Visões de Deus para um tempo de crise
Mensagem: Em tempos de crises a visão de Deus nos transmite transformação de vida e esperança Nele.
Introdução
A. Recordando
Na 4ª mensagem desta série, “A vinha, a Videira e os ramos do Senhor”, Isaías 5 (João 15:1-8), vimos que “O povo de Deus na antiguidade tinha, assim como a Igreja de Jesus na atualidade tem, as condições e os recursos necessários para produzir bons frutos, frutos que agradam a Deus”.
B. Mensagem de hoje – “Visões de Deus para um tempo de crise”.
1. Contexto histórico
“No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor assentado num trono alto e exaltado, e aba de sua veste enchia o templo”, Is 6:1.
O profeta Isaías refere-se aproximadamente ao ano 740 a.C. Uzias reinou cerca de 52 anos, e foi conhecido com um rei competente e enérgico.
Esta visão ocorre no primeiro período profético de Isaías.
Em 2 Crônicas 26 tomamos conhecimento de que Uzias começou a reinar com 16 anos. Ele fez o que era reto perante o Senhor. Buscou o Senhor, e Ele o fez prosperar. No reinado de Uzias, Israel e Judá estavam num época de poder e prosperidade. Judá obteve vitórias sobre os filisteus, os árabes, o amonitas e os edomitas, e fortificou Jerusalém e outras cidades. Uzias também promoveu a agricultura, o comércio e a indústria.
Mas, 2 Cr 26:16, “havendo-se já fortificado, exaltou-se o seu coração para a sua própria ruína, e cometeu transgressões contra o Senhor, seu Deus, porque entrou no templo do Senhor para queimar incenso no altar do incenso”.
Ficou leproso, separado, excluído da casa do Senhor, e assim morreu…
“Quanto aos mais atos de Uzias, assim os primeiros como os últimos, o profeta Isaías, filho de Amós o escreveu”, 2 Cr 26:22.
Depois veio Jotão, que fez o que era reto perante o Senhor, mas o povo continuava na prática do mal, do que não agradava a Deus.
Acaz, 2 Cr 28, fez mal perante o Senhor, o que atraiu a Sua ira… Morreu e não foi enterrado no sepulcro dos reis de Israel.
Ezequias, 2 Cr 29, promoveu um reavivamento espiritual, e Deus o abençoou… No entanto, no capítulo 32:25, 26, lemos que ele se exaltou diante de Deus, atraindo a Sua ira e tendo sido acometido de uma doença mortal. Se arrependeu, humilhou-se, clamou a Deus, tendo sido perdoado, curado e abençoado.
2. Contexto espiritual
Já vimos nas mensagens anteriores que o povo estava em pecado, afastado de Deus, como registra o capítulo primeiro de Isaías.
Em horas de graves crises sociais, econômicas, relacionais, espirituais etc., devemos buscar a Deus e Ele nos abrirá os olhos para quatro importantes visões.
I. Visão – Glória e santidade de Deus.
“No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor assentado num trono alto e exaltado, e aba de sua veste enchia o templo”, Is 6:1.
“E proclamavam uns aos outros: “Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos, a terra inteira está cheia da sua glória”, Is 6:3.
- Duas questões importantes
- A realidade dos nossos dias
Brasil, um país chamado cristão, mas vivendo longe de Deus, com graves crises espirituais, de integridade e de valores etc., e dentro dessa realidade podemos aplicar o que Deus falou a nação de Israel e Judá, por meio do profeta Isaías e Jeremias.
Is 1:3,4 “O boi conhece o seu possuidor, e o jumento a manjedoura do seu dono; mas Israel não tem conhecimento, o meu povo não entende. Ah, nação pecadora, povo carregado de iniquidade, descendência de malfeitores, filhos que praticam a corrupção! Deixaram o Senhor, desprezaram o Santo de Israel, voltaram para trás”.
Jr 4:22 “Deveras o meu povo é insensato, já me não conhece; são filhos obtusos, e não entendidos; são sábios para fazerem o mal, mas não sabem fazer o bem”.
Jer 8:7,8 “Até a cegonha no céu conhece os seus tempos determinados; e a rola, a andorinha, e o grou observam o tempo da sua arribação; mas o meu povo não conhece a ordenança do Senhor. Como pois dizeis: Nós somos sábios, e a lei do Senhor está conosco?…”
- A necessidade de hoje
Necessidade de um avivamento espiritual como fruto da visão de Deus.
Necessidade de reais conversões a Cristo como Senhor e Salvador, que provoquem reais e profundas transformações na vida dos indivíduos, da família, da comunidade e da nação em geral, resultando numa sociedade mais humana, mais digna e mais justa, e acima de tudo, na honra e glória de Cristo.
2. Glória e Santidade de Deus
“Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos, a terra inteira está cheia da sua glória”, Is 6:3.
- O que Ele faz – motivo de ações de graças.
- O que Ele é – motivo de ser glorificado.
3. A nossa glória e santidade
“Quando minha glória é o meu alvo, lá se foi a minha santidade!”
II. Visão – Pecaminosidade humana.
“Santo, santo, santo é o Senhor dos exércitos, a terra inteira está cheia da sua glória”, Is 6:3; “Então gritei: Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros“.; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos exércitos”, Is 6:5.
- Quando Isaías teve uma visão real de Deus, ele teve também uma visão real do ser humano.
