Quem és tu, ó homem?

Mensagens Bíblicas
"Vivendo pela fé”
Série em Romanos
22a. Mensagem
Pr Domingos M. Alves
13/03/16

Romanos 9.19-29

 

Mensagem: Deus tem plena autoridade e poder e liberdade para agir segundo sua justiça e misericórdia.

Introdução

1. Recordando

No domingo, 28/02/16 refletimos sobre “Deus é injusto?”, Rm 9.14-18, 21ª. Mensagem desta série em Romanos – “Vivendo pela fé”.

 

2. Hoje (13/03/16) – “Quem és tu, ó homem?”, Rm 9.19-29, 22ª. Mensagem.

Na mensagem passada vimos que Deus tem misericórdia de quem ele quer, e endurece a quem ele quer; que Ele age com o propósito de mostrar seu poder e anunciar o seu Nome por toda a terra...

 

9:19 - Tu, porém, me dirás: De que se queixa ele ainda? Pois quem jamais resistiu à sua vontade?

Queixa - achar falta em, reprovar, censurar - Hb 8.8; (Mc 7.2).

Resistiu - colocar-se contra, opor-se, resistir - Lc 21.15; Rm 13.2; Gl 2.11; Tg 4.7.

Vontade - intenção, vontade - At 27.43; 1 Pe 4.3.

 

Jó 42:2 - Bem sei que tudo podes, e nenhum dos teus planos pode ser frustrado.

 

Diante da não compreensão da soberania e da justiça divina, o ser humano tende a contender, brigar com Deus, declara-lo como sendo injusto e ou tirano... Discutir no sentido de culpar Deus ou buscar desculpas para a rebeldia humana...

O apóstolo Paulo vivia num contexto sobre influência teológica, religiosa e filosófica de Israel, Roma e Grécia...

Nós, num mundo pós moderno, temos muitas influências, entre outras, do Iluminismo...

 

O Iluminismo e suas influências...

Iluminismo século XVIII tem suas raízes na Era da Razão, século XVII, no racionalismo de Descartes, entre outros... Em 1784, Immanuel Kant escreveu que o Iluminismo era a chegada do homem à maioridade, a saída da imaturidade que o levava a confiar nas autoridades externas tais como a Bíblia, a Igreja e o Estado para dizer-lhe o que devia pensar e fazer... O lema do Iluminismo era Sapere Aude - "tenha a coragem de usar seu próprio entendimento"... De modo geral, os pensadores do Iluminismo adotavam um conceito deísta de Deus, reconhecendo Sua existência como Criador, mas deixando ao homem e à razão a direção de sua própria vida... (Walter A. Elwell, Editor - Enciclopédia Histórico Teológica da Igreja Cristã, Vol. II E - M, Iluminismo, p.306 -308).

Jean-Jacques Rousseau afirmava que todo homem é nobre por natureza... Propôs, que idealmente, as crianças seriam criadas longe das influências danosas da sociedade e da Igreja. A criança teria licença de seguir suas próprias inclinações (Elwell).

Mais tarde o filósofo David Hume, numa crítica do Iluminismo, ele criticava não somente a religião; também era cético no tocante ao conhecimento que o homem tinha do mundo fira de si mesmo e ao poder da mente humana de saber alguma coisa com certeza (Elwell).

É esse ser humano - que se considera na maioridade, autônomo, que crê que é senhor de si mesmo, e coloca a Bíblia debaixo do crivo de sua razão - que quer discutir com Deus.

9:20 - Quem és tu, ó homem, para discutires com Deus?! Porventura, pode o objeto perguntar a quem o fez: Por que me fizeste assim?

Discutires - contradizer ou disputar, 'bater boca', replicar, Lc 14.6.

Objeto (plasma) - alguma coisa moldada; aquilo que é formado ou moldado...

Fizeste - formar, moldar, 1 Tm 2.13.

 

Is 45:9 - Ai daquele que contende com o seu Criador! E não passa de um caco de barro entre outros cacos. Acaso, dirá o barro ao que lhe dá forma: Que fazes? Ou: A tua obra não tem alça. (Cf. 45.8-12).

