- O que Deus quer transformar no meu modo de pensar e agir?
- Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?
- Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)?
Conheça… Creia… Aproprie-se… E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10).