Relacionamentos e os compromissos apalavrados

Relacionamentos e os compromissos apalavrados

Mateus 5.33-37 

Mensagem: O cristão autêntico tem como imperativo a construção de relacionamentos sadios e construtivos, tendo como padrão e fundamento a lei de Deus, revelada em Jesus Cristo e na sua palavra.

ESBOÇO:

INTRODUÇÃO

A. Recordando

5a. Mensagem de 30/06 - Relacionamentos e o valor do casamento, Mt 5.31,32 

B. Hoje, 07/07 - 6a. Mensagem - Relacionamentos e os compromissos apalavrados, Mt 5.33-37. 

Os líderes religiosos eram permissivos para questões morais, casamento, divórcio, novo casamento, e a fidelidade e honestidade no falar… 

5.33 Também ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos. 34 Eu, porém, vos digo: de modo algum jureis; nem pelo céu, por ser o trono de Deus;  35 nem pela terra, por ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei; 36 nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. 37 Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno. 

Quantos problemas relacionais se originam por violações de promessas, compromissos apalavrados na família; no namoro; no casamento; na educação de filhos; na igreja; nas amizades; na relações profissionais / acadêmicas etc.

 O que Jesus Cristo nos ensina neste texto?  

I. A lei de Deus não se sujeita aos jeitinhos humanos

5.33 Também ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás rigorosamente para com o Senhor os teus juramentos. 

Na lei, Moisés frequentemente parecia enfatizar o perigo do juramento falso e o dever de cumprir os votos feitos ao Senhor (Stott, p. 97).

Nm 30.1 Falou Moisés aos cabeças das tribos dos filhos de Israel, dizendo: Esta é a palavra que o SENHOR ordenou: 2 Quando um homem fizer voto ao SENHOR ou juramento para obrigar-se a alguma abstinência, não violará a sua palavra; segundo tudo o que prometeu, fará. (cf. Êx 20.7; Lv 19.12; Dt 23.21). 

Mas os líderes religiosos buscavam meios de flexibilizar, de burlar a lei de Deus, criando regras e situações onde nas quais você poderia facilmente descumprir a sua palavra, o compromisso assumido. 

Mt 23.16 Ai de vós, guias cegos, que dizeis: Quem jurar pelo santuário, isso é nada; mas, se alguém jurar pelo ouro do santuário, fica obrigado pelo que jurou! 17 Insensatos e cegos! Pois qual é maior: o ouro ou o santuário que santifica o ouro? 18 E dizeis: Quem jurar pelo altar, isso é nada; quem, porém, jurar pela oferta que está sobre o altar fica obrigado pelo que jurou. 19 Cegos! Pois qual é maior: a oferta ou o altar que santifica a oferta? 20 Portanto, quem jurar pelo altar jura por ele e por tudo o que sobre ele está. 21 Quem jurar pelo santuário jura por ele e por aquele que nele habita; 22 e quem jurar pelo céu jura pelo trono de Deus e por aquele que no trono está sentado. 

Você já falou e/ou ouviu:

-    “Quando assumiu o compromisso, você jurou em nome de Deus?”; “Você jurou pela sua santa mãezinha?” - Não. Então não precisa cumprir o que você prometeu!

-    “Você cruzou os dedos enquanto assumiu o compromisso?” Sim. Então seu voto, a sua palavra não é válida. (Nota: “cruzar os dedos”, tinha e tem vários significados, entre eles "uma forma de anular o carácter vinculativo de uma promessa ou juramento” - pt.wikipedia.org/wiki/Dedos_cruzados). 

É assim que agiam os escribas e fariseus, e agem muitos cristãos… Pessoas, que sempre buscam jeitinhos para não assumir responsabilidade pelos compromissos apalavrados.   

II. Todo compromisso apalavrado envolve uma questão com Deus 

5.34 Eu, porém, vos digo: de modo algum jureis; nem pelo céu, por ser o trono de Deus;  35 nem pela terra, por ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser cidade do grande Rei; 36 nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto. 

Jesus relembra que:

- se você jurar pelo céu - ali é o trono de Deus;

- se você jurar pela terra - é o estrado dos pés de Deus;

- se você jurar por Jerusalém - é a cidade do grande Rei;

- se você jurar pela tua cabeça - sua vida está sob o controle de Deus. 

Ou seja, você nem precisa jurar. Se por lei for necessário fazer um juramento (exemplo: tribunal, formaturas etc.), faça. Mas, compreenda que se você é um cristão autêntico, não importa o local e/ou a forma que você usa ao assumir um compromisso, ao fazer uma promessa… Independentemente do local e da forma, VOCÊ ESTÁ SE COMPROMETENDO COM ALGO DIANTE DE DEUS E EM DEUS! 

Ec 5.1 Guarda o pé, quando entrares na Casa de Deus; chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal. 2 Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, e tu, na terra; portanto, sejam poucas as tuas palavras. 3 Porque dos muitos trabalhos vêm os sonhos, e do muito falar, palavras néscias. 4 Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de tolos. Cumpre o voto que fazes. 5 Melhor é que não votes do que votes e não cumpras. 6 Não consintas que a tua boca te faça culpado, nem digas diante do mensageiro de Deus que foi inadvertência; por que razão se iraria Deus por causa da tua palavra, a ponto de destruir as obras das tuas mãos? 7 Porque, como na multidão dos sonhos há vaidade, assim também, nas muitas palavras; tu, porém, teme a Deus. 