 

“Deus não tem por que responder ao homem pelo que faz. Todavia, pode-se confiar em que Ele age de modo coerente com o seu caráter, revelado supremamente em Cristo” (Bruce).

O apóstolo Paulo usa uma figura comum no Antigo Testamento, do oleiro e do barro, para ilustrar a autoridade de Deus sobre suas criaturas.

 

Deus tem um caráter santo, justo e amoroso. Logo, Ele sempre age de modo santo, justo e amoroso.

E, esse Deus santo, justo e amoroso tem plena autoridade e liberdade para agir segundo seus propósitos.

 

I. Deus tem seus propósitos, 9.22-24

9.21 - Ou não tem o oleiro direito sobre a massa, para do mesmo barro fazer um vaso para honra e outro, para desonra?

Direito - autoridade, liberdade, poder... Poder de agir com retidão (Calvino, p. 395); devemos considerar justa a vontade de Deus, mesmo que não a compreendamos...

Honra - algo precioso, algo muito estimado, valor...

Desonra - reprovado, vergonhoso, para uso desonroso...

 

Ora, numa grande casa não há somente utensílios de ouro e de prata; há também de madeira e de barro. Alguns, para honra; outros, porém, para desonra. 2 Tm 2:20.

 

9:22 - Que diremos, pois, se Deus, querendo mostrar a sua ira e dar a conhecer o seu poder, suportou com muita longanimidade os vasos de ira, preparados para a perdição,

Ira - implica em punição, indignação...

Suportou - Suportar pacientemente, aguentar, Hb 12.20; 13.13.

Longanimidade – paciência, perseverança, firmeza...

Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento?, Rm 2:4.

 

Mas, por esta mesma razão, me foi concedida misericórdia, para que, em mim, o principal, evidenciasse Jesus Cristo a sua completa longanimidade, e servisse eu de modelo a quantos hão de crer nele para a vida eterna. 1 Tm 1:16

 

Preparados - feitos, criados, Mt 21.16; Hb 10.5.

Pela fé, entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus, de maneira que o visível veio a existir das coisas que não aparecem. Hb 11.3,

 

Perdição - Destruição, perdição, morte, esp. usado para a ruína eterna dos ímpios.

Fp 1.28; Hb 10.39

Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra, têm sido entesourados para fogo, estando reservados para o Dia do Juízo e destruição dos homens ímpios. 2 Pe 3:7.

 

9:23 - a fim de que também desse a conhecer as riquezas da sua glória em vasos de misericórdia, que para glória preparou de antemão,

 

Glória - Honra, louvor, adoração, majestade atribuídas a Deus... Rm 1.23; 11.36

 

O santuário se encheu de fumaça procedente da glória de Deus e do seu poder, e ninguém podia penetrar no santuário, enquanto não se cumprissem os sete flagelos dos sete anjos. Ap 15.8.

 

9:24 - os quais somos nós, a quem também chamou, não só dentre os judeus, mas também dentre os gentios?

Chamou – chamar, nomear, Rm 9.26.

 

Ary Velloso, citando Haldane, afirmou: “Nenhum dos judeus ou gentios eram vasos de misericórdia, exceto aqueles que Ele havia efetivamente chamado a Si. Este versículo prova incontestavelmente - ao contrário das opiniões errôneas de muitos - que o apostolo aqui está falando da eleição de indivíduos, e não de nações.”

 

Desafio:

“Deus não tem por que responder ao homem pelo que faz. Todavia, pode-se confiar em que Ele age de modo coerente com o seu caráter, revelado supremamente em Cristo” (Bruce).

Confiemos nos propósitos de Deus, e O adoremos porque Ele é Deus. Ele tem autoridade e poder para agir segundo seus justos propósitos.

 

II. Os propósitos de Deus foram preditos pelos profetas (9.25-29)

A misericordia soberana de Deus em favor de alguns dentre os muitos foi predita pelos profetas.