“Sou um homem de lábios impuros e vivo no meio de um povo de lábios impuros”.
“Não há nenhum justo, nem um sequer”, Rm 3:10; “Todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus”, Rm 3:23.
2. A principal crise da atualidade.
O ser humano querendo se tornar todo poderoso e ocupar o lugar de Deus.
“Não glorificam a Deus como Deus, e nem lhe dão graças”, Rm 1.21
“Tornam a verdade de Deus em mentira, e amam a injustiça rejeitando a verdade divina”, Rm 1:1
3. Deus procura seres humanos que se reconhecem pecadores e necessitados de Dele.
Lc 19:10 “Pois o Filho do homem veio buscar e salvar o que estava perdido”.
1 Tm 1:15 “Esta afirmação é fiel e digna de toda aceitação: Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o pior” , palavras do apóstolo Paulo.
A visão da nossa pecaminosidade e fragilidade nos leva a dependência de Deus, por isso também podemos dizer como o apóstolo Paulo: “Quando sou fraco, então é que sou forte”, 2 Co 12:10.
III. Visão – Graça de Deus.
“Logo um dos serafins voou até mim trazendo uma brasa viva, que havia tirado do altar com uma tenaz. Com ela tocou a minha boca e disse: “Veja, isto tocou os seus lábios; por isso, a sua culpa será removida, e o seu pecado será perdoado”, Is 6:6,7.
- “A lei veio por Moisés, a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo”, Jo 1:17.
A graça só é concedida ao necessitado.
“Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes”, 1 Pe 5:5.
A história de Naamã. 2 Rs 5:1 “Naamã, comandante do exército do rei da Síria, era um grande homem diante do seu senhor e de muito conceito, porque por ele o Senhor dera vitória à Síria; era ele herói de guerra, porém leproso”.
A ordem de Deus para Naamã: “Vai e lava-te no Jordão sete vezes”.
- “Vai e lava-te”
Gera uma luta íntima; nossa luta íntima tratar o pecado como pecado.
- “No Jordão”
Não havia outros lugares mais dignos?; nosso “Jordão” é o Calvário, a cruz de Cristo.
- “Sete vezes”
Naamã só foi curado quando mergulhou pela 7a. Vez no rio Jordão; Deus nos abençoa quando estamos dispostos a obedecer o que Ele nos ordena, por mais absurdo que Suas ordenanças possam ser aos nossos olhos.
2. Um contínuo avivamento.
Avivamento do povo de Deus, só é possível mediante uma visão clara da maravilhosa graça de Deus.
- Deus perdoa.
- Deus purifica.
- Deus nos torna seus cooperadores para expansão e glória do Seu Nome.
IV. Visão – “Necessidade” de Deus.
“Então ouvi a voz do Senhor conclamando: “Quem enviarei? Quem irá por nós?” E eu respondi: Eis-me aqui. Envia-me! Ele disse: “Vá, e diga a este povo…”, Is 6:8,9a.
- Deus “precisa” de nós.
- Ele decidiu realizar Sua obra no mundo através do ser humano.
- Só quem experimentou o toque da graça de Deus pode dizer: “Eis-me aqui. Envia-me!”.
- Isaías recebeu um ministério de juízo, Is 6:9-13.
Até quando? Até que se cumpra o julgamento de Deus.
Mas, há no meio um toque de esperança, “um toco” – voltará a brotar vida, Is 4:3; 7:3. Um remanescente fiel herdará a promessa, Rm 11:5.
- Nós (discípulos de Jesus Cristo) recebemos um ministério de reconciliação, 2 Co 5:17-20.
2Co 5:18, 19 “Mas todas as coisas provêm de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação; pois que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões; e nos encarregou da palavra da reconciliação”.
Reconciliar pessoas com Deus por meio do arrependimento dos pecados e da fé em Jesus Cristo como único e suficiente Salvador.
2. Deus procura amigos.
“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor, mas tenho-vos chamado amigos, pois quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer”, Jo 15:15.
Deus nos chama e desafia para uma vida de intimidade com Ele. Como vimos na mensagem passada em João 15:5, 8
Jo 15:1-8 “Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor… Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós sois os ramos. Quem permanece em mim e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer… Meu Pai é glorificado nisto: em que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos”.
“Permanecer” em Cristo (v. 4; 1 Jo 3:24; Jo 8:31,32) é ter comunhão, relacionamento com Ele; vida de obediência em comunhão com Ele, como resultado da fé Nele como único e suficiente Senhor e Salvador – Sua morte pelos pecados, e ressurreição dentre os mortos.
Conclusão
O verdadeiro discípulo de Jesus Cristo, sujeito na e da história, que cumpre os propósitos de Deus para sua vida na sua geração, é aquele que teve a visão da glória e santidade de Deus; da pecaminosidade do ser humano; da graça divina; e, da necessidade de Deus.
- Qual a sua crise?
- Como está a sua visão de Deus?
- Como tal visão tem influenciando seu estilo de vida e sua missão?
Em tempos de crises a visão de Deus nos transmite transformação de vida e esperança Nele.
Nota: grande parte do esboço desta mensagem foi adaptado de um esboço do Pr. Ivênio dos Santos, pastor com quem trabalhei no início da década de oitenta. Sou grato a Deus pela sua vida e ministério…