Cumpra o prometido, o apalavrado. Seja uma pessoa de verdade e da verdade - na família; no namoro; no casamento; na igreja; nas amizades; nas relações profissionais / acadêmicas etc.  

III. Não use duplicidade de palavra - isto é diabólico

Mt 5.37 Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno. 

Tg 5.12 Acima de tudo, porém, meus irmãos, não jureis nem pelo céu, nem pela terra, nem por qualquer outro voto; antes, seja o vosso sim sim, e o vosso não não, para não cairdes em juízo. 

Vivemos num mundo onde parece ser politicamente correto diz “sim”, quando na verdade estamos dizendo “não”. Mas, dizemos “sim”, embora saibamos que “não" vamos cumprir. Mas, achamos melhor assim para parecer simpáticos, agradáveis, não magoar, não decepcionar. Mas, parece que ignoramos o quanto isto é diabólico, pois estamos mentindo (cf. Jo 8.44; Ef 4.25), e com certeza com a mentira seremos antipáticos, desagradáveis, magoaremos e decepcionaremos. Isto vem do maligno.

Pois, em Deus …

2 Co 1.18 Antes, como Deus é fiel, a nossa palavra para convosco não é sim e não. 19 Porque o Filho de Deus, Cristo Jesus, que foi, por nosso intermédio, anunciado entre vós, isto é, por mim, e Silvano, e Timóteo, não foi sim e não; mas sempre nele houve o sim. 20 Porque quantas são as promessas de Deus, tantas têm nele o sim; porquanto também por ele é o amém para glória de Deus, por nosso intermédio. 

Seja a tua palavra sem dolo e duplicidade para que os homens aceitem como verdade o que dizes (Pentecost, p. 99). 

Conclusão 

Quantos problemas relacionais se originam por violações de promessas, compromissos apalavrados na família; no namoro; no casamento; na educação de filhos; na igreja; nas amizades; na relações profissionais / acadêmicas etc.? 

O cristão autêntico tem como imperativo a construção de relacionamentos sadios e construtivos, tendo como padrão e fundamento a lei de Deus, revelada em Jesus Cristo e na sua palavra. 

Temos refletido sobre a má influência religiosa dos “escribas e fariseus”, da ética situacional, da nova moralidade, do pós-modernismo… sobre os cristãos em geral. 

No caso de Mateus 5.33-37 (Mt 21.28-32, parábola dos dois filhos)

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 No Espírito Santo, no processo da construção  de relacionamentos sadios e construtivos, devemos ter cuidado com as influências: religiosas dos “escribas e fariseus” do nossos dias; da ética situacional, da nova moralidade, do pós-modernismo… 

Lembre-se, sempre, de que:  

1 Jo 2.4 Aquele que diz: Eu o conheço e não guarda os seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade. 5 Aquele, entretanto, que guarda a sua palavra, nele, verdadeiramente, tem sido aperfeiçoado o amor de Deus. Nisto sabemos que estamos nele: 6 aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou

1 Pe 3.10 Pois quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que os seus lábios falem dolosamente; 11 aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la. 12 Porque os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas, mas o rosto do Senhor está contra aqueles que praticam males. 

O cristão autêntico tem como imperativo a construção de relacionamentos sadios e construtivos, tendo como padrão e fundamento a lei de Deus, revelada em Jesus Cristo e na sua palavra. 

Bibliografia

MacArthur, Jhon. Biblia de Estudo MacArthur. Barueri, SP: Sociedade Biblica do Brasil, 2010.

Pentecost, J. Dwight. O Sermão da Montanha - Introspecções hodiernas para um estilo de vida cristão. Belo Horizonte: Editora Betânia, MG 1984.

Lloyd-Jones, Martyn. Estudos no Sermão do Monte. São Paulo, SP: Editora Fiel, 1984.

Stott, Jhon. Contracultura Cristã - A mensagem do Sermão do Monte. São Paulo: ABU Editora, 1981.

Wesley, John. O Sermão do Monte. São Paulo, SP: Editora Vida, 2012.

Wiersbe, W. Warren. Novo Testamento 1 - Comentário Bíblico Expositivo. Santo André, SP: Geográfica Editora, 2014.

Notas:

Palavras gregas, pesquisa, no e-Sword, Bible Study - RA Strong’s; RIENECKER, Fritz e ROGERS, Cleon. “Chave lingüística do Novo Testamento grego”, São Paulo, SP: Vida Nova, 1985. 

Lembre-se:

A sua responsabilidade, debaixo da graça e capacitação divina é a de perseverante, e confiantemente aplicar os princípios e as verdades divinas que tens ouvido (Fp. 2.12,13; 1 Tm. 4.7-9; Tg. 1.22-27). Ao meditar nesta mensagem, pergunte-se:

* O que  Deus quer transformar no meu modo de pensar e agir?

* Como eu posso colocar isso em prática na minha vida?

* Qual o primeiro passo que darei nessa direção (para que haja real transformação em minha vida)? 

Conheça... Creia... Aproprie-se... E, pratique a verdade divina para que experimentes a vida plena que há em Jesus Cristo (João 10.10). 

 

Pr. Domingos Mendes Alves

Domingos M. Alves