9:25 Assim como também diz em Oséias: Chamarei povo meu ao que não era meu povo; e amada, à que não era amada; 26 e no lugar em que se lhes disse: Vós não sois meu povo, ali mesmo serão chamados filhos do Deus vivo. 27 Mas, relativamente a Israel, dele clama Isaías: Ainda que o número dos filhos de Israel seja como a areia do mar, o remanescente é que será salvo. 28 Porque o Senhor cumprirá a sua palavra sobre a terra, cabalmente e em breve;

 

Paulo está citando – os profetas Oséias (data aproximada, 753-742 a.C.) e Isaías (data aproximada, 740-630 a.C).

Os 2.23, 1.10; Is 10.22,23; 1.9.

 

9:29 como Isaías já disse: Se o Senhor dos Exércitos não nos tivesse deixado descendência, ter-nos-íamos tornado como Sodoma e semelhantes a Gomorra.

 

“A rejeição de Israel não anulou a eleição de Deus; apenas, provou que ele é fiel ao seu caráter e a seus propósitos” (Wiersbe, p. 711, NT – Vol. I).

 

Deus cumpriu os que já havia sido anunciado pelos profetas: um remanescente é fiel…; há entre os gentios (não judeus), filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo…

 

Lembrando que “o remanescente é que será salvo” em Israel, e isto como fruto da graça e misericórdia de Deus. Se não fosse a misericórdia de Deus para com Israel, ela teria desaparecido como Sodoma e Gomorra!

 

Desafio:

9.28 Porque o Senhor cumprirá a sua palavra sobre a terra, cabalmente e em breve

 

Iluminismo - Os deístas alegavam que a religião verdadeira era a religião da razão e da natureza, e que o cristianismo devia ser conformada a este ponto de vista.

Criticavam altamente o apelo feito pelos apologistas cristãos às profecias cumpridas e aos milagres como provas da confirmação divina do cristianismo. Argumentavam que as passagens do AT que foram alegadamente cumpridas não predisseram realmente os referidos eventos, e que os milagres do NT não ocorreram na realidade (Elwell, p. 307).

 

O verdadeiro discípulo de Jesus Cristo, crê e confia e vive segundo Deus e Sua palavra.

 

“Pois o Senhor executará na terra a sua sentença, rápida e definitivamente” (NVI).

Porque em verdade vos digo: até que o céu e a terra pasem, nem um i ou til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra. Aquele, pois, que violar um desses mandamentos, posto que dos menores, e assim ensinar aos homens, será considerado mínimo no reino dos céus; aquele, porém, que os observar e ensinar, esse será considerado grande no reino dos céus, Mt 5.18,19.

 

Creia e confie e obedeça e alegre-se na palavra de Deus. Leve Deus a sério... Ele cumpre o que promete...

 

Conclusão

Deus tem plena autoridade e poder e liberdade para agir segundo sua justiça e misericórdia.

I. Deus tem seus propósitos, 9.22-24

II. Os propósitos de Deus foram preditos pelos profetas (9.25-29)

“Deus não tem por que responder ao homem pelo que faz. Todavia, pode-se confiar em que Ele age de modo coerente com o seu caráter, revelado supremamente em Cristo. Com um Deus como este em quem confiar, por que alguém do Seu povo há de questionar os Seus caminhos?” (F. F. Bruce, p. 159 – Romanos Introdução e Comentário).

 

Nota: textos bíblicos da ARA – Almeida Revista e Atualizada.

 

Lembre-se:

A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de perseverante, e confiantemente aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp. 2.12,13; 1 Tm. 4.7-9; Tg. 1.22-27). Ao meditar nesta mensagem, pergunte-se:

* O que Deus quer transformar no meu modo de pensar e agir?

* Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?

* Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)?

 

Conheça... Creia... Aproprie-se... E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10).

 

Pr. Domingos M. Alves domingos.a@novaalianca.com

www.novaalianca.com

Ribeirão Preto - SP

Março de 2016