O gigante acordou

Há semanas temos visto e vivido no Brasil, e além de nossas fronteiras, manifestações públicas e passeatas em protestos contra a PEC 37 (emenda constitucional que retira do Ministério Público o poder de investigação criminal, e fazendo-a exclusiva das polícias federal e civis), contra a corrupção e a impunidade, e a reivindicação da melhoria dos transportes públicos, da saúde, educação…

Recentemente “chefs” de restaurantes famosos em São Paulo fizeram uma manifestação pública protestando contra a onda de arrastões, assaltos aos restaurantes, e reivindicando por mais segurança…

Todas essas manifestações, passeatas e protestos, para muitos são os reflexos de que o “gigante acordou”, ou seja, o povo brasileiro “acordou” para a realidade do país, e num ato do exercício da  cidadania saiu as ruas para protestar e reivindicar por um Brasil melhor, requerendo das autoridades ações eficientes e eficazes que atendam tais reivindicações. Diante de tudo isto espera-se que as autoridades constituídas “ouçam as vozes das ruas”, e atendam ao que é justo no clamor destas vozes!

Mas, gostaria de recomendar que as autoridades, além e acima da “voz da ruas”, ouvissem a voz de Deus, por intermédio da Sua palavra – a Bíblia.

Na Bíblia, em Romanos 13:1-7 nós lemos que as autoridades são instituídas por Deus para recompensar o bem, e punir o mal. Mas, mesma passagem diz que os cidadãos devem  sujeitarem-se, honrarem… as autoridades.

Assim, que se punam os vândalos que se infiltram nas passeatas, e cometem atos de depredação e violência contra as pessoas, contra o patrimônio particular, empresarial e público. Mas, de igual modo se punam os políticos, empresários…, e todos os corruptos, que cometem vários tipos de violência e de depredação contra a nação e seus cidadãos, contra o patrimônio empresarial e público… A justiça deve ser justiça para todos. E, como escreveu o profeta Isaías: “O fruto da justiça será paz; o resultado da justiça será tranquilidade, e confiança sempre” (Is 32:17). Para que haja paz, tranquilidade, e confiança, é necessário que haja justiça – legal, ética, moral e social.

Ainda na palavra de Deus, nós lemos:

“Quando os crimes não são castigados logo, o coração do homem se enche de planos para fazer o mal” (Eclesiastes 8:11).

“Os pecados de uma nação fazem mudar sempre os governantes, mas a ordem se mantém com um líder sábio e sensato” (Provérbios 28:2).

“Quando os justos florescem, o povo se alegra; quando os ímpios governam, o povo geme” (Provérbios 29:2).

“O rei que exerce a justiça dá estabilidade ao país, mas o que gosta de subornos o leva a ruína” (Provérbios 29:4).

“Para o governante que dá ouvidos a mentira, todos os seus oficiais são ímpios” (Provérbios 29:12).

“Muitos desejam o favor de um governante, mas é do Senhor que procede a justiça” (Provérbios 29:26).

“Os reis detestam a prática da maldade, porquanto  trono se firma pela justiça” (Provérbios 16:12).

Minha oração e sincero desejo é que a Presidenta Dilma e todas as autoridades (começando por aqueles que se dizem “cristãos) deste país busquem e encontrem em Deus a sabedoria, o conhecimento e o entendimento para liderarem este país, de tal modo que o “gigante que acordou” não seja gigante só no tamanho continental, ou naquilo que não é ética e moralmente correto diante dos valores divinos, mas acima de tudo seja “gigante” na prática da justiça, na paz,  na integridade, e na qualidade de vida para todos os cidadãos, sem qualquer acepção de pessoas.

E, o que é um verdadeiro discípulo de Jesus Cristo, o que deve fazer diante dessa onda de manifestações, protestos?

Em primeiro lugar o apóstolo Paulo diz que se “façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças por todos os homens; pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranquila e pacífica, com toda a piedade e dignidade” (1 Timóteo 2:1-2).

Devemos também praticar o bem (tudo que é segundo os valores do Reino de Deus –), sujeitar-nos as autoridades (naquilo que não viola os valores do Reino de Deus), honrar as autoridades, pagar os impostos… Ou seja, sermos cidadãos que não apenas reivindiquemos os nossos direitos, mas com integridade cumpramos as nossas responsabilidades.

Há, também como exercício da cidadania, o espaço como cidadãos do Reino de Deus, e deste mundo, para apoiarmos e participarmos destas manifestações públicas, desde que seja sem violência e sem depredações, mas seja um ato pacifico e com ordem, buscando meio que nos possibilitem cooperar e contribuir com soluções para os problemas.

Deus não  tira do mundo os seus filhos, pela fé em Cristo Jesus – Senhor e Salvador, mas os envia para que vivam neste mundo, e nele sejam “sal” e “luz” (Mateus 5:13-16). Por isso, não podemos viver revoltados com a realidade que nos cerca,  e nem ficarmos alienados diante da mesma.

Nestes tempos difíceis Deus usa pessoas fiéis, verdadeiros discípulos de Jesus Cristo, que  no Espírito Santo pela vida de oração,  presença e prática e proclamação do Evangelho, conclamam o ser humano ao arrependimento dos pecados e a fé em Jesus Cristo, e ao exercício da cidadania segundo os valores do Reino de Deus – valores esses revelado em Jesus Cristo e nos seus ensinamentos.

Só podemos acreditar numa sociedade melhor, menos corrupta e menos violenta, quando os indivíduos, as famílias, os governos, as organizações etc., viverem sob os valores do Reino de Deus, revelados  por meio de Cristo e da Bíblia – palavra de Deus, pois o Reino de Deus é “justiça, alegria e paz no Espírito Santo”(Romanos 14:17). E, isso começa por mim, por você, pela nossa família…

No Espírito Santo seja você luz em meio as trevas, verdade em meio a mentira, integridade em meio a corrupção, paz em meio a violência… Faça a Sua parte… e viva com a esperança, não de um mundo perfeito, mas quem sabe de  uma comunidade mais e mais impactada pelos valores do Reino de Deus (por exemplo,  ensinados por Jesus em Mateus 5 a 7), e assim de algum modo vivermos numa comunidade mais humana, justa e digna.

Com esperança em Cristo – Pr. Domingos Mendes Alves